Matéria elaborada por Carlos Solera
e Eleni Cássia Vieira
Acervo
Carlos Solera
URUPEMA TEMPO E MEMÓRIA
Projeto cultural idealizado e desenvolvido,
voluntariamente, por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera.
Conta com parceria técnica do Blog Genealogia
Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras e escritoras,
professoras Ismênia Ribeiro Schneider, Cristiane Budde e Daniela Ribeiro
Schneider. Como fator fundamental para elaboração das matérias, a
importantíssima colaboração da comunidade de Urupema.
O projeto visa resgatar histórias de vida de
pessoas que nomeiam as ruas de Urupema, e, que de alguma forma, contribuíram
para o enriquecimento da cultura local. É de extrema importância que as pesquisas englobem diferentes
segmentos familiares e amizades, daquele que recebeu homenagem da comunidade. Dessa
forma, além de enriquecer a matéria elaborada, garantem o fortalecimento da
história local.
Nesse intuito, o projeto Urupema
Tempo e Memória completa agora mais de uma dezena de histórias de vida de personagens
honoríficos das ruas da cidade, que se entrelaçam com outras centenas de
pessoas.
Se a memória histórica não for
resgatada, ela se perderá no tempo, pois muitas vezes, mesmo os descendentes
mais jovens das famílias desconhecem a trajetória de vida de seus antepassados.
Esta edição contará com diversos
aspectos históricos da vida de Orozimbio Pereira de Souza.
Contamos com valiosas informações
e dados familiares, tanto de Orozimbio como de sua esposa Lavinia, repassadas
por seus netos –Inécio Pagani Machado, Ana Maria Netto (Nane), Cléria das
Graças Souza (primeira neta), Evandro Frigo Pereira; e pela nora, Célia Frigo
Pereira, viúva de José Jaime Pereira, o filho mais novo do casal Orozímbio e
Lavínia.
Para elaborar o texto abaixo, por
se tratar de um personagem nascido no longevo século XIX (1899) e falecido há quase
60 anos, além de ter sua descendência direta (filhos e filhas) também já
falecidos, e a terceira geração (netos e netas), que pouco ou nunca conviveram
com o avô, foi necessária minuciosa pesquisa para alinhar momentos importantes
de sua trajetória de vida.
De início, encontramos três grafias
diferentes para o nome do homenageado. Nos anos 1800 e 1900, era comum se
encontrar grafias do mesmo nome de formas diferentes, fosse pela dificuldade de
elaboração de documentos, erro em redação, etc.
Pela Lei nº 255/96, de 31 de
dezembro de 1996, o saudoso prefeito de Urupema, Nelton Rogério de Souza,
sancionou projeto aprovado pela Câmara de Vereadores de Urupema, nominando a
via pública, em referência, como, Ourozimbo Pereira de Souza, conforme
documento anexo.
Decreto Nomeação da Rua Ourozimbo Pereira de Souza
Acervo Prefeitura Municipal de Urupema |
No jazigo onde descansam seus
restos mortais, no Cemitério Municipal de Urupema, o seu nome já está escrito como
Ourozimbio Pereira de Souza.
Jazigo de Ourozimbio Pereira de Souza
Cemitério Municipal de Urupema Acervo Ana Maria Netto (Nane) |
Na placa
nominativa da via pública municipal, porém, prevalece o nome Orozímbio Pereira
de Souza, como mostra a foto inicial desta matéria. Assim, mantivemos o nome,
como está na placa da rua.
Aspectos de vida pessoal e familiar
Os primeiros dados, que
conseguimos resgatar, foram repassados pelo neto Inécio, parceiro de nossas
pesquisas e profundo conhecedor da história de Urupema. Escreveu a lauda,
postada abaixo, ainda que a esta época de vida, pouquíssima tenha sido sua convivência
com o avô.
Orozimbio
Pereira de Souza
“Foi casado com Lavinia Antunes
Amorin e tiveram dez filhos, tendo três falecidos, logo após o nascimento.
Sempre residiu na Avenida Manoel
Pereira de Medeiros, mesmo local onde viveu o seu filho José Jaime e família.
Não dispomos de documentos que nos
habilite a descrevermos como gostaríamos de fazer, mesmo em se tratando de um
membro da minha família. Era meu avô paterno.
Era uma pessoa carismática e de um
estilo peculiar que lhe evidenciava uma personalidade e caráter incomuns.
Foi durante toda a vida
emancipada, líder político, sempre no mesmo partido: UDN (União Democrática
Nacional), sob a liderança estadual de Irineu Bornhausen, de quem tinha apreço
especial e não media esforços para trabalhar nas campanhas eleitorais pela sua
UDN.
Eram famosas as suas “birras”,
mesmo em casa e com tudo que não saia como queria ou planejava, pois primava
por linha de opinião própria e fazia disto um dos pilares que angariava
respeito e se fazia acreditar pelo que realizava ou determinava para ser
feito.
“Tio Oro”, como também era
conhecido, não falava muito, preferia retrair-se a si mesmo para ouvir mais que
falar.
Foi Juiz de Paz do distrito de
Urupema, durante muitos anos, deixando de exercer esse cargo quando a idade já
não lhe dava condições que gostaria de ter para o exercício da função.
São apenas alguns detalhes da vida
de mais um ilustre filho de Urupema.”
(Inécio
Pagani Machado)
Colheitas da Memória
Já de posse de alguns dados
iniciais de identificação do personagem homenageado, buscamos novas informações
com outros descendentes da terceira geração, cuja convivência foi mais próxima
a ele, ou que soubessem de fatos de sua vida, ou ainda, alguém com relação de
amizade com Orozimbio e Lavinia.
Por sua própria história, Lavinia
foi também uma personagem tão marcante na vida dele, que irreal seria
descrevermos só as memórias de Orozimbio.
A Nane, outra neta, conseguiu envolver
mais alguns familiares na busca de fotos e histórias. Agradecemos a todos que
compartilharam as informações.
Assim, pudemos registrar dados importantes
sobre Orozimbio e Lavinia e que passamos a relatar, em seguida.
Orozimbio Pereira de Souza nasceu
em 04 de janeiro de 1899, na região rural chamada Quebra-Dente, em terras próximas
onde alguns anos, depois, surgiria um pequeno povoado com nome de Sant’Anna, (Santana),
embrião da atual cidade de Urupema.
Orozímbio era filho legítimo de
Francisco José Pereira e de Ana Felicidade de Souza. Ele criador de gado, ela
doméstica, ambos naturais do estado de Santa Catarina.
No ano de 1921, aos 22 anosde
idade e também já lidando com lavoura e gado, Orozímbio se casou com a jovem Lavinia
Antunes Amorin, de 17 anos. Ela, nascida no município de Tubarão/SC, passou a
morar na região de São Joaquim da Costa da Serra, em virtude de o pai ter sido
nomeado escrivão para aquela cidade.
Orozimbio continuou a morar com a
esposa na fazenda paterna no Quebra-Dente. Dessa união conjugal, nasceram 10
filhos, dos quais, três faleceram logo ao nascer ou na pré-infância. Outros sete
atingiram a idade adulta, a saber: Joceni, Soni, Roseni, Maria Irene, Ana Eloy,
Maura Ely e José Jaime. Todos, hoje, in
memorian.
Após a morte de seus pais, Orozimbo
veio com sua família morar no centro da Vila de Sant’Anna, à rua Manoel Pereira
de Medeiros, esquina com a rua Olavo Pereira Machado, onde a família cresceu e se
criou. Descendentes seus ainda ali residem.
Orozimbio se destacaria em outras
funções e Lavínia se tornaria conhecida e respeitada como excelente “parteira”.
Por suas mãos, nasceram incontáveis urupemenses. Uma bela história de vida que,
ao final da matéria, será registrada.
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Orozimbio Pereira de Souza e Lavinia Antunes Amorin Acervo familiar |
Orozimbio, líder político
Orozimbio começou a se destacar
como líder político. Respeitado e com opiniões firmes, era tido como
conselheiro em épocas de eleições. Como cabo eleitoral, conquistava muitos
adeptos para seus companheiros da UDN (União Democrática Nacional), seu partido
político por toda vida.
No dia a dia, e, principalmente,
no ambiente doméstico, era uma pessoa reservada, de pouca conversa.
Foi designado, por muitos anos, como
Juiz de Paz do distrito de Sant’Anna, depois nominado distrito de Urupema, a
partir de 1944.
Desempenhava funções inerentes ao
cargo com discernimento e capacidade de lidar com casos confusos de
relacionamentos, que às vezes se apresentavam. Atuou também como Escrivão no
Registro Civil do distrito de Urupema, junto com João Amarante Machado.
Durante a vida, o casal repassou
aos filhos, valores familiares de respeito, honestidade, humildade e liderança.
Apaixonado por política e pela valorização
do estado catarinense, teve como resultado de sua vocação espontânea, quatro de
seus filhos trabalhando em serviço público estadual: Ana Eloí e Maura Ely no
setor de Educação; Soni e José Jaime, no antigo DER (Departamento de Estradas e
Rodagem) onde se destacaram pelo trabalho desenvolvido, chegando a exercer a
função de Fiscais de Obras.
Orozimbio não disputou nenhum pleito
eleitoral. Mas sua inclinação política foi herdada pelo filho mais novo, José
Jaime Pereira, que inicialmente, foi eleito vereador distrital quando Urupema
era ainda distrito de São Joaquim, para um mandato de seis anos. Depois, foi
eleito vice-prefeito de Urupema em 1992, município já emancipado. Mais tarde,
secretário municipal de Obras.
O último dos netos de Orozimbio,
Evandro Frigo Pereira, filho de José Jaime e Célia, dá continuidade ao
interesse pela atuação política do avô e de seu pai. Elegendo-se prefeito de
Urupema por dois mandatos consecutivos de quatro anos, exerce no momento a segunda
gestão administrativa – 2021 a 2024.
Orozimbio
faleceu em sua casa, em Urupema, aos 08 de setembro de 1968. Sua esposa Lavínia
veio a óbito no hospital de São Joaquim, aos 05 de julho de 1975.Os restos
mortais de ambos jazem no Cemitério Municipal de Urupema.
Acervo familiar
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Acervo familiar |
Descendência
do casal Orozimbio e Lavinia
Segunda
e Terceira geração
As pesquisas apontam
numerosa descendência familiar do casal, tanto no passado quanto nos dias
atuais.
Muitos de seus descendentes vivem
em Urupema e contribuem para o desenvolvimento do município.
Pelo espaço disponível,
focamos apenas a segunda e terceira geração (filhos/filhas e netos/netas),
por ordem de nascimento, que seguem abaixo, com alguns registros fotográficos
conseguidos.
· Joceni Antunes de Amorin (tio
Nini) – nascido em 07/03/1922 e falecido em 06/10/2000.
Joceni e a esposa Ilda Alves Medeiros
Joceni se casou com Ilda
Alves Medeiros e tiveram uma única filha e primeira neta do casal
Orozimbio/Lavinia:
ü
Cléria das Graças.
· Soni Antunes do Amorin (tio
Tona) – nascido em 03/05/1927 e falecido em 28/05/1991.
Soni Antunes Amorin
Soni se casou com Irma de
Souza Pereira e tiveram 04 filhos:
ü Reni;
ü Renato;
ü Lúcia;
ü Donizete.
· Roseni Antunes Machado (tio
Rosa) – nascido em 03/02/1925 e falecido em 09/03/1996.
Certidão de casamento de Roseni Antunes Machado com Ida Pagani
Acervo Inécio Pagani Machado |
Roseni e Ida tiveram 07
filhos:
ü Herly
Luiz;
ü Pedro
Helio;
ü Francisco
Enio;
ü Inécio;
ü José
Arno;
ü Maria
Lenir;
ü MariElsie.
· Maria Irene
Pereira - nasceu em 11/02/1930 e faleceu em 09/01/2009.
Não se casou e nem teve filhos.
Maria Irene trabalhou durante 32 anos como
enfermeira no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, de Lages, no setor de
atendimento a hanseníase. Foi para o hospital, com cerca de 15 anos de idade, e
ali, praticamente, acabou sendo criada pelas irmãs do hospital.
Em 1977, dois anos após a morte de sua mãe
Lavinia, ela ficou doente e se aposentou. Voltou para Urupema e passou a
residir com sua irmã Ana Eloy, até o falecimento desta, em 2002. Irene, diante
do fato, mudou residência para a casa de Maura Ely, outra irmã e ali faleceu em
2009. Uma vida de devoção.
Maria Irene Pereira - um ano antes de seu
falecimento em2009. Acervo Ana Maria Netto (Nane) |
· Ana Eloy de
Amorin Morais Madruga –nasceu em 07/02/1931 e faleceu em 09/02/2002.
Bem jovem,
por volta de 13 anos de idade, Ana Eloy foi morar com a doutora Renée Waltrick
de Arruda Correia, conceituada e quase centenária médica urupemense, falecida
em maio/2022 e com ela se criou. Mais tarde, Ana Eloy se casou com Ari Morais
Madruga. Não tiveram filhos.
Lavinia Antunes do Amorin e a filha Ana Eloy Morais Madruga
·
Maura Ely Pereira Correa (tia Lita) – nascida em 24/09/1932 e
falecida em 20/09/2014.
Maura Ely se casou com João José
Corrêa e tiveram 05 filhos:
ü Maria das
Graças;
ü Zaira
Aparecida;
ü Ana Maria;
ü José Luis;
ü Joel
Donizete.
Da esquerda para a direita – Zaira Aparecida, José Luís, Maria
das Graças, Maura Ely, Joel Donizete e Ana Maria Netto (Nane) Acervo familiar |
José João Corrêa, esposo de Maura Ely
·
José
Jaime Pereira (tio Jaime) – nasceu
em 24/08/1937 e faleceu em 11/05/2018.
José Jaime Pereira e Célia Frigo Pereira
Acervo Célia Frigo Pereira |
Filho mais
novo do casal Orozimbio e Lavinia, José Jaime casou-se com Célia Frigo e
tiveram um filho:
ü Evandro Frigo
Pereira
O casal
Orozimbio e Lavinia teve sete descendentes diretos, na figura dos filhos e
filhas. Posteriormente, a estes se juntaram genros e noras, que acresceram ainda
mais dezoito membros da terceira geração, através de netos e netas.
Interessante
ressaltar, que dos dezoito netos, cerca de catorze ou quinze deles, foram acolhidos
em seu nascimento pelas mãos cuidadosas e abençoadas da avó e parteira Lavinia.
Assim, como
dissemos no início da matéria, a pesquisa contou com importante envolvimento
familiar do homenageado. Sem dúvida, a construção do cuidado para que o
trabalho fosse elaborado com êxito, gerou rica matéria onde valores da memória
afetiva vieram à tona.
Importante
lembrar sempre, que o objetivo do Projeto Urupema Tempo e Memória é levantar,
unir histórias, famílias e amigos. Ainda que, com dados, às vezes, mais
superficiais, torna-se um ponto de partida para acréscimos onde a valorização
histórica possa permear o futuro.
LAVINIA, consagrada parteira de Urupema
Encerramos
esta matéria, postando textos biográficos sobre a história de Lavinia, ou
“Lavinha”, como era carinhosamente chamada por muitas mães aflitas.
Pesquisa elaborada
com muito esmero e carinho, por seus familiares, Maura Ely Pereira Corrêa e
José Jaime Pereira (filhos,
in memorian), Ida Pagani Machado (nora, viúva de Roseni) e
Célia Frigo Pereira (nora, e hoje,
viúva de José Jaime Pereira), foi publicada em 08 de março de 2012, Dia
Internacional da Mulher.
Lavinia, tempo sem hora, pronta
para a mais divina lição que Deus lhe deu: mãe e parteira.
Uma história de vida recheada de
amor e fraternidade Vale a pena ler!
“Lavínia Antunes de Amorin (1904 –
1975)
Destaque ao Trabalho Voluntário
Dia Internacional da Mulher – 08 de
março de 2012
Lavínia Antunes de Amorin nasceu
no município de Tubarão/SC, em 05 de abril de 1904, filha legítima de Júlio
Antunes de Souza e Maria Cândida de Amorin.
Aos 13 (treze) anos, passou a
residir na região serrana de Santa Catarina acompanhando a família, pois o pai
havia sido nomeado Escrivão na Vila de São Joaquim da Costa da Serra, já
desmembrada de Lages.
Ainda adolescente, de forma
voluntária, passou a cuidar de uma criança – José Jaime Vieira, filho de
vizinhos de seus pais.
O tempo foi passando. Alguns anos depois,
conheceu o jovem Ourozimbio Pereira de Souza, com o qual se casou aos 17 (dezessete)
anos, vindo morar nas imediações da Vila de Sant’Anna. Sendo Ourozimbio
descendente de agricultores, foi nesta atividade que constituiu parte de sua
família.
Desta união, nasceram 10 filhos,
dos quais ainda vivem em Urupema os dois mais novos: Maura Ely Pereira (Tia
Lita) com 79 anos, e José Jaime Pereira (Tio Jaime) com 74 anos.
Juntamente com o esposo, foi uma
mãe exemplar, repassando aos filhos valores familiares de respeito,
honestidade, humildade, fraternidade e liderança.
Por volta dos 25 (vinte e cinco)
anos, já mãe, recebeu a visita de uma das irmãs – Maria Cândida (Tia Bilica),
habilitada em realizar partos. Durante a estadia dela em sua casa, uma vizinha,
prestes a dar a luz, pediu socorro e Lavinia recorreu à irmã para fazer o
parto. Enquanto sua irmã trabalhava, ia lhe explicando os procedimentos
necessários para auxiliar uma gestante, neste momento.
Após este episódio, Lavínia passa
a fazer os partos das amigas e vizinhas, primeiramente. Assim, com um parto
após o outro, ela ia ganhando experiência e confiança em seu trabalho, que era
sempre voluntário. A fama de boa parteira se espalhava e passou a ser chamada
para atendimentos, cada vez mais distantes.
Alguns anos depois, vieram morar
no centro da vila de Urupema, local onde mora o tio Jaime. (Hoje, ali
ainda reside Célia Frigo Pereira, viúva do tio Jaime).
Como sabemos, na época de seus
atendimentos, as idas e vindas ao trabalho eram feitas a pé, a cavalo, aranhas,
de dia e ou de noite, com frio, chuva, geada, neve, através de picadas
atravessando campos, capões, riachos... Era muito difícil haver transporte
motorizado.
Onde se podia chegar, lá ia a
mulher, esposa, mãe e parteira. Confiante, alegre, rezando, com pressa, pois a
criança não podia esperar para nascer. Nunca se negava alegando problemas
pessoais ou familiares. Com os poucos recursos que dispunha, obtinha bom
sucesso nos partos que realizava.
Foram aproximadamente 47 (quarenta
e sete) anos dedicados a esta atividade. Ela acompanhava a gestação e sabia
quando o parto necessitava de recursos melhores. Encaminhava, então, a
parturiente para o médico. Nenhuma parturiente morreu em suas mãos.
A vida passou, veio a viuvez aos
64 (sessenta e quatro) anos (1968). Ela continuava firme na missão, contando,
em casa com a companhia de seu filho mais novo, José Jaime.
Aos 69 (sessenta e nove) anos, no
final de 1973, acidentalmente sofre fratura na parte superior do fêmur. Veio a
cirurgia, a recuperação. Muitas limitações surgiram, como caminhar pouco e a
necessidade de uso de muletas. Mesmo assim, ainda realizou alguns partos.
Em 06 de julho de 1975, faleceu no
hospital de São Joaquim, vítima de enfizema pulmonar. Seus restos mortais estão
no Cemitério Municipal de Urupema.
Lavinia Antunes de Amorin deixou
saudades entre os familiares, vizinhos, amigos, mães....
Não foram poucas as mulheres que,
em oração, continuaram a pedir a graça de um bom parto por intercessão de sua
alma.
Fazem 37 (trinta e sete) anos de
sua partida e a lembrança ainda está viva em quem a conheceu e pôde conviver
com ela ou receber a sua ajuda.
Fostes em seu tempo, Mulher
Destaque!
Somos gratos pelo trabalho
voluntário realizado.
Pós-Morte
Em 11 (onze)
de dezembro de 1998, foi criada em Urupema a Associação Núcleo de Aprendizagem
e Produção Lavinia Antunes Amorin, entidade considerada de Utilidade Pública
Municipal e Estadual, cujo estatuto se encontra na Prefeitura Municipal de
Urupema.
(Urupema,
08 de março de 2012).”
O Projeto
Urupema Tempo e Memória, em breve, retorna com novas histórias de vida de
personalidades de Urupema.
Paz e
fraternidade a todos os amigos leitores.
Setembro/2022