Nesta edição, mostraremos outro
importante espaço da história e cultura de Urupema (SC). A Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza, em funcionamento desde
outubro de 2020, localizada na Rua Arlindo Pereira de Souza.
O texto de hoje, conta com a
relevante contribuição de Carlos Roberto Solerai,
que descreve como se deu a idealização e as duas fases de instalação da Casa da
Cultura.
Notas:
- Veja a matéria sobre a Rua
Arlindo Pereira de Sousa em: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2021/02/rua-arlindo-pereira-de-sousa-urupema-sc.html
- Confira a matéria sobre a Casa de Fitoterápicos Tia Lota em: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2021/03/fitoterapicos-tia-lota.html
Urupema,
uma questão de paixão...
Texto de Carlos Roberto Solera[i]
O dia 25 de março de 1918 é considerado como data oficial de
fundação do povoado de Santana (Sant’Ana), atual município de Urupema, que
completou agora 103 anos.
Este mês de março de 2021, é também para mim
e Eleni (minha esposa), idealizadores do projeto
Urupema Tempo e Memória, uma marca importante, pois completamos o primeiro ano
de trabalho de resgate cultural sobre o histórico das ruas de Urupema e um
pouco sobre a vida dos homenageados que as nominaram.
Desenvolvendo um projeto de forma voluntária, visão apolítica e
apartidária, recebemos sempre da toda comunidade urupemense, gestos de carinho
e contribuições informativas sobre personagens que participaram da trajetória
histórica de nosso município, a quem agradecemos.
Fundamental foi para nós também a parceria técnica e colaborativa
do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, criado pela insigne professora,
pesquisadora e escritora joaquinense Ismênia Ribeiro Schneider, com especial
participação das também professoras e escritoras Daniela Ribeiro Schneider e Cristiane
Budde. Obrigado.
Falar sobre CULTURA nos
dá imensa alegria, estímulo à pesquisa, ao aprendizado e ao “descobrir”. Dentro
de um sentido amplo de significados que a palavra apresenta, podemos citar um
que nos é muito interessante – “o de corresponder a um conjunto de hábitos,
crenças e conhecimentos de um povo ou grupos comunitários ou mesmo, ainda,
grupos familiares”.
Assim, foi sempre motivo de busca estudar a cultura urupemense,
que se entrelaça de inúmeras formas com a história do serrano catarinense.
Meados do século XIX. De origem açoriana, membros da família
Pereira de Medeiros saíram da região de Aririú e Palhoça e se fixaram na Serra
Catarinense. Alguns em São Joaquim da Costa da Serra e outros, na região do
atual município de Urupema.
Manoel Pereira de
Medeiros, casado com Ismênia Maria Saldanha, implantou uma fazenda às margens
do rio Caronas. Como veneravam uma imagem de Sant’Ana que possuíam, deram à propriedade
o nome da santa que, mais tarde, passou a ser conhecida como Sant’Ana Velha,
propriedade que ainda registra muitas taipas como vestígios. Foram os filhos,
que após a morte do pai, doaram o terreno para criação do povoado que o tem
como patrono de fundação, pois argumentaram ser este um antigo desejo seu.
Em 1923, o povoado tornou-se Distrito de Santana e em 31 de março de 1938, foi
elevado à categoria de Vila de Santana, ainda pertencente a São Joaquim.
No
início de 1944, ocorreu a mudança do nome de Santana (Sant’Ana) para Urupema. Ainda
que não se tenha encontrado um documento oficial que o comprovasse, presume-se
que tenha sido uma determinação dos Correios e Telégrafos, no sentido de evitar
a coincidência de nomenclatura com uma localidade do Rio Grande do Sul.
Seria
resultante do Decreto Lei Nº 5.901, de 21 de Outubro de 1943, do então
Presidente da República Getúlio Vargas, que “dispunha” sobre as normas
nacionais para a revisão qüinqüenal da divisão administrativa e judiciária do
país, que trazia em seu texto, entre outros artigos, os seguintes:
Art.
1º - À legislação orgânica nacional que regula a revisão dos quadros
territoriais das Unidades da Federação, a ser feita qüinqüenalmente pelos
Governos respectivos, ficam incorporados os preceitos desta lei.
Art. 7º Ficam estabelecidas
as seguintes normas para a eliminação, no País, da repetição de topônimos de
Cidades e Vilas, a efetivar-se no novo quadro territorial em preparo:
I
- Quando duas ou mais localidades tiverem a mesma denominação, esta prevalecerá
para a de mais elevada categoria administrativa ou judiciária, na seguinte
ordem de precedência: Capital, sede de Comarca, sede de Têrmo, sede de
Município, sede de Distrito.
II
- No caso de haver mais de uma localidade da mesma categoria com o mesmo nome,
este será mantido naquela que o possuir há mais tempo.
III
- Como novos topônimos, deverão ser evitadas designações de datas, vocábulos
estrangeiros, nomes de pessoas vivas, expressões compostas de mais de duas
palavras sendo, no entanto, recomendável
a adoção de nomes indígenas ou outros com propriedade local.
IV
- Não se consideram nomes novos, e, portanto, não estão sujeitos ao disposto no
item precedente os casos de restabelecimento de antigas designações ligadas às
tradições locais, vedadas, porém, as composições de mais de três palavras.
Parágrafo
único. Exceções a essas normas, no que toca ao direito de prioridade na
nomenclatura, serão admitidas, se ocorrerem motivos imperiosos, mediante acordo
entre os Governos das Unidades Federativas interessadas.
Rio de janeiro, 21
de outubro de 1943, 122º da Independência e 55º de República. GETÚLIO VARGAS
Alexandre Marcondes Filho
João de Mendonça Lima
Publicação: Diário
Oficial da União - Seção 1 - 23/10/1943, Página 15750 (Publicação Original)
Assim, o nome da vila surge como Urupema, que tem como uma das opções de significado ser "uma espécie de pe-
neira usada pelos índios”.
Finalmente,
como município, Urupema teve sua emancipação pela Lei nº 1105, de 04 de janeiro
de 1988 e instalação oficial em 01 de junho de 1989, com posse do poder
executivo e legislativo local.
Radicado em Urupema desde o ano 2001, seja em tempo parcial ou
integral como nos últimos tempos, desde o início, desejei vê-la com um espaço
onde sua trajetória histórica pudesse estar descrita, contando os acontecimentos,
casos e causos, conquistas e a laboriosa luta daqueles que a construíram desde
a primeira edificação. Tempos de dificuldades inimagináveis.
Como municipalidade, era ainda muito jovem, à época em que aqui
cheguei, pouco mais de uma década se passara desde sua emancipação
administrativa. Os prefeitos que já haviam exercido mandatos realizaram grande
trabalho no sentido de estruturar o município em muitas de suas necessidades. O
mesmo se dava naquele momento, mas o trabalho à frente era ainda bem
longo.
Não que um investimento municipal em uma instituição de Cultura
não fosse necessário naquele momento, pois sempre seria e será a qualquer
tempo. Mas à época, não poderia ser considerado “prioritário”, pois existiam inumeráveis
exigências pontuais a serem realizadas.
Com pequena população, cerca de 2.500 habitantes, e vivendo em
muito, dos resultados das atividades e produção agrícolas, nem sempre tão
recompensadoras, a arrecadação municipal era sempre o que se poderia chamar de
“razoável”, exigindo dos prefeitos e, mesmo até a data atual, extremo cuidado
na gestão orçamentária municipal. Foi essa visão de austeridade por todos que
estiveram à frente do município até o momento que possibilitou Urupema ter hoje
o estágio promissor que ostenta.
Além das inúmeras atividades rurais, ainda mola mestra municipal,
outras atividades importantes foram se construindo e consolidando. Um bom e
estruturado comércio, urbanismo bem gerido e planejado, setores de saúde,
segurança, habitacional, viário e de nascente cooperativismo, já fortalecidos e
reais. Na área da Educação, a oferta estudantil desde a grade municipal,
estadual e até mesmo, em nível universitário, é hoje pujante realidade.
E o Turismo? Em seus diversos segmentos, desponta como outro
possível “carro chefe” do município, com muitas opções setoriais de atividades.
E dentro dele, o Turismo Cultural tem lugar de atraente destaque.
Assim, aquele antigo desejo de ver a trajetória histórica e
cultural de Urupema inserida em um espaço institucional de Cultura e disponível
aos seus moradores e visitantes, com o tempo, foi deixando de ser um sonho e
tomando contornos reais.
A primeira
oportunidade para se criar esse espaço sob ótica museológica no município,
surgiu através de um edital do MinC em 2013, dentro da gestão do prefeito
Amarildo Luiz Gaio. Nota publicada em 12/12/2013
e atualizada em 19/09/2014, pela Assessoria de
Comunicação da Associação dos Municípios da Região Serrana - AMURES,
destacou:
A Casa da Cultura de Urupema será uma instituição que terá por
objetivo valorizar a história e a cultura local, sendo um espaço educativo
privilegiado para professores e estudantes.
O Município de Urupema participou do Edital Nº23/2013 do
Ministério da Cultura com o projeto de Implantação da Casa da Cultura, e foi um
dos 15 Municípios Brasileiros selecionados pelo MINC, para receber apoio
financeiro para realização do projeto.
As propostas foram examinadas pela Comissão de Seleção, nomeada
através da Portaria n° 420, de 14 de novembro de 2013, tendo como integrantes:
Ricardo Alberton Fernandes (Presidente da Comissão); Ana Claudia de Araujo
Santos; e Michel Rocha Correia. As instituições classificadas devem encaminhar
documentação complementar, no prazo de 15 (quinze) dias, conforme disposto no
item 10 do referenciado Edital, com vistas ao conveniamento de acordo com
disponibilidade orçamentária do Ibram.
Mesmo com o projeto aprovado e providenciadas as
solicitações do edital, infelizmente, a verba que seria destinada à realização
da obra, por razões diversas em âmbito federal, acabou não se efetivando.
Assim, por conta própria, a administração municipal resolveu implantá-la em uma
antiga casa de madeira e arquitetura serrana bem representativa, locada para
esse fim.
Estudos técnicos já haviam sido
feitos e a comunidade contribuiu com a constituição do acervo inicial da Casa
da Cultura. Sob coordenação da professora Sonia Fátima Arruda, então secretária
Municipal de Educação, Cultura e Esportes, o trabalho foi realizado com êxito e
a nova instituição inaugurada em 29 de maio de 2015, com nome oficial de Casa
da Cultura Ana Paula da Silva Souza.
A homenagem visou reconhecer o legado de valorosa
cidadã urupemense, falecida precocemente e que deixou significativas ações em
prol da comunidade. Como diretora de Cultura e vereadora local, estimulou e
auxiliou o desenvolvimento de importantes projetos culturais como a Invernada
Artística, Canto e Coral, grupo de Flauta Doce, entre outras formas de
contribuição para o fortalecimento e crescimento do município.
Casa da Cultura – 1ª instalação - Rua Evaristo Pereira de Souza. |
A inauguração da casa fez parte também das atividades
do I Encontro Nacional de Tropeirismo - I ENAT, de Urupema, evento realizado
por mim e Eleni, onde buscávamos a continuidade e divulgação de nossos trabalhos
de resgate do Tropeirismo. Vale
ressaltar a importância desta atividade ocorrida aqui no município, através do
projeto Tropeiro Brasil, que engloba oito estados do Brasil.
O trabalho alcançado com a implantação da primeira
Casa de Cultura em Urupema foi um bom começo.
Em
2013, havíamos conhecido o Museu Didático Nelson de Souza Rodrigues,
interessante espaço cultural instalado na antiga Base Avançada de Pesquisas do
IBAMA/Painel. Composto por três salas, uma com acervo de aves, uma com
mamíferos e outra com peixes e amostras de rochas, tudo implantado com
finalidade de atender a um projeto de Educação Ambiental, conforme nos
explicara o amigo Wilian Veronezi, funcionário daquela Base Avançada e um dos
idealizadores do museu. Com exceção dos peixes e de algumas mostras geológicas,
o acervo era de animais componentes da fauna serrana, atropelados nas rodovias,
mortos por caçadores, etc., que, posteriormente, passaram por taxidermia para
serem expostos ali. O nome homenageava um colega da unidade que teve morte
prematura.
Ficamos
encantados com o projeto, imaginando que, no futuro, Urupema poderia ter um
espaço assim. Sempre que possível, íamos visitá-lo. Em meados de 2016, em nova
visita ao Museu Didático, soubemos que o espaço físico da Base do IBAMA/Painel
seria cedido a EPAGRI-SC, que com outras linhas de trabalhos e pesquisas
propostas, não contemplava ali o projeto de Educação Ambiental idealizado por
eles. Portanto, o acervo do museu seria doado ao Parque Nacional de São Joaquim
- PARNA. Parte dela já nos seria suficiente, pensamos. Voltei lá em companhia
do prefeito Amarildo para indagarmos sobre essa possibilidade, mas tudo ainda
estava indefinido.
A
partir de 2017, já na gestão do prefeito Evandro Frigo Pereira, Eleni e eu passamos
a integrar um grupo de estudos, cujo objetivo era avaliar a reestruturação da
Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza. Faziam parte também a vice-prefeita Cristiane
Muniz Pagani Almeida, secretária Municipal de Educação, Cultura e Esportes
Rozilene Muniz Oliveira Cândido, secretária Municipal de Administração e
Finanças Francieli Medeiros Andrade e a professora Fabiana Steffen Fabre.
Contando
com a larga experiência de Eleni Cassia Vieira nos trabalhos de planejamento,
implantação e direção por uma década e meia no Museu do Tropeiro em
Ipoema/Itabira, Estrada Real de MG, partimos para idealizar a inclusão de novos
pontos de vista e atividades para a Casa da Cultura. Uma sala de Geo/Fauna para
Educação Ambiental passou a ser uma delas.
De
pronto, constatamos a necessidade de um espaço físico maior para abrigar as
novas proposições que já iam surgindo em nossos estudos. Tudo elaborado com
muito cuidado em incluir novas propostas, mas sem deixar de reconhecer a
expressão cultural que norteara a primeira instalação.
Em
meados de 2017, a EPAGRI assumiu o espaço da antiga Base Avançada IBAMA/Painel.
Já em 24 de agosto, o prefeito Evandro enviou um ofício ao IBAMA solicitando a
doação para Urupema de uma parte do acervo da Geo/Fauna, exposto no Museu
Didático, o que foi concedido. O restante acabou encaminhado mesmo para a
unidade do PARNA, em Urubici.
Aí
surgiu a oportunidade de se concentrar na Rua Arlindo Pereira de Souza, em uma
casa própria da municipalidade e em outra do estado catarinense, duas
excelentes vertentes culturais do município. A Fitoterápicos Tia Lota que
promove a tradicional medicina campeira, presente no país desde os tempos
coloniais e a Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza, com a riquíssima
história e cultura urupemense, ali muito bem apresentada. Assim foi feito pela
administração municipal e, lado a lado, elas hoje compõem o que chamamos de “Canto
da Cultura” de Urupema.
O
passo seguinte proposto por nós foi o de se ouvir a comunidade para saber o que
ela gostaria que estivesse presente de sua história, no âmbito do novo espaço
da Casa da Cultura. Sugerimos ao gestor municipal a realização de uma Audiência
Pública com diversos segmentos comunitários, o que acabou ocorrendo em 02 de
agosto de 2018, com grande participação popular. Secretários municipais,
comerciantes, professores, alunos, a comunidade em geral, enfim, atenderam ao
convite.
Com
os presentes organizados em grupos, respondendo a um questionário com dez
perguntas idealizado por Eleni, houve trocas de ideias, sugestões, lembranças
de casos e causos, histórias e estórias, muitos pedindo para ter fotografias e
pinturas antigas, outros citando objetos de ontem, uns para não se esquecer da
roca e tear, outro ainda lembrando as camas e pinicos de antigamente etc. Assim foi uma noite memorável.
Eleni
fez ainda outras consultas de sugestões pelo município, inclusive com os
vereadores na Câmara Municipal, com o grupo Conviver da Secretaria de Ação
Social e com professores da APAE Urupema, entre outros.
Dessa
forma, em breve tínhamos um dossiê de itens que compunham o “sentido de pertencimento” da comunidade
de Urupema.
Contando
sempre com total apoio da gestão administrativa Evandro/Cristiane, demos início
ao desenvolvimento do projeto para reestruturação da Casa da Cultura Ana Paula
da Silva Souza, então já no novo endereço físico.
Montamos
uma excelente equipe de trabalho e tudo começou a fluir com muita intensidade,
tendo Eleni como Curadora. A Concepção e Produção Expográfica, Pesquisa, Produção e Revisão de Textos ficou
sob a incumbência minha e de Eleni, pelo Núcleo de Amigos da Terra e Água -
NATA. A Produção Artística a cargo da mineira Elisa Grossi Fabrino. A montagem
dos Painéis e Iluminação sob responsabilidade do paulista Antonio Carlos Pedro
e do Edilberto Melo de Arruda, o Betão, de Urupema.
A
comunidade se inteirando do bom andamento do projeto começou a se propor a doar
ou fazer empréstimos de novos objetos que gostariam que lá estivessem expostos,
aumentando em muito o acervo já anteriormente existente. Foram criados dois
livros, Doação e Empréstimo, com objetivo de registrar o acervo museológico da
Casa, compondo a listagem do Inventário
A
escolha de tipos e tamanhos de painéis, cores representativas, inserção e
disposição textuais e materiais, iluminação, etc., foram também sendo passo a
passo elaborados por Eleni para a reestruturação do espaço cultural como um
todo.
Definiu-se
que a Casa atuaria na construção e intercâmbio de Saberes e Fazeres em diversos
níveis, promovendo ações educativas e estratégicas de amplo alcance para
permanência de conhecimentos, valorização da identidade local e o diálogo com o
cidadão contemporâneo. Promoveria a inter-relação entre membros da comunidade,
poder público, iniciativa privada e visitantes, em geral. E desenvolveria
atividades para atender a um público diversificado – crianças, jovens, adultos,
idosos, deficientes físicos, tornando-se assim uma “casa dinâmica”.
Uma
vasta documentação foi elaborada e entregue ao Poder Executivo, com a descrição
de itens e proposições importantes para o funcionamento da Casa sob nova visão.
Entre estes, constaram: Apresentação, Objetivos, Estrutura Administrativa,
Espaço Físico e Organização do Espaço Físico, com descritivo das salas de
exposição permanente, sala para curso e oficinas, biblioteca, espaço para
exposições temporárias, espaço de reserva técnica, sala de depósito para
armazenamento de documentos e coleções, etc. Cada tópico descrito
minuciosamente e, também, a descrição de
como fazê-los.
E
proposta à criação de uma Associação de Amigos da Casa da Cultura, com trabalho
voluntário dos integrantes e finalidade de colaborar com as atividades da
instituição.
Em
novembro de 2019, o amigo Inécio Pagani Machado, excelente pesquisador da
história local e regional serrana, entrou em contato conosco para transferir a
salvaguarda de importantíssima coletânea histórica elaborada por Dimas Pinto de
Arruda ao longo de grande parte de sua vida, deixada sob sua guarda desde 13 de
julho de 1987.
Dimas, a quem batizamos de Guardião da Memória de Urupema (in memoriam), deixara-lhe rico material com a recomendação de repassar significativo acervo, somente a uma entidade confiável. Após 32 anos, estava ocorrendo, naquele momento, a entrega à Casa da Cultura. Urupema lhe agradece!
Inécio fazendo entrega da Coletânea Dimas Pinto Arruda para Eleni Cássia Vieira. |
O acervo é composto
por vários itens, entre cartas, mapas, telegramas, fotos, jornais, artigos e
dois livros manuscritos por Dimas. Estão expostos em escaninho implantado na
sala 1, catalogados, mantidos e preservados pela direção da Casa da Cultura Ana
Paula da Silva Souza.
A coletânea
Dimas Pinto de Arruda é assim composta:
- Dois
cadernos manuscritos por Dimas Pinto de Arruda
Livro 01:
·
Registros
Históricos - De 02 a 89 páginas
·
De Sant’Ana a
Urupema - De 02 a 76 páginas
·
Histórico das
Famílias
· Família Pereira de Medeiros - De 77 a 81 páginas
· Família Arruda Botelho - De 82 a 83 páginas
· Relato sobre a vida de Manoel Pereira de Medeiros - De
84 a 89 páginas
Livro 02
· Emancipação do Município de Urupema/SC - De 02 a 283
páginas
· Telegramas - De 284 a 294 páginas
· Emancipação de outros municípios - De 295 a 331
páginas
Livro 03
· Cartas, Registros do Judiciário, Ofícios e Correspondências para a Delegacia de Sant’Ana e Urupema/SC - De 01 a 67 páginas
Livro 04
· Imprensa e Notícias sobre Urupema a partir do Jornal O Colibri, manuscrito da Escola Estadual mista de Sant’Ana data 31/03/1941
·
Jornais de 1941 a
1992 - De 01 a 79 páginas
A Administração
Municipal de Urupema, no exercício do cuidado, cumpriu com a proposta de
reabertura, renovou e entregou aos munícipes, em 15 de outubro de 2020, este
espaço de cultura, que enaltece nossa comunidade.
Placa inaugurativa de Revitalização. |
Através de rápida
viagem pela “linha do tempo,” relatamos um pouco do histórico da Casa da
Cultura Ana Paula da Silva Souza - Urupema/SC, em suas duas fases de
instalação.
Na próxima
matéria, Eleni Cássia Vieira apresentará o conceito desenvolvido para
reimplantação desse espaço cultural.
Urupema é uma
questão de paixão..... como escrevi no início da matéria.
Em maio de 2020,
recebemos da Câmara de Vereadores local, o título de Cidadania de Urupema, por
proposição do vereador e amigo Edegar Muniz, o Tio Dega. Infelizmente, por conta da pandemia, ainda
não recebido, mas já motivo de muito orgulho para nós. E temos uma certeza:
“Através da história, podemos conhecer o
registro da experiência de várias gerações que nos antecederam. Todas as
pessoas podem e devem buscar nesse acervo, informações, conhecimentos, lições
de vida e sabedoria. Só assim, podemos dizer realmente, que somos herdeiros do
passado”.
Venha
conhecer a Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza!
A
Neide de Oliveira e a Marlene Andrade, diretora municipal de Cultura, estarão
lá para bem recebê-los.
Horário
de funcionamento - de 3ª feira a 6ª feira, das 09:00 às
18:00 horas.
Sábado
e Domingo - temporariamente fechada em razão da pandemia - agendar por telefone
– (49) 3236-3094.
[i] Carlos Roberto Solera, autor deste texto sobre a história e instalação da Casa de Cultura de Urupema, é odontólogo, escritor e consultor em Turismo Rural e Cultural.
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