sexta-feira, 9 de abril de 2021

Casa da Cultura de Urupema

                                 

            Nesta edição, mostraremos outro importante espaço da história e cultura de Urupema (SC). A Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza, em funcionamento desde outubro de 2020, localizada na Rua Arlindo Pereira de Souza.

            O texto de hoje, conta com a relevante contribuição de Carlos Roberto Solerai, que descreve como se deu a idealização e as duas fases de instalação da Casa da Cultura.

 

Notas:

- Veja a matéria sobre a Rua Arlindo Pereira de Sousa em: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2021/02/rua-arlindo-pereira-de-sousa-urupema-sc.html

 - Confira a matéria sobre a Casa de Fitoterápicos Tia Lota em: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2021/03/fitoterapicos-tia-lota.html  

 


             

Urupema, uma questão de paixão...

                                                                                     Texto de Carlos Roberto Solera[i]

 

O dia 25 de março de 1918 é considerado como data oficial de fundação do povoado de Santana (Sant’Ana), atual município de Urupema, que completou agora 103 anos.

Este mês de março de 2021, é também para mim e Eleni (minha esposa), idealizadores do projeto Urupema Tempo e Memória, uma marca importante, pois completamos o primeiro ano de trabalho de resgate cultural sobre o histórico das ruas de Urupema e um pouco sobre a vida dos homenageados que as nominaram.

Desenvolvendo um projeto de forma voluntária, visão apolítica e apartidária, recebemos sempre da toda comunidade urupemense, gestos de carinho e contribuições informativas sobre personagens que participaram da trajetória histórica de nosso município, a quem agradecemos. 

Fundamental foi para nós também a parceria técnica e colaborativa do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, criado pela insigne professora, pesquisadora e escritora joaquinense Ismênia Ribeiro Schneider, com especial participação das também professoras e escritoras Daniela Ribeiro Schneider e Cristiane Budde. Obrigado.     

Falar sobre CULTURA nos dá imensa alegria, estímulo à pesquisa, ao aprendizado e ao “descobrir”. Dentro de um sentido amplo de significados que a palavra apresenta, podemos citar um que nos é muito interessante – “o de corresponder a um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de um povo ou grupos comunitários ou mesmo, ainda, grupos familiares”.     

Assim, foi sempre motivo de busca estudar a cultura urupemense, que se entrelaça de inúmeras formas com a história do serrano catarinense.

Meados do século XIX. De origem açoriana, membros da família Pereira de Medeiros saíram da região de Aririú e Palhoça e se fixaram na Serra Catarinense. Alguns em São Joaquim da Costa da Serra e outros, na região do atual município de Urupema.

Manoel Pereira de Medeiros, casado com Ismênia Maria Saldanha, implantou uma fazenda às margens do rio Caronas. Como veneravam uma imagem de Sant’Ana que possuíam, deram à propriedade o nome da santa que, mais tarde, passou a ser conhecida como Sant’Ana Velha, propriedade que ainda registra muitas taipas como vestígios. Foram os filhos, que após a morte do pai, doaram o terreno para criação do povoado que o tem como patrono de fundação, pois argumentaram ser este um antigo desejo seu.    

Em 1923, o povoado tornou-se Distrito de Santana e em 31 de março de 1938, foi elevado à categoria de Vila de Santana, ainda pertencente a São Joaquim.

No início de 1944, ocorreu a mudança do nome de Santana (Sant’Ana) para Urupema. Ainda que não se tenha encontrado um documento oficial que o comprovasse, presume-se que tenha sido uma determinação dos Correios e Telégrafos, no sentido de evitar a coincidência de nomenclatura com uma localidade do Rio Grande do Sul.

Seria resultante do Decreto Lei Nº 5.901, de 21 de Outubro de 1943, do então Presidente da República Getúlio Vargas, que “dispunha” sobre as normas nacionais para a revisão qüinqüenal da divisão administrativa e judiciária do país, que trazia em seu texto, entre outros artigos, os seguintes:

Art. 1º - À legislação orgânica nacional que regula a revisão dos quadros territoriais das Unidades da Federação, a ser feita qüinqüenalmente pelos Governos respectivos, ficam incorporados os preceitos desta lei.

Art. 7º Ficam estabelecidas as seguintes normas para a eliminação, no País, da repetição de topônimos de Cidades e Vilas, a efetivar-se no novo quadro territorial em preparo:

I - Quando duas ou mais localidades tiverem a mesma denominação, esta prevalecerá para a de mais elevada categoria administrativa ou judiciária, na seguinte ordem de precedência: Capital, sede de Comarca, sede de Têrmo, sede de Município, sede de Distrito.

II - No caso de haver mais de uma localidade da mesma categoria com o mesmo nome, este será mantido naquela que o possuir há mais tempo.

III - Como novos topônimos, deverão ser evitadas designações de datas, vocábulos estrangeiros, nomes de pessoas vivas, expressões compostas de mais de duas palavras sendo, no entanto, recomendável a adoção de nomes indígenas ou outros com propriedade local.

IV - Não se consideram nomes novos, e, portanto, não estão sujeitos ao disposto no item precedente os casos de restabelecimento de antigas designações ligadas às tradições locais, vedadas, porém, as composições de mais de três palavras.  

Parágrafo único. Exceções a essas normas, no que toca ao direito de prioridade na nomenclatura, serão admitidas, se ocorrerem motivos imperiosos, mediante acordo entre os Governos das Unidades Federativas interessadas.

Rio de janeiro, 21 de outubro de 1943, 122º da Independência e 55º de República. GETÚLIO VARGAS

Alexandre Marcondes Filho

João de Mendonça Lima

Publicação: Diário Oficial da União - Seção 1 - 23/10/1943, Página 15750 (Publicação Original)

 

Assim, o nome da vila surge como Urupema, que tem como uma das opções de significado ser "uma espécie de pe-

neira usada pelos índios”.

Finalmente, como município, Urupema teve sua emancipação pela Lei nº 1105, de 04 de janeiro de 1988 e instalação oficial em 01 de junho de 1989, com posse do poder executivo e legislativo local.

Radicado em Urupema desde o ano 2001, seja em tempo parcial ou integral como nos últimos tempos, desde o início, desejei vê-la com um espaço onde sua trajetória histórica pudesse estar descrita, contando os acontecimentos, casos e causos, conquistas e a laboriosa luta daqueles que a construíram desde a primeira edificação. Tempos de dificuldades inimagináveis.

Como municipalidade, era ainda muito jovem, à época em que aqui cheguei, pouco mais de uma década se passara desde sua emancipação administrativa. Os prefeitos que já haviam exercido mandatos realizaram grande trabalho no sentido de estruturar o município em muitas de suas necessidades. O mesmo se dava naquele momento, mas o trabalho à frente era ainda bem longo.  

Não que um investimento municipal em uma instituição de Cultura não fosse necessário naquele momento, pois sempre seria e será a qualquer tempo. Mas à época, não poderia ser considerado “prioritário”, pois existiam inumeráveis exigências pontuais a serem realizadas.   

Com pequena população, cerca de 2.500 habitantes, e vivendo em muito, dos resultados das atividades e produção agrícolas, nem sempre tão recompensadoras, a arrecadação municipal era sempre o que se poderia chamar de “razoável”, exigindo dos prefeitos e, mesmo até a data atual, extremo cuidado na gestão orçamentária municipal. Foi essa visão de austeridade por todos que estiveram à frente do município até o momento que possibilitou Urupema ter hoje o estágio promissor que ostenta.   

Além das inúmeras atividades rurais, ainda mola mestra municipal, outras atividades importantes foram se construindo e consolidando. Um bom e estruturado comércio, urbanismo bem gerido e planejado, setores de saúde, segurança, habitacional, viário e de nascente cooperativismo, já fortalecidos e reais. Na área da Educação, a oferta estudantil desde a grade municipal, estadual e até mesmo, em nível universitário, é hoje pujante realidade.

E o Turismo? Em seus diversos segmentos, desponta como outro possível “carro chefe” do município, com muitas opções setoriais de atividades. E dentro dele, o Turismo Cultural tem lugar de atraente destaque.      

Assim, aquele antigo desejo de ver a trajetória histórica e cultural de Urupema inserida em um espaço institucional de Cultura e disponível aos seus moradores e visitantes, com o tempo, foi deixando de ser um sonho e tomando contornos reais.    

A primeira oportunidade para se criar esse espaço sob ótica museológica no município, surgiu através de um edital do MinC em 2013, dentro da gestão do prefeito Amarildo Luiz Gaio. Nota publicada em 12/12/2013 e atualizada em 19/09/2014, pela Assessoria de Comunicação da Associação dos Municípios da Região Serrana - AMURES, destacou:       

 

A Casa da Cultura de Urupema será uma instituição que terá por objetivo valorizar a história e a cultura local, sendo um espaço educativo privilegiado para professores e estudantes.

O Município de Urupema participou do Edital Nº23/2013 do Ministério da Cultura com o projeto de Implantação da Casa da Cultura, e foi um dos 15 Municípios Brasileiros selecionados pelo MINC, para receber apoio financeiro para realização do projeto.

As propostas foram examinadas pela Comissão de Seleção, nomeada através da Portaria n° 420, de 14 de novembro de 2013, tendo como integrantes: Ricardo Alberton Fernandes (Presidente da Comissão); Ana Claudia de Araujo Santos; e Michel Rocha Correia. As instituições classificadas devem encaminhar documentação complementar, no prazo de 15 (quinze) dias, conforme disposto no item 10 do referenciado Edital, com vistas ao conveniamento de acordo com disponibilidade orçamentária do Ibram.


Mesmo com o projeto aprovado e providenciadas as solicitações do edital, infelizmente, a verba que seria destinada à realização da obra, por razões diversas em âmbito federal, acabou não se efetivando. Assim, por conta própria, a administração municipal resolveu implantá-la em uma antiga casa de madeira e arquitetura serrana bem representativa, locada para esse fim.

            Estudos técnicos já haviam sido feitos e a comunidade contribuiu com a constituição do acervo inicial da Casa da Cultura. Sob coordenação da professora Sonia Fátima Arruda, então secretária Municipal de Educação, Cultura e Esportes, o trabalho foi realizado com êxito e a nova instituição inaugurada em 29 de maio de 2015, com nome oficial de Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza.

A homenagem visou reconhecer o legado de valorosa cidadã urupemense, falecida precocemente e que deixou significativas ações em prol da comunidade. Como diretora de Cultura e vereadora local, estimulou e auxiliou o desenvolvimento de importantes projetos culturais como a Invernada Artística, Canto e Coral, grupo de Flauta Doce, entre outras formas de contribuição para o fortalecimento e crescimento do município.

 

Casa da Cultura – 1ª instalação - Rua Evaristo Pereira de Souza.

       

A inauguração da casa fez parte também das atividades do I Encontro Nacional de Tropeirismo - I ENAT, de Urupema, evento realizado por mim e Eleni, onde buscávamos a continuidade e divulgação de nossos trabalhos de resgate do Tropeirismo.  Vale ressaltar a importância desta atividade ocorrida aqui no município, através do projeto Tropeiro Brasil, que engloba oito estados do Brasil.   

O trabalho alcançado com a implantação da primeira Casa de Cultura em Urupema foi um bom começo.

Em 2013, havíamos conhecido o Museu Didático Nelson de Souza Rodrigues, interessante espaço cultural instalado na antiga Base Avançada de Pesquisas do IBAMA/Painel. Composto por três salas, uma com acervo de aves, uma com mamíferos e outra com peixes e amostras de rochas, tudo implantado com finalidade de atender a um projeto de Educação Ambiental, conforme nos explicara o amigo Wilian Veronezi, funcionário daquela Base Avançada e um dos idealizadores do museu. Com exceção dos peixes e de algumas mostras geológicas, o acervo era de animais componentes da fauna serrana, atropelados nas rodovias, mortos por caçadores, etc., que, posteriormente, passaram por taxidermia para serem expostos ali. O nome homenageava um colega da unidade que teve morte prematura.

Ficamos encantados com o projeto, imaginando que, no futuro, Urupema poderia ter um espaço assim. Sempre que possível, íamos visitá-lo. Em meados de 2016, em nova visita ao Museu Didático, soubemos que o espaço físico da Base do IBAMA/Painel seria cedido a EPAGRI-SC, que com outras linhas de trabalhos e pesquisas propostas, não contemplava ali o projeto de Educação Ambiental idealizado por eles. Portanto, o acervo do museu seria doado ao Parque Nacional de São Joaquim - PARNA. Parte dela já nos seria suficiente, pensamos. Voltei lá em companhia do prefeito Amarildo para indagarmos sobre essa possibilidade, mas tudo ainda estava indefinido. 

A partir de 2017, já na gestão do prefeito Evandro Frigo Pereira, Eleni e eu passamos a integrar um grupo de estudos, cujo objetivo era avaliar a reestruturação da Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza. Faziam parte também a vice-prefeita Cristiane Muniz Pagani Almeida, secretária Municipal de Educação, Cultura e Esportes Rozilene Muniz Oliveira Cândido, secretária Municipal de Administração e Finanças Francieli Medeiros Andrade e a professora Fabiana Steffen Fabre.  

Contando com a larga experiência de Eleni Cassia Vieira nos trabalhos de planejamento, implantação e direção por uma década e meia no Museu do Tropeiro em Ipoema/Itabira, Estrada Real de MG, partimos para idealizar a inclusão de novos pontos de vista e atividades para a Casa da Cultura. Uma sala de Geo/Fauna para Educação Ambiental passou a ser uma delas. 

De pronto, constatamos a necessidade de um espaço físico maior para abrigar as novas proposições que já iam surgindo em nossos estudos. Tudo elaborado com muito cuidado em incluir novas propostas, mas sem deixar de reconhecer a expressão cultural que norteara a primeira instalação. 

Em meados de 2017, a EPAGRI assumiu o espaço da antiga Base Avançada IBAMA/Painel. Já em 24 de agosto, o prefeito Evandro enviou um ofício ao IBAMA solicitando a doação para Urupema de uma parte do acervo da Geo/Fauna, exposto no Museu Didático, o que foi concedido. O restante acabou encaminhado mesmo para a unidade do PARNA, em Urubici.   

Aí surgiu a oportunidade de se concentrar na Rua Arlindo Pereira de Souza, em uma casa própria da municipalidade e em outra do estado catarinense, duas excelentes vertentes culturais do município. A Fitoterápicos Tia Lota que promove a tradicional medicina campeira, presente no país desde os tempos coloniais e a Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza, com a riquíssima história e cultura urupemense, ali muito bem apresentada. Assim foi feito pela administração municipal e, lado a lado, elas hoje compõem o que chamamos de “Canto da Cultura” de Urupema.     

O passo seguinte proposto por nós foi o de se ouvir a comunidade para saber o que ela gostaria que estivesse presente de sua história, no âmbito do novo espaço da Casa da Cultura. Sugerimos ao gestor municipal a realização de uma Audiência Pública com diversos segmentos comunitários, o que acabou ocorrendo em 02 de agosto de 2018, com grande participação popular. Secretários municipais, comerciantes, professores, alunos, a comunidade em geral, enfim, atenderam ao convite.     

 


Com os presentes organizados em grupos, respondendo a um questionário com dez perguntas idealizado por Eleni, houve trocas de ideias, sugestões, lembranças de casos e causos, histórias e estórias, muitos pedindo para ter fotografias e pinturas antigas, outros citando objetos de ontem, uns para não se esquecer da roca e tear, outro ainda lembrando as camas e pinicos de antigamente etc.  Assim foi uma noite memorável.

Eleni fez ainda outras consultas de sugestões pelo município, inclusive com os vereadores na Câmara Municipal, com o grupo Conviver da Secretaria de Ação Social e com professores da APAE Urupema, entre outros.  

Dessa forma, em breve tínhamos um dossiê de itens que compunham o “sentido de pertencimento” da comunidade de Urupema.

Contando sempre com total apoio da gestão administrativa Evandro/Cristiane, demos início ao desenvolvimento do projeto para reestruturação da Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza, então já no novo endereço físico. 

Montamos uma excelente equipe de trabalho e tudo começou a fluir com muita intensidade, tendo Eleni como Curadora. A Concepção e Produção Expográfica,  Pesquisa, Produção e Revisão de Textos ficou sob a incumbência minha e de Eleni, pelo Núcleo de Amigos da Terra e Água - NATA. A Produção Artística a cargo da mineira Elisa Grossi Fabrino. A montagem dos Painéis e Iluminação sob responsabilidade do paulista Antonio Carlos Pedro e do Edilberto Melo de Arruda, o Betão, de Urupema.  

A comunidade se inteirando do bom andamento do projeto começou a se propor a doar ou fazer empréstimos de novos objetos que gostariam que lá estivessem expostos, aumentando em muito o acervo já anteriormente existente. Foram criados dois livros, Doação e Empréstimo, com objetivo de registrar o acervo museológico da Casa, compondo a listagem do Inventário  

A escolha de tipos e tamanhos de painéis, cores representativas, inserção e disposição textuais e materiais, iluminação, etc., foram também sendo passo a passo elaborados por Eleni para a reestruturação do espaço cultural como um todo.

Definiu-se que a Casa atuaria na construção e intercâmbio de Saberes e Fazeres em diversos níveis, promovendo ações educativas e estratégicas de amplo alcance para permanência de conhecimentos, valorização da identidade local e o diálogo com o cidadão contemporâneo. Promoveria a inter-relação entre membros da comunidade, poder público, iniciativa privada e visitantes, em geral. E desenvolveria atividades para atender a um público diversificado – crianças, jovens, adultos, idosos, deficientes físicos, tornando-se assim uma “casa dinâmica”.

Uma vasta documentação foi elaborada e entregue ao Poder Executivo, com a descrição de itens e proposições importantes para o funcionamento da Casa sob nova visão. Entre estes, constaram: Apresentação, Objetivos, Estrutura Administrativa, Espaço Físico e Organização do Espaço Físico, com descritivo das salas de exposição permanente, sala para curso e oficinas, biblioteca, espaço para exposições temporárias, espaço de reserva técnica, sala de depósito para armazenamento de documentos e coleções, etc. Cada tópico descrito minuciosamente e, também, a descrição de como fazê-los.                     

E proposta à criação de uma Associação de Amigos da Casa da Cultura, com trabalho voluntário dos integrantes e finalidade de colaborar com as atividades da instituição.

Em novembro de 2019, o amigo Inécio Pagani Machado, excelente pesquisador da história local e regional serrana, entrou em contato conosco para transferir a salvaguarda de importantíssima coletânea histórica elaborada por Dimas Pinto de Arruda ao longo de grande parte de sua vida, deixada sob sua guarda desde 13 de julho de 1987.   

Dimas, a quem batizamos de Guardião da Memória de Urupema (in memoriam), deixara-lhe rico material com a recomendação de repassar significativo acervo, somente a uma entidade confiável. Após 32 anos, estava ocorrendo, naquele momento, a entrega à Casa da Cultura.  Urupema lhe agradece! 



 Inécio fazendo entrega da Coletânea Dimas Pinto Arruda para Eleni Cássia Vieira.


O acervo é composto por vários itens, entre cartas, mapas, telegramas, fotos, jornais, artigos e dois livros manuscritos por Dimas. Estão expostos em escaninho implantado na sala 1, catalogados, mantidos e preservados pela direção da Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza.

 

A coletânea Dimas Pinto de Arruda é assim composta:

  •             Dois cadernos manuscritos por Dimas Pinto de Arruda    

Livro 01:

·               Registros Históricos - De 02 a 89 páginas

·               De Sant’Ana a Urupema - De 02 a 76 páginas

·               Histórico das Famílias

·     Família Pereira de Medeiros - De 77 a 81 páginas

·     Família Arruda Botelho - De 82 a 83 páginas

·     Relato sobre a vida de Manoel Pereira de Medeiros - De 84 a 89 páginas

 

 Livro 02

·       Emancipação do Município de Urupema/SC - De 02 a 283 páginas

·       Telegramas - De 284 a 294 páginas

·       Emancipação de outros municípios - De 295 a 331 páginas

 

Livro 03

·               Cartas, Registros do Judiciário, Ofícios e Correspondências para a Delegacia de Sant’Ana e Urupema/SC - De 01 a 67 páginas

 

Livro 04

·               Imprensa e Notícias sobre Urupema a partir do Jornal O Colibri, manuscrito da Escola Estadual mista de Sant’Ana data 31/03/1941

·               Jornais de 1941 a 1992 - De 01 a 79 páginas


A Administração Municipal de Urupema, no exercício do cuidado, cumpriu com a proposta de reabertura, renovou e entregou aos munícipes, em 15 de outubro de 2020, este espaço de cultura, que enaltece nossa comunidade.


Placa inaugurativa de Revitalização.

   

Através de rápida viagem pela “linha do tempo,” relatamos um pouco do histórico da Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza - Urupema/SC, em suas duas fases de instalação.

Na próxima matéria, Eleni Cássia Vieira apresentará o conceito desenvolvido para reimplantação desse espaço cultural.    

            Urupema é uma questão de paixão..... como escrevi no início da matéria.

Em maio de 2020, recebemos da Câmara de Vereadores local, o título de Cidadania de Urupema, por proposição do vereador e amigo Edegar Muniz, o Tio Dega.  Infelizmente, por conta da pandemia, ainda não recebido, mas já motivo de muito orgulho para nós.  E temos uma certeza:

Através da história, podemos conhecer o registro da experiência de várias gerações que nos antecederam. Todas as pessoas podem e devem buscar nesse acervo, informações, conhecimentos, lições de vida e sabedoria. Só assim, podemos dizer realmente, que somos herdeiros do passado”.    

Venha conhecer a Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza!

A Neide de Oliveira e a Marlene Andrade, diretora municipal de Cultura, estarão lá para bem recebê-los.


Horário de funcionamento - de 3ª feira a 6ª feira, das 09:00 às 18:00 horas.

Sábado e Domingo - temporariamente fechada em razão da pandemia - agendar por telefone – (49) 3236-3094.

 

 



[i] Carlos Roberto Solera, autor deste texto sobre a história e instalação da Casa de Cultura de Urupema, é odontólogo, escritor e consultor em Turismo Rural e Cultural.