sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Parzinho de vasos

      Como o Natal se aproxima, aproveitamos para postar um conto (Parzinho de Vasos), escrito pela "Vó Ismênia" no Natal de 1991, dedicado a sua neta Carina.


     Desde o começo de dezembro, sempre à mesma hora, os moradores do centro da cidadezinha de São Joaquim viam passar, muito sérias e arrumadinhas, as duas meninas. Eram gêmeas e conhecidas de todos, que as chamavam “o parzinho de vasos”, pois de pareciam muito, andavam sempre juntas, tudo repartiam e compartilhavam.
Todos sabiam o itinerário e o objetivo da caminhada. Entreolhavam-se e sorriam misteriosamente. De dentro das casas, de vez em quando, alguém perguntava:
- As gêmeas já passaram?
- Sim, respondia quem observava, agora mesmo!
     As meninas caminhavam rapidamente, sem olhar para os lados, mas via-se que seus olhos brilhavam de ansiedade e emoção. Só paravam em frente à vitrine da Casa Martorano. Ali estavam expostos brinquedos, lindamente arrumados para o Natal. Mas as irmãzinhas só tinham olhos para duas bonecas colocadas lado a lado, no centro da vitrine. Eram realmente bonitas, diferentes de todas as que as meninas da cidade tinham visto até ali: eram bastante grandes, em fina porcelana, os cabelos compridos e louros, os olhos que abriam e fechavam delicadamente, com pestanas densas e escuras. Os lábios vermelhos deixavam ver uma fileira de dentes alvos. Em tudo iguais, num ponto diferiam: na cor dos olhos. Uma delas os tinha muito verdes, e o vestido, para combinar, era também verde, cheio de babados, rendas e fitas. A outra tinha os olhos castanhos, transparentes, e estava vestida de vermelho. As meninas, a quem sempre eram contadas histórias de fadas, pensavam que eram princesinhas encantadas...
     Segurando no cano dourado que protegia a vitrine, as crianças, alheias a tudo, permaneciam longo tempo observando as bonecas. Cada uma já escolhera a sua, até já lhes dera nomes: uma se chamaria Nina Rosa, a outra Rosa Maria. A mãe, confidente de tudo, aprovava a escolha. As três conversavam longamente sobre o assunto. As meninas sabiam que as bonecas eram muito caras, fora do alcance do ganho do pai, mas continuavam a sonhar... A mãe, como as demais pessoas da vila, sorria doce e misteriosamente.
     Na véspera do Natal, as meninas foram olhar mais uma vez a vitrine. Estava vazia! Lágrimas silenciosas rolaram pelos rostinhos: sabiam que as bonecas já haviam sido vendidas. Voltaram apressadas, para contar à mãe a desgraça. Esta as abraçou e consolou como pôde. Quem sabe não teriam uma surpresa? Mas elas sabiam que o papai não podia comprá-las, que outras meninas ficariam com as “suas” bonecas.
     Assim, a beleza da preparação da festa de Natal estava estragada para o “parzinho de vasos”. A visão de Nina Rosa e Rosa Maria não saía de suas cabecinhas.
     Ao entardecer da véspera de Natal, todos muito bonitos em suas roupas novas, sentaram-se na sala para receber os presentes. Eram nove irmãos e cada um ganharia somente um presente, entregue conforme a idade; a cada presente, a mãe tinha um sorriso para os dois pares de olhos negros, fixos nela com ansiedade.
     Quando, por fim, chegou a vez das gêmeas, a mãe saiu do quarto onde estavam trancados os presentes, com duas grandes caixas, uma embrulhada em papel verde e a outra em papel vermelho. Paralisadas pela emoção, as meninas olhavam para as caixas que lhe eram estendidas, sem poder mexer-se. Olhos arregalados, os corações batendo como as asas de um beija-flor, as menininhas não podiam acreditar no que estavam vendo. Os pais e os irmãos mais velhos olhavam, emocionados, a felicidade das crianças. O pai as abraçou ternamente e as empurrou de mansinho para a mãe...
     Enquanto aguardavam a ceia, as meninas, já agora segurando nos braços as bonecas, refizeram, pela última vez, o caminho.
     Os vizinhos viram passar as figurinhas, que lhes sorriam enlevadas; percebiam, porém, que o sorriso era puro encantamento, e que as meninas sorriam, na verdade, para algo invisível...
     As pessoas fechavam suavemente as janelas, após a passagem das crianças, e pensavam, com os corações leves, que o mundo, afinal, naquela noite, estava muito mais bonito...

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Algumas famílias européias que se instalaram na Serra Catarinense - FAMÍLIA FONTANELA

        
     Entre os levantamentos de famílias radicadas em São Joaquim, feitos por ENEDINO BATISTA RIBEIRO ao redor do ano de 1950, mas já iniciados em 1924, encontra-se o da FAMÍLIA FONTANELA, de origem italiana, sobre a qual deixou os dados que seguem, certamente muito incompletos ainda.
           

PRIMEIROS REPRESENTANTES DA FAMÍLIA FONTANELA EM SC:


MARCOS FONTANELA
Data de nascimento: 29.10.1874
Data de falecimento: 18. 08. 1949
Pai: João Fontanela (faleceu em 1938 – aos 95 anos) - Itália
Mãe: Francisca Fontanela Castelon - Itália

Esposa:
MAGDALENA FONTANELA DE BONA, adotando no Brasil o formato de Maddalena Fontanella
Local e data de nascimento: Itália, 04.12.1876 [1]
Pai: Matteo de Bona [1]
Mãe: Domenica Damian [1]

FILHOS:

1 – JOÃO FONTANELA NETO
Nasceu em Urussanga em 22.04.1895
Esposa: GILBERTINA CASSÃO FONTANELA
Nº de filhos : 07

2 – DOMINGAS FONTANELA CRUZ,
Nascida em 1898, em São Joaquim-SC (Dado obtido no site Genoom, postados por Rogério Palma de Lima).
Esposo: GREGÓRIO PEREIRA DA CRUZ
Casamento: 27 de julho de 1918
Nota: Domingas foi a segunda esposa de Gregório Pereira da Cruz; Gregório era viúvo de Maria da Conceição (Dado obtido no site Genoom, postado por Rogério Palma de Lima).

3 – LETÍCIA FONTANELA
Ficou solteira.

4 – POMPÍLIO FONTANELA
Casou:
1ª vez: OLÍVIA MATTOS
2ª vez: ADELINA DE SOUZA FONTANELA

5 – DOZALINA FONTANELA
Esposo: TEÓFILO VITORINO DA SILVA
Nº de filhos: 03

6 – ROSÁLIA FONTANELA
Ficou solteira.

7 – HONÓRIO FONTANELA
Nasceu: 13.03.1907
Esposa: MARIA COUTO FONTANELA
Nasceu: 22.02. 1907
Nº de filhos: 03

8 – DIAMANTINA FONTANELA CÓRDOVA
Esposo: VIDALINO DE SOUZA CÓRDOVA
Nº de filhos: 11

9 – LÍDIO FONTANELA
Esposa: JUREMA BRASIL FONTANELA
Nº de filhos: 11

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[1] Agradecimento a Flávia Cordova, que nos enviou a correção dos dados.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Algumas Famílias Européias que se Instalaram na Serra Catarinense - RANIER CASSETARI



INVENTÁRIO de RANIER CASSETARI
Filho de JACOB CASSETARI e de ANGÉLICA CASSETARI,
Naturais da Itália (Toscana)
Ancestrais da FAMÍLIA CASSETARI, radicada em Bom Jardim, SC.


INVENTARIO JUDICIAL DE 1937 (Sem testamento)


Fonte: Processo arquivado na 2ª Vara Cível do Fórum de São Joaquim
Processo nº 861 – Livro 4 – Fls33

Inventariado: RANIER CASSETARI (“Plácido” Ranier “Cassettari” com dois “t”? – não consta com essa grafia em seu inventário).     
Inventariante: ADALBERTO VIEIRA DO AMARAL (genro)      
Data da morte: Bom Jardim, 06.05.1937 (às 18h)
            Faleceu em sua residência, aos 71 anos, tendo nascido, pois, em 1866. “Causa mortis”: Câncer de fígado. O sepultamento se deu no cemitério da sede do Distrito. O óbito foi firmado pelo Dr. José Ribeiro Martins.
            O falecido era de cor branca, natural da Itália, domiciliado e residente em Bom Jardim, viúvo de D. EMÍLIA TEIXEIRA CASSETARI, filha de Liberato Teixeira (já falecido em 1937) e D. Clarinda Maria de Saldanha (ainda viva em 1937). Assinou a certidão Jardelino Maciel, oficial de Registro Civil e Tabelião Distrital Interino.
Juízo da Comarca de São Joaquim da Costa da Serra – SC.
Juiz de Direito e de Órfãos: Dr. Tiago Ribeiro Pontes.
Escrivães: Enedino Batista Ribeiro e Gil Brasil.
Curador Geral de Órfãos: Brazílio Celestino de Oliveira Júnior.
Data da autuação: 07.06.1937.

Notificação: os herdeiros foram notificados no Distrito de Bom Jardim, onde todos eram domiciliados, menos Fredolino Cassetari, por ser domiciliado em Vacaria.
    
Monte Mor (montante dos bens): 180:922$000 (cento e oitenta contos, novecentos e vinte e dois mil réis)   
Nota: Segundo o historiador Gilberto Machado, quem tivesse dez contos de réis já era abastado, quem tivesse cem contos era milionário; categoria econômica em que, portanto, enquadrava-se Ranier  Cassetari.
           
                         
ROL DOS HERDEIROS:

1-   GERBINA CASSETARI, 42 anos (nascida em 15.06.1895 /F.: ?), c.c. Gervásio Pereira do Amaral (20.10.1898 – F.: ?), filho de José Custódio Pereira e D. Herculana Pereira do Amaral.

2-  FREDOLINO CASSETARI, 40 anos  (nascido em 15.09.1897 /  F: ?), c.c. Lígia de Campos Cassetari.
     Domicílio: Vacaria, RS.

3-  SYLVIO CASSETARI, 36 anos(nascido em  12.01.1901 /  F: ?), c.c. ?
    
4-  EMILIANO CASSETARI, 35 anos (nascido em 30.08.1902 /  ? ), c.c. ?
          Residente no município de Criciúma por ocasião da sobrepartilha havida em 1944.

5- ITÁLIA CASSETARI, 34 anos (nascida em  20.08.1903 /           ), c.c. Adalberto Vieira do Amaral (n. em30.03.1898 /        ), filho de Prudente Luiz Vieira (falecido em 24.02.1921) e de D. Maria dos Prazeres do Amaral Vieira, proprietários da Fazenda Tijucas.
     Prudente Luiz Vieira era filho de João Luiz Vieira e Ana Maria Domingues Arruda.
     Maria dos Prazeres era filha de Antônio Caetano (“Cachoeira”) do Amaral e de Anna Borges do Amaral, nascida em junho de 1849 em São Francisco de Paula, RS.
    
6- LIBERALINO CASSETARI, 22 anos, solteiro (nasc. em ?  /  F: ?), depois c.c.  ?
     

Nota:
Após o falecimento da primeira esposa, Ranier casou-se com MARIA MACIEL, filha de Cláudio Maciel. A segunda mulher não é citada no inventário de Ranier Cassetari.

                            
AVALIAÇÃO DOS BENS:
Avaliadores: Manoel Teixeira e Horácio de Silva Dutra.

BENS MÓVEIS:
São relacionados no inventário os bens móveis, bem como os semoventes (os animais), mas que, por falta de tempo da pesquisadora de ficar muitos dias em São Joaquim trabalhando no Fórum, relacionou apenas os BENS DE RAIZ, que, além da relação completa dos nomes da  família do inventariado, são  também objeto de estudo em sua pesquisas, para que a comunidade e os estudiosos possam ter uma visão abrangente de como as terras de nossa região foram passando de mão em mão, através das gerações.

BENS DE RAIZ:
1 – Uma fazenda de campos e matos para indústria pastoril, contendo a área superficial de quarenta e um milhões, cento e setenta e oito mil metros quadrados, compreendida das invernadas da “VARGINHA”, “SÃO JOSÉ”, e “MORRO GRANDE”, situada nesta comarca, havida na meação do inventário procedido por falecimento de D. EMILIA TEIXEIRA CASSETARI, com as seguintes confrontações: de um lado, Venâncio Borges de Carvalho e herdeiros de Marcolino Borges; de outro, com Liberalino Casseteri e o rio Pelotas; de outro, o rio das Contas; e, por outro lado, com Antônio Gonçalves Padilha (dono da Fazenda “Quinze Dias”) e Pedro Gonçalves Padilha, e outros.
Valor: cento e sessenta e quatro contos setecentos e doze mil réis     164:712$000

2 – Uma casa de moradia construída de madeira, pintada, assoalhada, forrada e envidraçada, com suas dependências e benfeitorias, situada na FAZENDA “SÃO JOSÉ”.
Valor: hum conto e seiscentos mil réis                                                1:600$000

3 – Uma casa de moradia bastante velha, tendo um potreiro anexo, situada na vila de Bom Jardim.
Valor: hum conto de réis                                                                      1:000$000

4 – Outra casa, de madeira, própria para casa comercial e moradia, com potreiro anexo, no Segundo Distrito, em sua sede.
Valor: hum conto e duzentos mil réis                                                   1:200$000


       
CONCLUSÃO DAS AVALIAÇÕES:

Terrenos-------------------------164:712$000
Semoventes (não descritos)----12:410$000
Casas -----------------------------  3:800$000
                                                _________
Monte Mor                              180:922$000                   
Legítima de cada herdeiro------30:153$000
     
SOBREPARTILHA:

Após os inventários de D. EMÍLIA (maio de 1928) e de RANIER CASSETARI (julho de 1937), os herdeiros mandaram medir e dividir amigavelmente pelo agrimensor Simeão do Nascimento Molta as terras situadas na FAZENDA “SÃO BENTO”, no Distrito Cambajuva, para efeito de venda, quando ficou comprovado não terem sido partilhados sete milhões seiscentos e dezesseis mil metros quadrados nos inventários normais (7.616.000m) de terras de campos de criar.
As terras são originárias de compras devidamente transcritas no Registro de Imóveis da comarca: confrontam, ao Norte, com Joaquim Antônio Ramos, ao Sul, com a Serra Geral, a Leste, com Joaquim Antônio Ramos e Joaquim Alano de Souza, a Oeste, com os Irmãos Bortoluzzi e com Fredolino Cassetari, a Este, com o rio das Contas. O valor do bem descrito é de trinta e oito mil cruzeiros (atenção para a mudança da moeda!). O inventariante declara apresentar ao Juízo deste inventário quaisquer outros bens que porventura existirem.
São Joaquim, 24.02.1944.
Escrivão: Antônio Brasil.
Juiz: Dr. Aristeu Rui de Gouvêa Schiefler.
Avaliador: José Alípio Pereira
O imóvel foi avaliado por    45.696,00.
Legítimas de  7.616,00.

SEGUNDA SOBREPARTILHA:

Em 04.12.1944 houve início de mais uma sobrepartilha na mesma área da FAZENDA “SÃO BENTO”, pois, por novo equívoco, faltaram para sobrepartilhar mais dois milhões de metros quadrados.
Nesta última sobrepartilha o herdeiro Liberalino Cassetari já estava casado, e residindo em Cambajuvas, na mesma situação dos demais herdeiros. O avaliador, desta vez, foi o cidadão José Dutra. Substituindo o juiz, trabalhou o cidadão Teobaldo Liberato Vieira. As terras foram avaliadas em Cr$12.000,00 ( doze mil cruzeiros), cabendo a cada herdeiro a legítima de Cr$2.000,00.


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            No registro de casamento de Ranier Cassetari, L1 do Cartório do Sr. Acácio Flores, na cidade de São Joaquim, consta:

Casamento: 07.06.1892 (no Quarteirão de S. José, Comarca de São Joaquim da Costa da Serra).

Noivos:
Ranier Cassetari, 26 anos, negociante, natural da Itália, Província de Castelúcia (?), residente nesta Comarca, filho legítimo de Jacob Cassetari e D. Francisca Cassetari.
Emília Teixeira de Saldanha, 15 anos, natural e residente nesta Comarca, profissão serviço doméstico, filha legítima de Liberato Henrique Teixeira e D. Clarinda Maria de Saldanha.

Juiz de Paz: o cidadão tenente Manoel Bento Ribeiro.
Escrivão oficial do Registro Civil: Polycarpo Paulino dos Santos.
Testemunhas:
Antônio Caetano do Amaral, de 40 anos, fazendeiro.
Prudente Luiz Vieira, de 34 anos, fazendeiro.

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            Ao lado desse registro de casamento, acompanha o seguinte mandado judicial dos autos 063.06.003298-0 (1ª Vara desta Comarca): “Fica retificado o nome do Sr. Ranier Cassetari, que passa a ser: PLÁCIDO RANIERI CASSETTARI. Foi retificado o nome do pai dele, de Jacob Cassetari, que passa a ser: JACOPO CASSETTARI. Foi retificado o nome da mãe, de Francisca Cassetari, que passa a ser: ANGÉLICA CASSETTARI. O referido mandado fica arquivado neste cartório.
São Joaquim, 12.02.2007. Dou fé Iveraldo Tadeu dos Santos. Escrevente Juramentado.

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DADOS COMPLEMENTARES SOBRE RANIER CASSETARI, ENCONTRADOS NO LIVRO “BOM JARDIM, UM POUCO DE SUA HISTÓRIA”, de Helena Zandonadi.

Ranier Cassetari fez parte do grupo de oito moradores do Segundo Distrito de São Joaquim, que lutaram para tornar Bom Jardim emancipado:

1 – JOSÉ CAETANO DO AMARAL, c.c. Adélia Amaral de Souza;
2 – MANOEL IGNÁCIO DA SILVA ESTEVES, c.c. Ismênia Batista de Souza Esteves;
3 – ANTÃO DE PAULA VELHO, c.c Adelaide do Amaral Velho;
4 – PRUDENTE LUIZ VIEIRA, c.c. Maria dos Prazeres Amaral;
5 – MANOEL CECÍLIO RIBEIRO, c.c. Rosalina de Souza e Oliveira;
6 – TAURINO GONÇALVES PADILHA,c.c.Maria Antônia Damaceno;
7 - JOAQUIM RODRIGUES PEREIRA, “JOAQUIM EZÍRIO”, c.c. Maria Angélica Ribeiro;
8 – RANIER CASSETARI, c.c. Emília Teixeira de Saldanha.

“RANIER veio para o Brasil de navio, acompanhado de seus dois irmãos, Mário e José, e do amigo Samuel Guazzelli (avô do ex-governador do RS, Sinval Guazzelli). Aportou em São Paulo, seguindo mais tarde com o irmão José para o Rio Grande do Sul, especificamente para Vacaria. Iniciou sua vida econômica como vendedor ambulante de fitas e adornos femininos, em balaios. Depois de algum tempo, comprou um cargueiro, para dar prosseguimento aos negócios. Fixou residência em Bom Jardim da Serra, próximo ao rio Pelotas, depois propriedade do Sr. Valtrick. Em sociedade com o sogro abriu um armazém. Fazia a lista do que os fazendeiros precisavam e se dirigia a Porto Alegre para buscar as mercadorias em tropas de mula, aproximadamente 20 cargueiros. Efetuava a venda com até um ano de prazo, e o pagamento poderia ser em dinheiro ou mercadoria. Foi o pioneiro do comércio na região. Possuía o único armazém que vendia tecidos para São Joaquim e região. Pessoa de espírito brincalhão, divertido e religioso, sempre bem-humorado, possuía boas relações e muito rápido de raciocínio, quando se tratava de fazer negócio. O lucro obtido lhe rendeu o suficiente para comprar sua primeira fazenda (localizada em São José – Bom Jardim). Desde então aplicou todos os lucros em aquisição de terras. Teve vida pública bastante expressiva: para um italiano de sotaque carregado, sempre se fez comunicar muito bem, alcançando bom nível de entrosamento com as famílias tradicionais da época. Doou em dinheiro o equivalente a 125mil metros quadrados de terras para a mitra. Foi o primeiro presidente do Clube Bonjardinense. Teve seis filhos de seu primeiro casamento.”

Nota: Segundo informação de descendente atual (em 16.02.2007, em Florianópolis), os restos mortais de Ranier Cassetari foram transladados para o cemitério de Urussanga, onde vive parte da Família Cassetari.


Fontes:
- Inventário de Ranier Cassetari, arquivado na 2ª Vara do Fórum de São Joaquim.
- Acervos particulares de Enedino Batista Ribeiro e de Ismênia Ribeiro Schneider.
- ZANDONADI, Helena. Bom Jardim, um pouco de sua história.
 





quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Francisco Palma (Chico Palma) - Dados genealógicos



            Chico Palma nasceu em São Joaquim, Santa Catarina, no dia 17 de maio de 1894. Era filho de INÁCIO DA SILVA MATTOS e de dona ISMÊNIA PEREIRA MACHADO.
            Inácio da Silva Mattos, mais conhecido por Inácio Palma (assim chamado por causa da Fazenda das Palmas), nasceu aí por volta de 1860, foi casado com Ismênia Pereira Machado e faleceu na sua fazenda “Antonina”, antes chamada de Fazenda das Palmas, no município de São Joaquim (SC), no dia 15 de julho de 1935, aproximadamente às 18 horas.
            A noite do velório de Inácio ficou assinalada pela passagem do fenômeno grandioso e sempre sugestivo de um eclipse total da lua, que teve início logo depois das 24 horas e só terminou ao clarear do dia 16. Foi sepultado no cemitério público da cidade de São Joaquim, tendo falecido com a idade de 75 anos.
Casamento de Inácio e Ismênia Pereira Machado: 21 de fevereiro de 1886, perante o Rev. Pe. Antônio Luiz Esteves de Carvalho e das testemunhas Antônio Palhano de Jesus e José Joaquim de Souza.
            Ismênia Pereira Machado nasceu entre os anos 1869 e 1870, em Santana do município de São Joaquim. Faleceu na cidade de São Joaquim, em cujo cemitério está sepultada, no dia 6 de setembro de 1934, com 65 anos de idade.


Avós de Chico Palma:
Paternos: Antônio da Silva Matos e Maria Palhano Prestes
Maternos: Leonel Caetano da Silva Machado e Florinda Pereira de Jesus (ou Florinda Pereira Machado, como também aparece em alguns documentos).


Esposa de Chico Palma:
AMÁLIA BATHKE PALMA, nascida em São Joaquim, em 28 de agosto de 1898, filha de Paulo Bathke e sua mulher dona Maria Olinda Ribeiro Bathke (filha de Manoel da Silva Ribeiro Junior).
Data do casamento: 20/12/1916.

Filhos do casal Chico Palma e Amália: 
1.      LECENDINO PALMA, nascido em São Joaquim, no dia 18 de setembro de 1917. Casado com Anariolina de Lima Palma. Filha única: Cleusa Terezinha Palma.

2.      EUTÁLIO PALMA, nasceu em 30 de outubro de 1919, e casou-se com Joaquina Waltricke. Três filhas.
3.      PÚBLIO PALMA, nascido em São Joaquim a 18 de setembro de 1928.
4.      ELTON INÁCIO PALMA, nasceu em São Joaquim no dia 23 de setembro de 1944.


Fonte:
Dados de Enedino Batista Ribeiro, retirados de um caderno datilografado por volta de 1950.