quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Relações entre as Famílias Souza e Ramos – Mais detalhes sobre alguns dos filhos de Vidal Ramos e Thereza Fiuza



            Ismênia Ribeiro Schneider
Cristiane Budde

Continuando as matérias anteriores, apresentamos descrição mais detalhada de quatro dos quatorze filhos de Vidal José de Oliveira Ramos [filho de Vidal José de Oliveira Ramos “Sênior” e de Júlia Baptista de Souza] e Thereza Fiuza (de Carvalho) Ramos. Destacamos esses quatro filhos em virtude da importância política que eles, ou seus filhos, tiveram em Santa Catarina e também no Brasil.
            Iniciamos, assim, por Rachel Ramos (da Silva) (nasc. 26/02/1887, Lages), filha mais velha de Vidal Ramos e Thereza, e mãe de Aderbal Ramos da Silva. Rachel casou-se com o Desembargador João Pedro da Silva (29 de junho de 1882, São José, SC – 15 de junho de 1936[i]), filho de Cel. João da Silva Ramos e de D. Maria Adolfina Sales Silva.
            Rachel era mais conhecida como “Santa”. Ela e a irmã Maria Júlia cuidaram do pai, Vidal Ramos (Junior), quando este permaneceu em Florianópolis, por volta de 1943. Rachel também o acompanhou em uma viagem de recordações, quando foi a Lages para ver as obras de seu filho, Vidalzinho, enquanto Prefeito Municipal. Mais tarde, em 1946, a filha Ruth assumiu os cuidados do pai, substituindo Rachel e Maria Júlia[ii].

Filhos de Rachel Ramos e João Pedro da Silva[ii]:

TN6.5.3.2.1 – Irene.

TN6.5.3.2.2 – Aderbal Ramos da Silva (18/01/1911, Florianópolis – 13/02/1985, Florianópolis[iii]). Estudou Direito no Rio de Janeiro, onde morou com o avô Vidal Ramos (Jr.), graduando-se em 1932[ii,iii]. Começou o exercício da profissão no escritório de Nereu Ramos, seu tio, em Florianópolis, a quem Aderbal tinha como exemplo e orientador político[ii].
Aderbal casou-se, em 23/04/1936, com Ruth Hoepcke (nasc. 11/05/1913, Berlim – falec. 02/11/2007[iv]), filha de Carlos Hoepcke Júnior e de Anna Von Wangenhein Hoepcke.
Em 1934, Aderbal elegeu-se deputado estadual e em 2 de dezembro de 1945, com o fim da ditadura Vargas, foi eleito deputado federal, sem, contudo, exercer o mandato, pois foi eleito Governador do Estado de Santa Catarina. Assumiu o cargo em 1947, sendo, à época, “o mais jovem mandatário estadual do Brasil, com apenas 36 anos” (PEREIRA, 2011, p.98). Foi forçado a se licenciar em meados de 1948 até 1949, devido a uma moléstia nos pulmões. Depois, retornou ao cargo, concluindo seu mandato em 31 de janeiro de 1951[ii,iii].
Durante sua gestão, preocupou-se, em especial, em dotar de energia elétrica, água e esgoto as principais cidades do estado. Além disso, deu atenção à educação, aos transportes, à saúde e aos esportes, sendo grande apoiador do iatismo e da vela, dos clubes de remo e do futebol[ii,iii].
Aderbal deixou duas filhas: Anita (nasc. 28/03/1937) e Silvia (nasc. 28/05/1945).

TN6.5.3.2.3 – Hélio.

TN6.5.3.2.4 – Hilda.

TN6.5.3.2.5 – Maria Tereza, c.c. Adalberto Tolentino de Carvalho (foi Prefeito de Florianópolis, nomeado pelo Governo estadual. Mandato: de 16 de julho de 1947 a 30 de janeiro de 1951[v]).   


Figura 1 - Aderbal Ramos da Silva (Fonte: Ramos Filho, Celso. Coxilha Rica).

Outro filho de Vidal Ramos e Thereza Fiuza que merece destaque é Nereu de Oliveira Ramos (nasc. 03/09/1888, Lages - 16/06/1958, São José dos Pinhais-PR), que foi o segundo filho do casal. Nereu casou-se com Beatriz Paranhos Pederneiras, “Sisete” (09/10/1898 – 01/06/1991), com quem teve quatro filhos[ii]:
TN6.5.3.2.1 - Olga Ramos de Paula (nasc. 29/06/1917), c.c. Augusto F. de Paula (26/07/1907 – 03/04/1956).
TN6.5.3.2.2 - Nereu Ramos Filho (nasc. 27/07/1918), c.c. Maria Adriano Ramos (nasc. 25/02/1927).
TN6.5.3.2.3 - Murilo Pederneiras Ramos (nasc. 27/06/1920 – 30/03/1999[vi]), c.c. Ligia Lea Bauer Ramos (nasc. 12/10/1922).
TN6.5.3.2.4 - Rubens Pederneiras Ramos (nasc. 13/12/1921), c.c. Mirza Simone Gheur (nasc. 08/11/1922).

Nereu Ramos ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo em 1905, formando-se bacharel em 1909, quando retornou a Lages e montou escritório de advocacia. Em 1911, mudou-se para Florianópolis, onde continuou sua carreira política e no jornalismo, quando foi eleito Deputado Estadual[ii]. No ano seguinte, contudo, renunciou ao cargo por ter sido escolhido Secretário da Delegação Brasileira nas Conferências Internacionais de Direito Marítimo e Letras de Câmbio, realizadas em Haya e Bruxellas[ii].
Foi Oficial de Gabinete do pai, o Governador Vidal Ramos. Em 1919, foi eleito Deputado Estadual[ii] e primeiro Presidente do Partido Liberal Catarinense, em 1927[ii], e em 1930, foi eleito Deputado Federal. Porém, seu mandato foi extinto devido ao fechamento do Congresso[ii].
Ele foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Santa Catarina, em 1932, onde lecionou. Em 1933, foi eleito Deputado da Constituinte, e em 1935 é eleito Governador, sendo nomeado interventor em 1937, permanecendo nesse cargo até 1945[ii].
Em 1946, é eleito Senador pelo PSD (Partido Social Democrático). Em outubro de 1954, assumiu o Senado e, no ano seguinte, foi vice-presidente da casa[vii].
Após o suicídio de Getúlio Vargas, em agosto de 1954, e o licenciamento de Café Filho (vice-presidente) por motivos de saúde, em novembro de 1955, assumiu a presidência Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados. Entretanto, este foi deposto do cargo, pois havia um temor de que a posse de Juscelino Kubitschek pudesse ser impedida[vii,viii]. Assim, Nereu Ramos assumiu a presidência da República, seguindo a linha de sucessão, até que J.K. tomasse posse em em 31 de janeiro de 1956[viii]. Com a posse de Juscelino Kubitschek, Nereu assumiu o Ministério da Justiça[ii].
Nereu Ramos faleceu em 16 de junho de 1958 em um desastre aviatório, em que morreram também o Governador Jorge Lacerda e o Deputado Leoberto Leal.
  
Figura 2 - Nereu Ramos. (Fonte: Ramos Filho, Celso. Coxilha Rica).

Celso de Oliveira Ramos (nasc. 18/12/1897, Lages – 01/04/1996, Florianópolis), também filho de Vidal Ramos e Thereza, c.c. Edith Muller Gama (nasc. 17/04/1904, Blumenau – falec. 13/09/1974), filha de Ayres de Albuquerque Gama e de Augusta Muller Gama. Edith residia em Florianópolis, e após o casamento, os dois foram morar em Lages, na Fazenda Pinheiro Seco, na Coxilha Rica. Segundo Celso Ramos Filho (2002, p. 184),
“foi uma radical transformação na vida de Edith, que contando apenas 18 anos, filha de Desembargador, criada na cidade, com curso de piano e outras qualidades, de uma hora para outra, deixa este conforto para ir morar com o marido no interior de Lages, em uma fazenda. Edith acabou seguindo o exemplo de Thereza, mãe de Celso, que educada nos melhores colégios de São Paulo, com apenas 15 anos, casou com Vidal Ramos e passou a residir na fazenda, com o marido, chegando a ter 14 filhos”.

            Celso Ramos foi vice-prefeito de Lages, tendo assumido interinamente, por alguns dias em 1931, a Prefeitura quando Otávio Silveira Filho teve que se afastar temporariamente[ii].
Em 1938, a família transferiu residência para Florianópolis, e Celso Ramos passou a se dedicar ao comércio e à indústria[ii]. Ele “foi o fundador da FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina) e seu primeiro presidente, sendo reeleito por três períodos consecutivos. Criou ainda, a Fundação Vidal Ramos, mantenedora da Faculdade de Serviço Social, e a Faculdade de Educação” (DC, 1993).



Figura 3 - Celso Ramos e Edith em 1922, ano do casamento. (Fonte: Celso Ramos Filho, 2002)

            O falecimento do irmão Nereu Ramos, em um acidente aéreo, foi decisivo para a carreira política de Celso Ramos. Segundo matéria do Diário Catarinense (1993),
As eleições para o Senado já estavam marcadas e Nereu inclusive viajava para a Capital Federal, então Rio de Janeiro, depois de participar de uma convenção do PSD estadual.
O acidente obrigou a revisar as candidaturas existentes. Celso, que era o presidente estadual do PSD, ficou então com a obrigação moral de substituir Nereu para manter viva a legenda do partido.
Faltando apenas alguns meses para o pleito, ele decidiu-se por postular o voto pessoal na tentativa de bater o forte candidato da UDN ao Senado, Irineu Bornhausen. Pela primeira vez na história política catarinense, um candidato usou o rádio, na época, o meio de comunicação mais atual, como forma efetiva de propaganda.
Acabou derrotado pelo experiente Irineu Bornhausen, mas por uma pequena margem de votos para quem estreava em disputas eleitorais.
Em 31 de fevereiro de 1961, Celso Ramos toma posse como Governador do Estado de Santa Catarina, e em março, um mês depois de sua posse, abre as portas do Palácio Rosado para uma reunião histórica. Sentaram-se em torno da mesma mesa o presidente Jânio Quadros e os governadores da região sul do Brasil, Leonel Brizola, do Rio Grande do Sul, e Ney Braga, do Paraná.
Infelizmente, os acordos costurados no encontro acabaram não se concretizando. No dia 25 de agosto do mesmo ano, quando os três governadores teriam uma reunião em Porto Alegre com o presidente, para avaliar o encontro de março, Jânio Quadros renunciou”.

Foi Governador do Estado de Santa Catarina de 31 de janeiro de 1961 a 31 de janeiro de 1966, período em que inaugurou “um banco estadual (BESC), uma universidade (UDESC), uma concessionária de energia (CELESC) e um fundo de desenvolvimento (FUNDEC)” (DC, 1993). Além disso, implantou, com os governadores do Paraná e do Rio Grande do Sul, o Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e o Conselho de Desenvolvimento do Extremo Sul (Codesul)[ii].
             Em 1966, foi eleito Senador Federal, deixando o mandato em 1974 para dedicar-se à pecuária no interior da Ilha de Santa Catarina, na Fazenda Santa Thereza[ii].

Celso Ramos e Edith tiveram seis filhos[ii,ix].:
TN6.5.3.7.1 – Doris Ramos Gomes (nasc. 25/05/1923, Lages), c.c. Abelardo da Silva Gomes (20/09/1916 – 24/08/1978). Abelardo foi Procurador da República em Santa Catarina[ii].
TN6.5.3.7.2 – Celso Ramos Filho (nasc. 16/12/1924, Lages[ii] – 05/10/2016, Florianópolis[x]) c.c. Maria Júlia Medeiros. Casamento em 19/10/1949.
Celso Ramos Filho é autor do Livro Coxilha Rica: Genealogia da Família Ramos, Florianópolis: Insular, 2002.
Celso Filho engenheiro civil, fundador e primeiro presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA)-SC e político brasileiro. Foi também professor da Cadeira de Matemática e Tecnologia da Construção da Escola Técnica Federal de SC; Secretário de Viação e Obras Públicas; Deputado Estadual, 1971-1974[ii].
TN6.5.3.7.3 – Newton Gama Ramos (nasc. 26/07/1926, Lages – 30/11/1994, Florianópolis), c.c.
1ªs núpcias: Lea Castro.
2ªs núpcias: Asta Mari Peressoni Teixiera (nasc. 27/03/1946).
TN6.5.3.7.4 – Thereza Augusta Ramos (Rizzo) (nasc. 22/07/1928, Lages), c.c.
1ªs núpcias: Zeno Rizzo (12/02/1924 – 05/01/1985).
2ªs núpcias: Guilherme Fichter.
TN6.5.3.7.5 – Wilma Ramos (Fonseca) (nasc. 03/07/1930, Lages), c.c. Ângelo Francisco Fonseca, filho de Francisco Raposo da Fonseca e Emma Elisa Frida Baggenstoss Fonseca.
TN6.5.3.7.6 – Maria Helena Ramos (Gomes) (nasc. 13/08/1931, Lages), c.c. Cesar Bastos Gomes.

Figura 4 - Celso Ramos (Fonte: Site da Secretaria executiva da Casa Militar-SC).

Por fim, destacamos o oitavo filho de Vidal Ramos e Thereza: Mauro de Oliveira Ramos (nasc. 12/10/1899, Lages – 12/01/1981, Rio de Janeiro), c.c. Dulce Grant Ramos (31/07/1907, Gravataí-RS), filha de Mário Grant, conceituado comerciante lageano, e Emília Vieira Grant[ii].
            Mauro Ramos foi nomeado Prefeito de Florianópolis, governando de 19 de julho de 1937 a 03 de dezembro de 1940. Sua administração é recordada até a atualidade, sendo que fez diversas obras importantes, dentre as quais se destacam: o alargamento da Rua Felipe Schmidt e a construção da Avenida Mauro Ramos (que hoje leva seu nome), que liga a Baía Sul à Baía Norte[ii].
            Depois, transferiu residência para o Rio de Janeiro, onde foi: Membro da Comissão da Marinha Mercante (1946-1951); Representante do Brasil na qualidade de Delegado Plenipotenciário no Conselho Consultivo Marítimo Provisório em Paris (nomeado em 1947); Superintendente da Companhia Nacional de Navegação Costeira e de outras empresas do Patrimônio Nacional (1951-1954); Diretor de Matérias Primas e Transporte da Cia. Siderúrgica Nacional (1963-1965); dentre outros cargos.
Mauro Ramos e Dulce tiveram três filhos:
TN6.5.3.8.1 – Jonas Grant Ramos (nasc. 08/11/1925, Lages), c.c. Glacys Haynes Ramos. Jonas foi médico residente no Rio de Janeiro.
TN6.5.3.8.2 – Therezinha Grant Ramos (10/12/1926 – 31/03/1927).
TN6.5.3.8.3 – Hélcio Vidal Ramos (nasc. 05/12/1928), médico residente no Rio de Janeiro.


Figura 5 - Mauro Ramos. (Fonte: Celso Ramos Filho, 2002)


Nota: No livro de Celso Ramos Filho, “Coxilha Rica: Genealogia da Família Ramos”, encontram-se mais informações sobre a Família Ramos.


Referências




[i] DAY, Adalberto. Ponte Foz do Ribeirão Garcia. 2015. Disponível em: http://www.blumenews.com.br/n/cotidiano/0/525/ponte-foz-do-ribeirao-garcia.
[ii] RAMOS FILHO, Celso. Coxilha Rica: Genealogia da Família Ramos. Florianópolis: Insular, 2002.
[iii] PEREIRA, Moacir. Aderbal Ramos da Silva. Florianópolis: Insular, 2011.
[iv] WH3. Morre Ruth Hoepcke, a viúva de Aderbal Ramos. Disponível em: http://wh3.com.br/noticia/20355/morre-ruth-hoepcke-a-viuva-de-aderbal-ramos.html.
[v] Lista de Prefeitos de Florianópolis. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_prefeitos_de_Florian%C3%B3polis.
[vi] GENI. Murilo Pederneiras Ramos. Disponível em:  https://www.geni.com/people/Murilo-Pederneiras-Ramos/6000000012429995316.
[vii] UOL. Biografia de Nereu Ramos. Disponibilizado em: http://educacao.uol.com.br/biografias/nereu-ramos.jhtm.
[viii] SAUDADES do Brasil, a era J.K.: a fotografia, cinema, vídeo, arqueologia contemporânea [catálogo]. [Projeto: Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil; criação e produção: Memória Brasil]. Rio de Janeiro: Memória Brasil: CPDOC, 1992. 111p.il.. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/6820.
[ix] DC, Diário Catarinense. Governadores de Santa Catarina 1739/1993, Florianópolis, Editora DC, 1993. p.85-87.
[x] PEREIRA, Moacir. Aos 91 anos, Celso Ramos Filho morre em Florianópolis. Diário Catarinense, 5 de outubro de 2016.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Vidal José de Oliveira Ramos (Sênior) e Júlia Baptista de Souza

Ismênia Ribeiro Schneider
Cristiane Budde

            Vidal José de Oliveira Ramos (Sênior) (nasc. 26/12/1820, bat. 06/03/1821, Lagesi - 09/01/1908[i]), filho de Laureano José Ramos e Maria Gertrudes de Moura, casou-se em primeiras núpcias com Júlia Baptista de Souza (11/05/1842 - 11/05/1883). Ela, filha de João Batista de Souza (conhecido como “Inholo”) e de Cândida dos Prazeres Córdova (bat. 07/03/1807 – falec. 240/06/1844).
O casamento aconteceu em Lages-SC, em 17 de maio de 1857.

Júlia Baptista de  Souza e Vidal Ramos (Sênior).

  
Filhos:
N6.5.1 - Belisário José de Oliveira Ramos (07/05/1854[iii], Lages - 12/09/1957[iii]), c.c. Theodora Ribeiro dos Santos (Ramos) (24/05/1860 - 02/01/1902[iii]), filha de Antonio Ribeiro dos Santos e de Theodora Ribeiro dos Santos[ii].
Casamento: 1 de junho de 1878, Lages[i], [iii].
            O casal teve 15 filhos[iii]:
BN6.5.1.1 – Adalberto Vidal Ramos (23/04/1879 – 18/01/1969).
BN6.5.1.2 – Álvaro Vidal Ramos (10/07/1880 – 07/05/1881).
BN6.5.1.3 – Adalbertina V. Ramos (25/10/1881 – 04/1893).
BN6.5.1.4 – Alberto Vidal Ramos (21/08/1882 – 20/09/1945).
BN6.5.1.5 – Júlia Ramos (23/02/1884 – 02/1886).
BN6.5.1.6 – Adélia de Oliveira Ramos (nasc. 25/09/1886 - ?), c.c. Otacílio Vieira da Costa (02/12/1883 - 13/09/1950), filho de João José Theodoro da Costa (11/09/1849 - 21/03/1931) e de Ana Domingues. Adélia e Otacílio são pais de Licurgo Ramos da Costa (04/10/1904 - 12/07/2002), historiador (autor de “O continente das Lagens”).
BN6.5.1.7 – Aristiliano Laureano Ramos (10/05/1888 – 17/07/1976).
BN6.5.1.8 – Almerinda Ramos (nasc. 29/07/1889 - ?).
BN6.5.1.9 – Aristides Batista Ramos (09/01/1891 – 22/02/1992).
BN6.5.1.10 – Alice Ramos (19/08/1892 – 07/09/1992).
BN6.5.1.11 – Anísio Vidal Ramos (16/01/1894 – 09/1895).
BN6.5.1.12 – Altina Ramos Vieira (05/07/1895 – 17/09/1994), c.c. Álvaro Ramos Vieira (09-03-1893 - 12-10-1980). Nota: Este casal é importante elo na relação entre as famílias Ramos, Vieira e Ribeiro. Por isso, em breve faremos uma matéria com essas informações.
BN6.5.1.13 – Agenor de O. Ramos (09/1896 – 10/1896).
BN6.5.1.14 – Astrogildo José O. Ramos (21/01/1897 – 28/08/1969).
BN6.5.1.15 – Alfeu de Oliveira Ramos (31/03/1899 – 15/03/1973). 

Belisário era dono da "Fazenda dos Morrinhos" (onde residiu por mais de 60 anos), da "Fazenda do Serro" e também da "Fazenda São Roque", que doou ao filho Aristiliano (que mais tarde a vendeu para Licurgo Ramos da Costa)[iii].
Segundo Celso Ramos Filho (2002), Belisário foi abastado fazendeiro e um político respeitado em toda a Região Serrana. “Em 1886 foi eleito vereador e em 07 de janeiro de 1887 foi escolhido Presidente da Câmara de Vereadores. Foi reeleito em 15 de agosto de 1893 Presidente da Câmara Municipal de Lages. Pertencia nessa época ao Partido Republicano” (p. 108).
Belisário foi também, por mais de vinte anos, Superintendente Municipal de Lages, eleito para substituir Vidal José de Oliveira Ramos, que fora chamado para ocupar o cargo de vice-governador (quando Lauro Muller fora convidado para ser Ministro da Viação do Governo Federal). Junto com o irmão, Vidal, criou o Clube 1º de Julho, ainda existente[iii].

Belisário José de Oliveira Ramos.


N6.5.2 - Maria Cândida de Oliveira Ramos (09/01/1865 - 08/07/1931, Lages), casou-se com o primo Henrique de Oliveira Ramos (13/01/1851 - 13/05/1921), filho de Henrique Ferreira Ramos e de D. Clara Leopoldina de Oliveira.
            O casal teve seis filhos[[iii]]:
BN6.5.2.1 – Vidal Ramos Neto, c.c. Maria Arruda.
BN6.5.2.2 – Henrique Ramos Junior, c.c. Maria do Espírito Santo Arruda. Henrique foi prefeito de Lages de setembro de 1932 a dezembro de 1937[[iv]].
BN6.5.2.3 – Cândido de Oliveira Ramos, “Candinho” (nasc. 11/03/1889, Lages – falec. 23/08/1949, em Cannes, França), c.c. Julieta Ramos Cezar (faleceu ainda moça, sem filhos). Cândido era médico. Depois do falecimento da esposa, foi ao Rio de Janeiro e, em seguida, a Paris para se aperfeiçoar profissionalmente. Lá, teve um filho: Marcelo de Oliveira Ramos, dentista, residente em Paris.
BN6.5.2.4 – Júlia de Oliveira Ramos, solteira.
BN6.5.2.5 – Celecina de Oliveira Ramos, c.c. Hortêncio Camargo Rosa.
BN6.5.2.6 – Maria Helena de Oliveira Ramos, c.c. João Ambrósio da Silva.

Celso Ramos Filho (2002, p. 126) menciona que Maria Cândida de Oliveira Ramos “tinha um coração boníssimo. Ajudava a todos. Seu irmão Vidal Ramos, sobre a irmã escreveu: ‘[...] no começo trabalhoso de minha vida, recebi muitos favores desinteressados de minha irmã Maria Cândida, grande amiga de minha mulher’”.

 
Henrique Ramos Júnior.

           
N6.5.3 - Vidal José de Oliveira Ramos Júnior (24/10/1866, Lages – 02/01/1954, Rio de Janeiro), c.c. Thereza Fiuza (de Carvalho) Ramos (nasc. 19/08/1870, Faxina, SP[iii] – 22/02/1924, Florianópolis[[v]]), filha de Dr. Joaquim Fiuza de Carvalho (nasc. 29/01/1841, Itapeva, SP) e Maria Francisca Quirino dos Santos.
            Dr. Joaquim Fiuza de Carvalho era Juiz de Direito de Lages[iii].
            Vidal Júnior e Thereza se casaram em 15 de outubro de 1885, em Lages. Thereza tinha 15 anos.
            Thereza, tendo perdido a mãe muito cedo, “foi morar com o casal Francisco Rangel Pestana [e Damiana Quirino dos Santos], onde recebeu aprimorada educação, nos melhores colégios de São Paulo. Rangel Pestana era muito rico e conhecido homem público.” (RAMOS FILHO, 2002, p. 129).
            Em sua autobiografia, Vidal Ramos Júnior escreveu sobre a esposa:
Minha mulher, depois de casada, assinava Thereza Fiuza Ramos, para não alongar o nome. Apesar de muito moça, era de uma rara fortaleza de ânimo. Enfrentou com coragem os trabalhos da nossa vida de Fazenda e, sobretudo, da criação e educação da numerosa prole. Devo-lhe grande parte do êxito da minha vida pública.
            Em uma época de comunicações difíceis, eu não poderia sair de casa tantas vezes, no desempenho de funções públicas, se não tivesse a certeza de que ela era capaz de assumir a direção da família e até dos nossos negócios particulares. Para criação e educação dos filhos, tudo lhe parecia fácil. Assistência constante a todos, dos maiores aos menores; trabalho de uma grande casa, mudanças frequentes, parcimônia nas despesas, nada esmorecia o seu ânimo.
            Sobrava-lhe ainda tempo dos grandes encargos domésticos para auxiliar-me no gabinete, pondo em ordem meus papéis e ocupando-se, muitas vezes, em trabalhos de cópias e ditado. Tinha excelente caligrafia (Vidal José de Oliveira Ramos Júnior, Livro "Notas sobre minha vida", 2005, pg. 40).
            Vidal foi Vereador e Superintendente Municipal de Lages (Prefeito), Deputado Provincial, Deputado Estadual, Vice-Governador, Governador por dois períodos, Deputado Federal reeleito e Senador da República reeleito. Na ocasião em que venceu a eleição para Governador pela segunda vez (1910), Vidal suprimiu o “Junior” de seu nome, passando a assinar “Vidal Ramos”[iii].
Quando Governador, Vidal deu especial atenção à Educação, sendo citado como “Reformador da Educação em Santa Catarina”.

Vidal Ramos e Thereza tiveram 14 filhos[iii]:
BN6.5.3.1 – Rachel Ramos (da Silva) (nasc. 26/02/1887, Lages), c.c. Desembargador João Pedro da Silva. São pais de Aderbal Ramos da Silva.

BN6.5.3.2 – Nereu de Oliveira Ramos (nasc. 03/09/1888, Lages - 16/06/1958, São José dos Pinhais-PR), c.c. Beatriz Paranhos Pederneiras, “Sisete” (09/10/1898 – 01/06/1991).

BN6.5.3.3 – Hugo de Oliveira Ramos (nasc. 21/05/1890, Lages), c.c. Juracy Fausto de Souza, “Ceci”, irmã do Engenheiro Celso Fausto de Sousa, que foi prefeito de Florianópolis[iii].

BN6.5.3.4 – Acácio de Oliveira Ramos (nasc. 20/02/1892, Lages – 29/07/1918). Faleceu com 26 anos de idade, solteiro.

BN6.5.3.5 – Maria Júlia Ramos (Wendhausen) (nasc. 12/01/1894, Lages – 10/06/2001, Rio de Janeiro), c.c. André Wendhausen Junior. André era Inspector da Alfândega. Maria Júlia faleceu com 107 anos.

BN6.5.3.6 – Jonas de Oliveira Ramos (nasc. 11/09/1895, Lages – 06/06/1923, Paty de Alferes, RJ). Era médico, foi importante na luta contra a gripe espanhola na região serrana.

BN6.5.3.7 – Celso Ramos (nasc. 18/12/1897, Lages – 01/04/1996, Florianópolis), c.c. Edith Muller Gama (nasc. 17/04/1904, Blumenau – falec. 13/09/1974), filha de Ayres de Albuquerque Gama e de Augusta Muller Gama.

BN6.5.3.8 – Mauro de Oliveira Ramos (nasc. 12/10/1899, Lages – 12/01/1981, Rio de Janeiro), c.c. Dulce Grant Ramos (31/07/1907, Gravataí-RS), filha de Mário Grant (conceituado comerciante lageano) e Emília Vieira Grant.

BN6.5.3. 9 – Ruth Ramos (nasc. 13/06/1901, Lages). Faleceu solteira. Segundo Celso Ramos Filho (2002, p. 252), “por esse motivo, por vocação e amor filial, coube-lhe a missão de cuidar de seu pai até o falecimento em 02-01-1952. E o fazia com muito carinho e amor”.

BN6.5.3.10 – Olga de Oliveira Ramos (nasc. 30/04/1903, Florianópolis – falec. 28/11/1915, Florianópolis). Faleceu com 12 anos de idade.

BN6.5.3.11 – Daura Ramos (Rocha) (nasc. 23/08/1905, Lages). Em 1931, Daura transferiu residência para o Rio de Janeiro, na companhia do pai, já viúvo, juntamente com Ruth, Joaquim e Nilo. Daura casou-se com Walter Rocha.

BN6.5.3.12 – Vidal Ramos Junior, “Vidalzinho” (nasc. 01/05/1908, Lages – 18/09/1962), c.c. Emília Furtado Ramos (nasc. 25/11/1910). Foi duas vezes prefeito de Lages. Faleceu em um acidente de automóvel.

BN6.5.3.13 – Joaquim Fiuza Ramos (nasc. 27/07/1910, Lages – 05/02/2001, Rio de Janeiro), c.c. Maria M. Rodrigues.

BN6.5.3.14 – Nilo Ramos (nasc. 28/04/1912, Florianópolis), c.c. Elza Muller.


Obs.: Mais informações sobre os filhos Rachel, Nereu, Celso e Mauro Ramos na próxima matéria.


Vidal Ramos (Júnior) e sua esposa Thereza Fiuza Ramos[v].

            Em segundas núpcias, Vidal José de Oliveira Ramos (Sênior) casou-se com Maria José Gaspar Godinho (ou Cândida Gaspar Godinho) (nasc. 28/06/1869, em Lages-SC[i] – falec. 1931), filha de Antonio José Godinho e de Senhorinha da Silva Motta.
Casamento: 27 de fevereiro de 1887, Lages[i].
O casal teve um filho: Carlos Vidal, “Carlinhos” (nasc. 04/01/1896 – falec. 17/05/1963). Carlinhos casou-se com Elvira de Castro, “Vivi” (29/07/1893 – 21/01/1977)[iii].



Referências


[i] LIMA, Rogério Palma. Dado inserido no Genoom.
[iii] RAMOS FILHO, Celso. Coxilha Rica: Genealogia da Família Ramos. Editora Insular: Florianópolis, 2002.
[iv] MARQUES, Paulo. Todos os Prefeitos de Lages. 2015. Disponível em: http://paulomarques.net/?p=5708. Acesso em: 29/09/2016.
[v] RAMOS (JÚNIOR), Vidal José de Oliveira. Notas sobre a minha vida, discursos e correspondências. Florianópolis: IHGSC, 2005. (Coleção Catariniana, 7)