quinta-feira, 19 de abril de 2018

Jurema Hugen Palma


Na matéria de hoje, destacamos uma personagem da cidade de São Joaquim (SC), que recebeu como homenagem, o nome de uma escola municipal: JUREMA HUGEN PALMA (nasc. 18.07.1916), filha de Francisco Hugen (21.04.1874 – 04.07.1945) e de dona Jovina Nunes Hugen (20.04.1884 -07.01.1935).
Jurema era professora, e seu nome foi dado a uma escola do município, localizada na Avenida Otavio Alves Guimaraes, no Bairro Santa Paulina. A escola “foi instalada em setembro de 1982 sob a denominação de ESCOLA ISOLADA MUNICIPAL JUREMA HUGEN PALMA, na ocasião com 30 alunos e 1 professora. No ano de 2007, através da Lei 2.775/2007 que autoriza o município a transformar a Escola Isolada em ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MUNICIPAL JUREMA HUGEN PALMA. Em agosto de 2008 se realiza o grande sonho de uma escola nova. O Bairro Santa Paulina recebe um novo e amplo prédio escolar com uma área construída de 1.603m².[i]” De acordo com o Blog da Escola, em 2015, ela atendia cerca de 341 alunos,  do Jardim III até a 8ª série e contava com um quadro de 34 funcionários.
 
Jurema Hugen Palma.



Escola Jurema Hugen Palma, foto de Cristiam B. Oliveira (2018) vinculada ao Google Maps. Segundo dados do Google, a escola se mudou para novo local.


Ancestrais de Jurema Hugen Palma:
Avós maternos: Boaventura Rodrigues Nunes e Maria Anastácia Nunes.
Bisavós maternos: Manoel Bento Rodrigues Nunes Júnior e Amélia Jacintha Ribeiro [aqui há outro parentesco: Amélia Jacintha Ribeiro era filha de Pedro José Ribeiro e Jacintha Maria de Saldanha. Pedro José era filho de João da Silva Ribeiro (Sênior) e Maria Bento de Souza].
Trisavós maternos: Manoel Bento Rodrigues Nunes e Felisbina Maria de Saldanha.
Tetravós maternos: João da Silva Ribeiro (Sênior) e Maria Benta de Souza.
Pentavós maternos: Pedro da Silva Ribeiro e Anna Maria de Saldanha.
Hexavós maternos: Manoel da Silva Ribeiro e Maria Bernarda de Espírito Santo.
Heptavós maternos: Domingos da Silva e Domingas Pereira (permaneceram em Portugal, cidade de Mondin de Bastos, Província de Trás-os-Montes).

Jurema Hugen Palma foi casada com CAETANO PALMA (nasc. 21.12.1907, livro 11 – fls. 44v, São Joaquim – falec. 30.06.1960), filho de Ignácio da Silva Mattos, “Inácio Palma” (1860 - 15/07/1935) e de Esmênia Pereira Machado (27/01/1869 - 16/09/1934), importante família joaquinense.
Matrimônio de Jurema e Caetano: 26 de janeiro de 1934, em São Joaquim (SC)[ii].


Caetano Palma.


Filhos de Jurema e Caetano:
F1 – Maria Esmênia Palma (07.10.1934 - 07/11/2014), c.c. Levy Inácio Pereira (nasc. 15.04.1936), filho de Constâncio Inácio Pereira e Jovita Nunes Pereira. Casamento de Maria Esmênia e Levy: 15.01.1955.
Filhos de Maria Esmênia e Levy[iii]:
N1.1 – Levy Inácio Palma Pereira (nasc. 15 de julho de 1962);
N1.2 – Iara Palma (nasc. 12 de janeiro de 1971).
Filha de Iara e de José Carlos de Oliveira, ex-marido:
BN1.2.1 – Renata Palma (nasc. 06/09/1991).
N1.3 – Heliane Palma.

F2 – Jovina Márcia Palma (nasc. 15.03.1936), c.c. Rogério Souza de Melo (nasc. 12.12.1935 – falec. 19.02.1993), filho de João Inácio de Melo e Adelice Souza Melo. Casamento em 31 de maio de 1958.
Filhos de Jovina Márcia e Rogérioiii:
N2.1 – Inácio Rogério Souza;
N2.2 – Regina de Fátima Palma Melo.

F3 – Inácio Palma (25.10.1940 – 13.03.1954). Faleceu atropelado por um automóvel, com 13 anos de idade.


Obs.: Correções e dados podem ser enviados para menokaribeiro@gmail.com


Referências

Caderno datilografado de Enedino Batista Ribeiro, acervo pessoal de Ismênia Ribeiro Schneider.

Livro 11, Batistérios – fls. 44v, São Joaquim.

Lembranças de família.



[i] EEBM Jurema Hugen Palma. Quem sou eu, 2015. Blogspot, organizado por Leonor S. de Souza Nunes. Disponível em: http://escolajuremahugenpalma.blogspot.com.br/. Acesso em: 17 de abril de 2018.

[ii] Documento de Matrimônio de Caetano Palma e Jurema Nunes Hugen (nome de solteira), São Joaquim (SC), 1934. Fornecido pelo pesquisador Rogério Palma de Lima. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-X3QL-HR?i=27&wc=MXYG-JPX%3A337699901%2C337699902%2C338542803&cc=2016197.

[iii] Dados inseridos no site Genoom pelo pesquisador Rogério Palma de Lima.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Rua Jorge Bleyer - Georg Carl Adolf Bleyer


Ismênia Ribeiro Schneider
Cristiane Budde

            Dedicamos a matéria de hoje a um personagem importante na medicina, na saúde pública e, também, em relação à antropologia e arqueologia brasileira, e que, conforme visto na matéria anterior, é pai de Thássilo Neves Bleyer, que foi farmacêutico em São Joaquim e Urubici.


Georg Carl Adof Bleyer (ou Jorge Carlos Adolpho Bleyer, ou ainda Jorge Clarke Bleyer) se destacou como defensor da higiene pública no estado de Santa Catarina, e publicou diversos estudos sobre medicina, zoologia, etnografia e arqueologia[i]. Recebeu também em São Joaquim (SC, no Bairro Martorano) e em Lages (SC, no Bairro Coral), nome de rua em sua homenagem: Rua Jorge Bleyer.


            
         Nasceu na Alemanha, em Hannover (21/01/1867), filho de Friedrich Karl Cristoph Caspar Bleyer (nascido em Linden, Alemanha) e de Carolyn Amalie Clarke (nascida em Manchester, Inglaterra)[i],[ii]. Jorge Bleyer diplomou-se em Ciências naturais na Alemenha, em 1888, e em Medicina Tropical na Inglaterra, em 1891[iii].
Jorge Bleyer “foi profundamente influenciado pela leitura dos livros do naturalista alemão Karl von den Steinen (1855-1929), primeiro estudioso a registrar os hábitos e costumes dos povos nativos do Brasil Central. Steinen realizara duas expedições ao Xingu na década de 1880, deixando um amplo levantamento cartográfico e etnográfico da região. Estimulado pelos relatos de Steinen, Bleyer, que ganhara como presente de formatura uma viagem à Índia e à América do Sul, aportou no Brasil em 1892. Depois de percorrer os lugares visitados por Steinen, acabou fixando-se em Blumenau, Santa Catarina”[iv].

Georg Carl Adolf Bleyer, ou, como era mais conhecido, Jorge Bleyer.

            De acordo com Costa (2003, p. 273-274), “Ao chegar ao Brasil, em 1892, [...] acabou se fixando em Blumenau, localidade catarinense onde viviam seus compatriotas e o notável Fritz Müller*. Sua chegada àquela vila, onde quase não havia médicos, foi providencial e ele logo começou a trabalhar no hospital local e em povoados próximos. O trabalho era intenso, e as condições de vida muito diferentes daquelas da Europa, a que estava acostumado. Enfrentava toda sorte de dificuldades para assistir os doentes moradores na zona rural”.

*Notas: Fritz Müller: Johann Friedrich Theodor Müller, considerado um revolucionário em política, religião e filosofia, Fritz Müller, como ficou conhecido no Brasil, foi um estudioso do meio ambiente. Foi reconhecido mundialmente pela publicação Für Darwin, para Charles Darwin no ano 1864, cinco anos após Darwin publicar a obra A Origem das Espécies. Foi o primeiro cientista a apresentar modelos matemáticos para elucidar a seleção natural e fornecer provas contundentes da mesma. Foi chamado por Darwin de O Príncipe dos Observadores. Müller deixou uma obra naturalística enorme, que contribuiu para fundamentar e enriquecer a teoria da evolução das espécies por seleção natural de Darwin e projetou o Brasil no cenário da culta ciência europeia. Disponível em: https://www.fundacaofritzmuller.com.br/site/historia. Obs.: Sabemos de três cidades que têm uma rua com o nome de Fritz Müller, em sua homenagem: Blumenau, Indaial e Florianópolis.

VER: Catálogo virtual Fritz Müller: https://issuu.com/martiusstaden/docs/catalogo_fritz_web.


No ano de 1897, encontram-se os primeiros registros acerca do segundo médico evidenciado de Lages (SC): Georg Carl Adolf Bleyer (o primeiro teria sido o Dr. Rueben Cleary)[v]. No ano seguinte, casou-se com Adelaide Augusta Neves (falec. 29/10/1954, com 75 anos[vi]), filha do Capitão João Augusto Xavier Nunes e de sua esposa Rosalina Pereira de Macedo Neves.
Matrimônio de Jorge Bleyer e Adelaide: 21 de maio de 1898, Lages (SC). Ele, com 31 anos de idade. Ela com 19 anos[vii].
Bleyer residiu também em Campos Novos (SC), São Joaquim (SC) e Palmas (PR)iii.

Assinaturas na Certidão de matrimônio de Jorge Bleyer e Adelaide Neves.


O casal, Jorge Bleyer e Adelaide, teve os seguintes filhos[ii, vi]:
- Silvio Neves Bleyer;
- Tacilo (Thassilo) Neves Bleyer;
- Hilário Neves Bleyer;
- Afonso Neves Bleyer;
- Aloisio Neves Bleyer;
- Ademar Neves Bleyer;
- Ondina Neves Bleyer;
- Carmen Bleyer Ramos. C.c. Jaui Camargo Ramos;
- Carolina Bleyer Waltrick, c.c. Leopoldo de Oliveir Waltrick;
- Angélica Bleyer de Meira Lima, viúva do major Joathan de Meira Lima.

      Bleyer orientava a população a respeito de medidas de prevenção de várias doenças, principalmente e leprai. Realizou também alguns estudos sobre a saúde indígena, e trouxe importantes contribuições para a área de bacteriologia e doenças infecciosas. Desenvolveu estudos ao lado de Adolpho Lutziii.

Nota: Adolpho Lutz (1855 – 1940) foi médico, sanitarista e cientista brasileiro, atuou na área da medicina tropical e da zoologia. Foi pioneiro nas áreas de epidemiologia e na pesquisa de doenças infecciosasiii.

            Jorge Bleyer apresentou, portanto, contribuições muito relevantes para diversas áreas, a partir das suas pesquisas, “em uma época em que os deslocamentos entre cidades, estados e países eram difíceis. Além disso, as pesquisas que desenvolveu foram financiadas com recursos próprios” (MANFROI, 2011, p. 8).  

Faleceu em 06 de agosto de 1955, em Lages, com 78 anos. Causa registrada da morte: Caquexia senilii.

Rua Jorge Bleyer em São Joaquim, SC.

Rua Jorge Bleyer em Lages, SC.


Para saber mais sobre Jorge Bleyer, indicamos, em especial, dois artigos:

COSTA, Therezinha de Jesus Thiber Bleyer Martins. Caminhos percorridos pelo dr. Jorge Clarke Bleyer nos campos da medicina tropical e da pré-história brasileira. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 10(1):272-85, jan.-abr. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702003000100010&script=sci_abstract&tlng=pt.

MANFROI, Ninarosa Mozzato da Silva. Biografia e intelectualidade: as investigações cientificadas de Georg Bleyer. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho de 2011. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1312726679_ARQUIVO_ArtigoXXVIANPUHNacional17a22jul2011NinarosaREVISADO.pdf.


Referências


[i] COSTA, Therezinha de Jesus Thiber Bleyer Martins. Caminhos percorridos pelo dr. Jorge Clarke Bleyer nos campos da medicina tropical e da pré-história brasileira. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 10(1):272-85, jan.-abr. 2003.

[ii] Certidão de óbito do Dr. Jorge Carlos Adolpho Bleyer, 1955. Lages, Livro 32, Fls. 102, registro n. 7369. Disponível em Familysearch, Lages, Óbitos 1955, Fev – 1958, Jan: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-XC6P-73?i=86&wc=MXYY-M6D%3A337700801%2C337700802%2C340063201&cc=2016197.

[iii] MANFROI, Ninarosa Mozzato da Silva. Biografia e intelectualidade: as investigações cientificadas de Georg Bleyer. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho de 2011. Disponível em: 

[iv] BVS Adolpho Lutz. Jorge Clarke Bleyer (1867-1955). FioCruz, 2018. Disponível em: http://www.bvsalutz.coc.fiocruz.br/html/pt/static/correspondencia/jorge.php.

[v] ANDRADE, Eveline. Cidade nos Campos de Cima da Serra: Experiências de urbanização e saúde em Lages-SC – 1870 a 1910. PPGH, UFSC, Florianópolis, 2011.

[vi] Certidão de óbito de Adelaide Neves Bleyer, 1954, Lages.

[vii] Certidão de matrimônio de Jorge Bleyer e Adelaide Neves, Lages, 1898.