Por Ismênia Ribeiro Schneider
PARTE 1 – DADOS FAMILIARES
João da Silva Ribeiro Júnior – “Cel. João Ribeiro"
Nascimento: 29.03.1819 Falecimento: 10.05.1894 (75 anos).
Nascimento provável na Fazenda do Socorro – Bom Jardim.
Casou-se em Lages, com Esmenia Baptista de Souza, em 17.05.1845.
O Coronel João Ribeiro que deu nome às praças centrais de Lages e São Joaquim, além de pecuarista, era político influente, chefe do Partido Conservador no tempo do Império na Região Serrana, que continuou a comandar depois de proclamada a República, já então com o nome de “Partido Republicano”. Foi um dos fazendeiros fundadores da Freguesia de São Joaquim da Costa da Serra, no dia 1º de abril de 1873, quando desempenhou a função de chefe do Conselho Fiscal. De 1891 a 1895 foi nomeado 2º Intendente da cidade (Prefeito). Foi Presidente da Câmara de Vereadores de Lages nos anos de 1875 e 1878.
Ascendência do Cel. João Ribeiro:
Pai: João da Silva Ribeiro “Sênior” (1787-1868).
Avôs Paternos: Pedro da Silva Ribeiro (1746-1835), casado com Ana Maria de Saldanha (1854 - ?).
Bisavôs Paternos: Manoel da Silva Ribeiro (1712-1802), c. c. Maria Bernardes do Espírito Santo (Benavides) ( ?-1808). Estes foram os primeiros ancestrais que habitaram terras brasileiras. Manuel era soldado de profissão, veio para Santo Antônio da Patrulha e dali para a região de Bom Jardim, onde comprou a “Sesmaria do Pelotas”.
Trisavôs Paternos: Domingos da Silva e Domingas Pereira, de Mondim de Basto, Braga, Província de Trás-os-Montes, norte de Portugal. Ao que se sabe não vieram para o Brasil. Aí também nasceu Manoel.
Mãe: Maria Benta de Souza (1790-1857).
Avós Maternos: Matheus José de Souza (1737-1820), c.c. Clara Maria de Athayde (1774-1810). Matheus era açoriano da Ilha Terceira, natural da capital, Angra do Heroísmo.
Bisavós Maternos: José de Souza Rodrigues Medeiros, da Ilha de São Miguel, Açores, c.c. Ignês Maria da Conceição, de Angra, Ilha Terceira, casados em 25.02.1724. Não vieram para o Brasil.
Esposa: Esmenia Baptista de Souza (1831-1912) (conhecida também por Ismênia, mas no inventário do marido aparece com o nome original), filha de João Baptista de Souza (1800-1850) – Inholo - e de sua companheira, Maria Gonçalves do Espírito Santo (?-1882). Em 1848, o casal separou-se, tendo Inholo casado com Cândida dos Prazeres Córdova. Inholo era irmão de Maria Benta, a mãe do Cel. João Ribeiro que era, desta forma, primo-irmão da mulher.
Domicílio: Fazenda “São João de Pelotas”.
Filhos:
1- Emília Baptista de Souza (1852- ?), c.c. Moysés da Silva Furtado (1832- 04.08.1900), filho de José da Silva Furtado e Joaquina Maria do Espírito Santo.
Número de filhos: 12 Domicílio: “Fazenda do Limoeiro”.
2- Ignes Baptista Ribeiro (1854-23.01.1895), c.c.:
1º esposo: Francisco Pereira de Medeiros (1854-1886), primo-irmão, filho de Manoel José Pereira de Medeiros (“Manduca Pereira”) e Ignácia Mª de Saldanha (irmã do Cel. João Ribeiro).
Número de filhos: 03 Domicílio: “Fazenda do Posto” (era parte de São João de Pelotas).
2º esposo: Ignácio Sutil de Oliveira, filho do Máximo Sutil de Oliveira e Maria das Dores Oliveira.
Número de filhos: 04, tendo morrido 02 em criança. Domicílio : “Posto”.
3- Júlia Baptista Ribeiro (1855-1926), c.c. Luiz de Oliveira Ramos Júnior (1853-1924), “Lica Ramos”, filho de Luiz José de Oliveira Ramos “Sênior” e de Maria Gertrudes Vieira.
Número de filhos: 12
4- Affonso da Silva Ribeiro (07.10.1856-08.08.1917), c.c. Maria Umbelina Ribeiro Branco (02.01.1860-10.08.1942), filha de Antônio José Pereira Branco Sobrinho (falecido em 05.09.1861) e Umbelina de Oliveira Trindade.
Domicílio: “Fazenda do Pinheirinho”.
5- Maria Benta Ribeiro Branco (1857- ?), c.c. Firmino José Trindade Branco (1844- ), filho de Antônio José Pereira Branco Sobrinho e de Umbelina de Oliveira Trindade.
Domicílio: “Fazenda Santana”.
6- Ana Maria Baptista Ribeiro (1858- ?), c. c.:
2ª núpcias: com Manoel Inácio Velho, filho de Ignácio Manoel Velho e de Maria Ignácia de Souza Velho.
Número de filhos: 08 Domicílio: “Fazenda da Conceição”, Bom Jesus, RS.
7- João Baptista Ribeiro de Souza (1860-1944), “Cel. Baptista”, c.c. Cândida dos Prazeres de Souza (1971-1930), filha do Cel. Marcos Baptista de Souza e Maria Rodrigues de Andrade. Marcos (1835-1906) era o filho mais moço do “Inholo” e Maria Gonçalves do Espírito Santo. Era irmão da Esmênia Baptista de Souza, sendo, pois, primos-irmãos, de João Baptista Ribeiro de Souza e sua mulher, Cândida dos Prazeres Baptista de Souza.
Numero de filhos: 10 (mais dois que morreram em criança).
Domicílio: “Fazenda São João de Pelotas” até 1894;
“Fazenda Santa Cruz” (herança paterna)
8- Maria dos Prazeres Ribeiro (1863- ?), c.c. João Baptista de Souza Neto, “Baptista Marcos”, filho de Marcos Baptista de Souza e de “Dona Marica”.
Número de filhos: 14
Domicílio: “Fazenda Morro Chato”, Bom Jesus, RS, às margens do Rio Pelotas.
9- Belizária Ribeiro do Espírito Santo (1868- ?), c.c. Cezário Joaquim do Amarante (25.02.1852-10.08.1929), filho de Felisberto Joaquim do Amarante e de Carlota Joaquina do Amarante (de Liz) em solteira – descendente do casal Joaquim José Pereira e Anna Maria de Santa Rita que, ao comprarem a Fazenda Grande no “Quarteirão do Portão”, tornaram-se os fundadores do depois chamado Município do Painel.
Número de filhos: por não terem filhos, adotaram a sobrinha Paschoa, filha de Ignês, falecida no parto.
Domicílio: “Fazenda do Barreiro”, no Painel.
10- Cecília Baptista Ribeiro (1868- ?), c.c. Vicente Antônio Moraes, filho de Manoel Antônio
de Moraes e Gertrudes Maria de Jesus. Separaram-se judicialmente.
Número de filhos: sem filhos.
O Coronel João Ribeiro faleceu na Fazenda Limoeiro, Coxilha Rica, em Lages, de propriedade de seu genro Moysés da Silva Furtado, casado com Emilia. Foi enterrado no cemitério particular de Pelotinhas, devido a perturbações da ordem ocasionadas pela Revolução de 1893. No dia 10 de maio de 1897, três anos após sua morte, seus restos mortais foram transladados para o Cemitério público de Lages, o “Cruz das Almas”, após missa solene cantada na Igreja Matriz, oficiada pelo Reverendíssimo Padre Rogério Nenhaus. Nessa ocasião foram distribuídas esmolas aos pobres, em honra à memória do falecido, cidadão dos mais ricos da região, mas conhecido por sua simplicidade e generosidade.
Esclarecimentos de dados da Certidão de Óbito do Coronel João Ribeiro:
- No “Quarteirão do Pelotinhas” (hoje se diria “na Região do Pelotinhas”) ficava a “Fazenda do Limoeiro”, de Moysés da Silva Furtado, genro do Cel. João Ribeiro;
- Esmenia (com “E” e sem acento circunflexo no segundo “e” era a grafia original do nome dessa nossa ancestral). Nos documentos mais recentes (ela faleceu em 1912), encontramos seu nome como “Ismênia”;
Fontes:
- Inventário de João da Silva Ribeiro Junior, de 1894, arquivado no Fórum de São Joaquim, 2ª Vara. Proc. nº 76.
- Sobrepartilha ao Inventário nº 20, em que foi inventariado o falecido João da Silva Ribeiro Junior, de 1896. Arquivado no Fórum de São Joaquim, 2ª Vara.
- Sobrepartilha ao Inventário nº 20, em que foi inventariado o falecido João da Silva Ribeiro Junior, de 1896. Arquivado no Fórum de São Joaquim, 2ª Vara.
- Arquivos de Enedino Batista Ribeiro e de Ismênia Ribeiro Schneider.