quarta-feira, 24 de julho de 2019

Um pouco da História de Bom Jardim da Serra (SC)



Finalizando a série de matérias sobre os personagens que deram nome às ruas de Bom Jardim da Serra (SC), hoje apresentamos um breve histórico do município, que teve sua origem no início do século XVIII, quando “os tropeiros do sul do país, principalmente do Rio Grande do Sul, viajavam para o Estado de São Paulo com a finalidade de levar suas mercadorias, para vendê-las ou trocá-las, e trazer itens não existentes em suas regiões de origem”[i]. Nesse contexto, observou-se a abertura de novos caminhos para a passagem dos tropeiros, e também se incentivou a criação de novos núcleos de povoamento no interior do território, facilitando a trafegabilidade e fornecendo pouso aos viajantes[ii].
Assim, como as viagens eram muito longas, os tropeiros paravam para descansar em pontos específicos, sendo um deles a região de Bom Jardim da Serra, que se localiza no topo da Serra do Rio do Rastroi, [iii], inicialmente chamada de “Serra do Doze”[iv], que possuía um caminho difícil e perigoso. Esse ponto de repouso, “com o tempo, tornou-se um pequeno vilarejo, que progrediu com o comércio, já que passou a ser parada obrigatória para aqueles de demandavam o litoral com destino ao Estado de São Paulo”[v].
O povoado foi fundado em 1905 e erguida uma capela em homenagem à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. No mesmo ano foi construída uma escola, tendo como primeiro professor Adolfo José Martins”.[vi] O Distrito foi criado por lei municipal nº 4, de 30-03-1905, subordinado no município de São Joaquim da Costa da Serra, com o nome de Nossa Senhora do Socorro[vii].

Nota: Para mais informações sobre Adolfo José Martins ver: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2017/08/adolfo-jose-martins.html.

         Destacaram-se como personagens importantes para a fundação da Vila: Manoel Cecilio Ribeiro, Prudente Luiz Vieira, Antão de Paula Velho, José Caetano do Amaral, Ranier Cassetari, Emilio Benevenuto Ribeiro, Manoel Ignacio Esteves, João Francisco Rodrigues, Joaquim Ezirio, Vitorino Rodrigues Machado, Taurino Gonçalves Padilha e outros[viii].
De acordo com o IBGE, houve algumas alterações no nome do distrito:
pelo decreto-lei estadual nº 86, de 31-03-1938, o município de São Joaquim da Costa da Serra passou a denominar-se São Joaquim e o distrito de Nossa Senhora do Socorro a denominar-se Bom Jardim. [...] Pelo decreto-lei estadual nº 941, de 31-12-1943, o distrito de Bom Jardim passou a denominar-se Cambajuva. Pela lei estadual nº 282, de 28-07-1949, o distrito de Cambajuva passou a denominar-se Bom Jardim da Serra.vii

O Município de Bom Jardim da Serra foi criado em 29 de janeiro de 1967, e sua instalação ocorreu em 05 de março do mesmo ano (lei estadual nº 1052[ix]), sendo nomeado para Prefeito Venâncio Borges de Carvalhov, [x].

Nota: Para mais informações sobre Venâncio Borges de Carvalho ver: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2019/07/rua-venancio-borges-de-carvalho-bom.html.

            De acordo com o site municipal de turismo de Bom Jardim, “há tantas belezas nessa terra que soou absolutamente natural quando começaram a chamá-la de jardim. Com o tempo, o apelido deu origem ao novo nome da cidade, que substituiu o antigo, Cambajuva[xi]. Hoje, a cidade é conhecida como "Capital das Águas", pois há no município 35 cachoeiras com pelo menos dez metros de altura e nada menos que 14 rios nascem no território e se tornam afluentes do Rio Pelotas dentro do próprio município”[xii]. A economia baseia-se na produção rural, com destaque para a fruticultura (maçã), que detém 80% da produção[xiii].


Figura 1 - Brasão do Município de Bom Jardim da Serra, SC[xiv].


Figura 2 -  Cascata da Barrinha, Bom Jardim da Serra (SC)[xv].


Referências e notas



[i] Rod Romano, Texto elaborado com base no livro "Bom Jardim da Serra - Um pouco de sua História", de autoria de Eliane Zandonadi de Carvalho e Raulino Gamba Filho, e de relatos pessoais da população local. Livro produzido pela Prefeitura Municipal de Bom Jardim da Serra. Disponível em:

[ii] BRÜGGEMANN, A. D. Ao poente da Serra Geral: A abertura de um caminho entre as capitaninas de Santa Catarina e São Paulo no final do século XVIII. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2008.

[iii] O traçado atual da Serra do Rio do Rastro “foi calcado na estrada para cargueiros que ligava Bom Jardim da Serra à localidade de Novo Horizonte no município de Lauro Müller, numa distância de 14 Km. O traçado completo da obra abrangeu, porém, cerca de 40 Km de estrada de difícil execução, trecho compreendido entre Lauro Müller e o topo da serra, sendo também construído ou melhorado o restante do percurso até a cidade de Bom Jardim. Ao final de sua gestão, Irineu Bornhausen subiu a serra em automóvel” (SCHNEIDER, 2017). Disponível em: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2017/05/sobre-abertura-da-serra-do-rio-do.html.

[iv] Conheça a História da Serra do Rio do Rastro. Disponível em: http://serradoriodorastro.weeb10.com/historia-da-serra-do-rio-do-rastro/.

[v] Texto elaborado por Rod Romano com base no livro "Bom Jardim da Serra - Um pouco de sua História", de autoria de Eliane Zandonadi de Carvalho e Raulino Gamba Filho, e de relatos pessoais da população local. Livro produzido pela Prefeitura Municipal de Bom Jardim da Serra. Disponível em:

[vi] Serra Catarinense. Bom Jardim da Serra, O Município. Disponível em:  http://serracatarinense.com/bom_jardim/municipio.html.

[vii] IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bom Jardim da Serra, Santa Catarina. 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/santacatarina/bomjardimdaserra.pdf

[viii] Autobiografia de Adolfo José Martins, fornecida pelo descendente Henrique Brognoli Martins, a quem agradecemos.

[ix] IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bom Jardim da Serra, Santa Catarina. 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/santacatarina/bomjardimdaserra.pdf.

[x] SEBRAE/SC. Santa Catarina em Números. Florianópolis/ SEBRAE/SC, 2010. Disponível em: http://www.sebrae-sc.com.br/scemnumero/arquivo/Bom-Jardim-da-Serra.pdf.

[xi] Cambajuva: Palavra de origem tupi. Nome popular para Aulonemia ulei, taquarinha de porte médio, encontrada em matas nebulares e campos turfosos de altitude, no sul do Brasil. Ver: FILGUEIRAS, T. S.; SANTOS-GONÇALVES, A. P. Tupi-Guarani:   Fonte de informações sobre bambus nativos do Brasil. Heringeriana, Brasilía, v. 1, n. 1, p. 34-41, jul. 2007. Disponível em: http://bambusc.org.br/wp-content/uploads/2009/06/tupy_guarani_fonte-de-informacoes-sobre-bambus-nativos-no-brasil_tarcisofilgueiras.pdf.

[xii] Portal Municipal de Turismo de Bom Jardim da Serra. Disponível em: https://turismo.bomjardimdaserra.sc.gov.br/sobre-a-cidade.

[xiii] Governo de Santa Catarina. Bom Jardim da Serra. Disponível em: https://www.sc.gov.br/index.php/conhecasc/municipios-de-sc/bom-jardim-da-serra.

[xiv] Brasão do Município de Bom Jardim da Serra, SC. Disponível em: https://www.mbi.com.br/mbi/biblioteca/simbolo/municipio-bom-jardim-da-serra-sc-br/.

[xv] Blog Viciados em Estrada. Disponível em: https://viciadosemestrada.blogspot.com/2016/08/serra-do-rio-do-rastro-bom-jardim-da.html.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Rua Venâncio Borges de Carvalho (Bom Jardim da Serra/SC)


        No centro de Bom Jardim da Serra (SC), localiza-se a Rua Venâncio Borges de Carvalho, que faz referência a um personagem importante para o município.
Venâncio “foi intendente, prefeito e influente líder político em Bom Jardim da Serra” (CARVALHO; GAMBA, 1992, p. 70, apud FIGUEIREDO, 2018, p. 112). De acordo com o site Serra Catarinense, quando ocorreu a instalação do município, em 29 de janeiro de 1967, Venâncio foi nomeado para Prefeito.
Em São Joaquim, Venâncio foi vereador (1ª Legislatura), no período de 1936 a 1937[i].
Venâncio Borges de Carvalho nasceu em 18 de maio de 1895 (Cambará do Sul, RS), filho de Manoel Pereira de Carvalho (nasc. 1855, natural de São Francisco de Paula – SC) e de Júlia Francisca Borges do Amaral (1873 – 07/06/1942)[ii],[iii]. “Foi criado pelos avôs Marcolino e Rachel que adotaram o neto com três meses de vida” (CARVALHO; GAMBA, 1992, p. 70, apud FIGUEIREDOii, 2018, p. 112).

Notas:
* Manoel Pereira de Carvalho era filho de Francisco Inácio Pereira de Carvalho e de Clemência Bernardina da Silvaii, iii.
** Júlia Francisca Borges do Amaral era filha de Marcolino Borges do Amaral e Castro e de Rachel Jacintha Ribeiroiii.
***Para informações sobre irmãos de Venâncio Borges de Carvalho, consulte Figueiredo (2018, p.112-3).


Venâncio Borges de Carvalho casou com Maria Elisa Rosa (natural de Cambará do Sul, RS), com quem teve pelo menos dois filhos:
F1 – Derly Borges de Carvalho (nasc. 03-01-1931, Bom Jardim da Serra, SC – falec. 08-04-1987, Bom Jardim da Serra, SC), c.c. Maria Albertina Zandonadi, filha de Basílio Alberto Zandonadi e Joanna Costaii,iii.
Derly foi Vice-prefeito de Bom Jardim da Serra, de 1973 a 1977. Prefeito, de 1977 a 1983. Vereador em 1959. Em 1963, reeleito vereador. Também era fazendeiro e pecuarista. Com a morte do marido, Maria “assumiu as rédeas políticas da família”iii. “Em 1988 candidatou-se, pelo MDB, à prefeitura municipal, tendo sido a primeira e única mulher eleita no Estado de Santa Catarina naquele ano” (CARVALHO; GAMBA, 1992, p. 70, apud FIGUEIREDOii, 2018, p. 112).
Filhosii,iii:
                      N1 – Eliane Zandonadi de Carvalho.
                      N2 – Eluza Zandonadi de Carvalho (22/01/1963 – 02/07/1991).
                      N3 – Heloísa Zandonadi de Carvalho.
                      N4 – Elder Zandonadi de Carvalho, c.c. Gerusa de Carvalho.
                      N5 – Márcio Zandonadi de Carvalho, c.c. Rosimeri Aparecida Lima.

F2 – Edite Borges de Carvalho, c.c. Luiz Baltazarii.
Tiveram ao menos dois filhosii:
N1 – Clai Borges Baltazar.
N2 – Luiz Tailor.


Venâncio Borges de Carvalho faleceu em 11/09/1984, em Bom Jardim da Serra, SC.


*Mais informações ou correções podem ser enviadas para menokaribeiro@gmail.com ou crisbudde@gmail.com

             
Referências


[i] CÂMARA Municipal de São Joaquim, SC. Legislaturas. Disponível em: https://www.camarasaojoaquim.sc.gov.br/camara/membros/legislaturas. Acesso em: 03 julho 2019.

[ii] FIGUEIREDO, Edinna B. Pereira. Raízes centenárias de São Joaquim da Costa da Serra. Videira: Êxito, 2018.

[iii] ALVES, Luiz Antônio. Borges de Castro. Memorial Açoriano, Tomo XXIX, 2009. Disponível em: http://www.fuj.com.br/files/H34ls501B09yMEX.doc. Acesso em: 07 julho 2019.