quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Francisco Palma (Chico Palma) - Dados genealógicos



            Chico Palma nasceu em São Joaquim, Santa Catarina, no dia 17 de maio de 1894. Era filho de INÁCIO DA SILVA MATTOS e de dona ISMÊNIA PEREIRA MACHADO.
            Inácio da Silva Mattos, mais conhecido por Inácio Palma (assim chamado por causa da Fazenda das Palmas), nasceu aí por volta de 1860, foi casado com Ismênia Pereira Machado e faleceu na sua fazenda “Antonina”, antes chamada de Fazenda das Palmas, no município de São Joaquim (SC), no dia 15 de julho de 1935, aproximadamente às 18 horas.
            A noite do velório de Inácio ficou assinalada pela passagem do fenômeno grandioso e sempre sugestivo de um eclipse total da lua, que teve início logo depois das 24 horas e só terminou ao clarear do dia 16. Foi sepultado no cemitério público da cidade de São Joaquim, tendo falecido com a idade de 75 anos.
Casamento de Inácio e Ismênia Pereira Machado: 21 de fevereiro de 1886, perante o Rev. Pe. Antônio Luiz Esteves de Carvalho e das testemunhas Antônio Palhano de Jesus e José Joaquim de Souza.
            Ismênia Pereira Machado nasceu entre os anos 1869 e 1870, em Santana do município de São Joaquim. Faleceu na cidade de São Joaquim, em cujo cemitério está sepultada, no dia 6 de setembro de 1934, com 65 anos de idade.


Avós de Chico Palma:
Paternos: Antônio da Silva Matos e Maria Palhano Prestes
Maternos: Leonel Caetano da Silva Machado e Florinda Pereira de Jesus (ou Florinda Pereira Machado, como também aparece em alguns documentos).


Esposa de Chico Palma:
AMÁLIA BATHKE PALMA, nascida em São Joaquim, em 28 de agosto de 1898, filha de Paulo Bathke e sua mulher dona Maria Olinda Ribeiro Bathke (filha de Manoel da Silva Ribeiro Junior).
Data do casamento: 20/12/1916.

Filhos do casal Chico Palma e Amália: 
1.      LECENDINO PALMA, nascido em São Joaquim, no dia 18 de setembro de 1917. Casado com Anariolina de Lima Palma. Filha única: Cleusa Terezinha Palma.

2.      EUTÁLIO PALMA, nasceu em 30 de outubro de 1919, e casou-se com Joaquina Waltricke. Três filhas.
3.      PÚBLIO PALMA, nascido em São Joaquim a 18 de setembro de 1928.
4.      ELTON INÁCIO PALMA, nasceu em São Joaquim no dia 23 de setembro de 1944.


Fonte:
Dados de Enedino Batista Ribeiro, retirados de um caderno datilografado por volta de 1950.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Chico Palma (Francisco Palma)

Texto de Dante Martorano, A verdade, n. 13 – julho/agosto de 1979.

 
     Ainda que um dos condestáveis da Revolução de 1930, o General Flores da Cunha, em 1936, contra Getúlio Vargas pretendia lançar sua revolta e a do Estado que governava. Contava unificar a ação de muitos que conspiravam, por quase todo o País.
      Num dos seus romanescos gestos e emocionadas atitudes, naquele mesmo ano, entretanto, renunciando ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul dispersou seus comandantes e liberou os compromissos de todos aqueles que aliciara à luta armada.
     A revolução que se pretendia defalgar por poderosas forças, aptas à derrocada do Governo Federal, gorou por inteiro.
     Aqui em Santa Catarina, entretanto, o recuo não abrangia os irmãos Palma, liderados pelo primogênito Antônio, de há muito engajados na pregação revolucionária juntamente com Garibaldino Velho.
     Um dos Palma, em 1930, já empunhara armas. À frente de alguns cavaleiros se dirigira a Bom Retiro e de lá somente retornara quando necessário á guarnição de São Joaquim. Incomparável cavaleiro, exímio mestre no uso das armas de fogo, inabalavelmente solidário a seus amigos, a fama de homem valente devia Francisco à sua personalidade. Não chegando até eles as contra-ordens de Porto Alegre, ousadamente invade São Joaquim. Como operação militar, cumprido foi à risca o ritual de ocupação da Prefeitura Municipal, Correios e Telégrafos, da Cadeia Pública e de tudo que simbolizasse o Governo Federal.
     Até as armas do destacamento local da Polícia Militar caíram em seu poder, com isto aumentando a sofreguidão, por combates verdadeiros, dos bravos que aglutinara num improvisado contingente.
     Entrementes, exilado no Uruguai, Flores siquer imaginava parte do território brasileiro desvencilhado de Vargas e à espera das ordens do inspirador do movimento. Realmente nos 2.000 km2 de superfície do Município de São Joaquim, em todos os altiplanos e canhadas, a revolução vencera. De lá partiriam outros e mais poderosos atos de hostilidade ao Governo sediado no Rio de Janeiro, a serem desfechados em todo o Brasil. Assim prenunciava o turbulento tropel das cavalgadas pelas ruas da bucólica cidade, no festivo tiroteio da vitória.
     Desta vez Santa Catarina deixava de ser mera espectadora dos “bochinchos” gaúchos a cruzarem nossos caminhos. Éramos nós mesmos a Revolução que enfrentava Getúlio. Contra o esmagador poderio da União.
“Chico Palma” se viu sozinho, e nãoaceitou sucumbirem suas poucas armas ao confronto militar. Mesmo porque não foi necessária a marcha contra as forças legalistas, eis que uma Companhia do Exército Nacional se deslocou para São Joaquim, seguida de forças da Polícia Militar de Santa Catarina. Foi o fim. Extinguira-se sem sangue o movimento contra Vargas.
     Mas, por muitos meses, o Exército Nacional e a Polícia Militar mantiveram pelotões acantonados na cidade recém-reconquistada, com a determinação de ser preso o autor dos atos de força. Patrulhas armadas vasculhavam continuamente os campos próximos. Boatos se chocavam. Atônito, o povo presenciava a requisição de seus cavalos pelas forças militares. Nos passos do Rio Pelotas, na fronteira com o Rio Grande do Sul, espreitavam dia e noite os sentinelas. Tudo em vão. Abrigado pelos homens do campo, cavalgando rápido pelos caminhos e pelos pousos – permanecia ele sempre livre.
     Notórios alguns incidentes ainda hoje repetidos pela gente da serra, neles sempre evidente o sangue frio de Francisco Palma. O mais propalado é o do encontro numa “venda” de beira de estrada. Lá, uma patrulha inteira atônita deixava se desarmar por ele. E tudo à frente do aterrorizado bodogueiro, incapaz de apontar para seu procurado freguês pachorramente encostado no balcão.
     Assim quanto mais tempo escorria, mais se disseminava a fama de quem, em sua perseguição, mobilizara centenas de soldados.
     Um dia, entretanto, as forças militares voltaram a seus quartéis e, anistiado, Francisco Palma nunca chegou a ser preso e mesmo com a posterior sentença condenatória da Justiça Militar, jamais chegou ao grande público brasileiro o conhecimento desta rebelião.
    Perder-se-ia sua menção na história, não fora a bravura de Francisco Palma, demonstrando inequivocamente o destemor da gente catarinense.

 
Chico Palma

*Obs.: Na próxima postagem, colocaremos informações genealógicas de Chico Palma.