quinta-feira, 24 de junho de 2021

RUA DO CONHECIMENTO – PARTE II

                               

Texto escrito por Carlos Solera

 




 

URUPEMA TEMPO E MEMÓRIA 

    Projeto cultural idealizado e desenvolvido por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera. Conta com parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras, escritoras e professoras Ismênia Ribeiro Schneider, Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema. Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas da cidade e, de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local. 

   Neste mês de junho de 2021, estamos abordando uma nomenclatura mais abrangente e com várias vertentes de referências: Rua do Conhecimento. 

    Esta segunda matéria irá abordar um pouco mais sobre duas famílias urupemenses, que num ato de cidadania, fizeram a doação de um terreno ao patrimônio público municipal, estadual ou federal, com intuito registrado para ali ser construída uma escola ou um hospital.

     Anos depois, a área doada serviu de importante contrapartida da prefeitura local, para trazer ao município de Urupema, uma unidade do Instituto Federal de Santa Catarina, o IFSC-Campus Urupema.

 

   Antes de apresentarmos aspectos de vida dos beneméritos doadores, retratamos aqui duas interessantes colocações. 

   Na primeira matéria postada sobre a Rua do Conhecimento (http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2021/06/rua-do-conhecimento.html), citamos a origem da palavra conhecimento e diversas vertentes que podem derivar desse nome. Uma delas, seria estimular os leitores da comunidade, principalmente, a perceber que a denominação e localização dessa rua guardam relação com eventos que nela aconteceram. Sejam fatos históricos do município, da instituição educacional ali implantada ou, mesmo, com intuito de se fazer uma analogia da palavra conhecimento com o saber, a leitura e outras.  

 

    Vale ressaltar que a matéria é postada em diversas formas de mídias - local, regional, estadual, nacional e, até mesmo, no exterior. 

   Muitas são as mensagens de retorno.  Acenos de recebimento, outras com menção de agrado, sugestões, novas contribuições, às vezes, correções, etc... Nessa edição foram mais de duas centenas delas em nossas redes sociais, no facebook de Eleni Cássia Vieira e quase outras duas centenas de acessos no Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, até a tarde de segunda-feira, 21 de junho. 

     Tudo isso é muito significativo pois demonstra interatividade com o leitor, o que é objeto da proposta. E dentre as muitas mensagens que recebemos, duas foram bem inusitadas. 

    Uma instigativa. Recebida de um amigo, empresário paulista e participante de uma rede social ligada ao Turismo, da qual faço parte. Aplaudindo, escreveu: por mais ruas do Conhecimento no Brasil (alegóricas e reais). Foi pesquisar e achou uma outra Rua do Conhecimento no município de Praia Grande/SP. Isso me chamou a atenção. Fiz o mesmo, fui pesquisar se haveriam outras ruas com esse nome pelo Brasil e não consegui encontrar. Em princípio, temos duas ruas do Conhecimento no país. 

   Outra mensagem de retorno me chamou atenção. Diferente, mas que trouxe muita alegria. E saberes. 

     Aconteceu no final de semana pós postagem da primeira parte da matéria (sábado, 19 de junho). Foi uma positiva resposta aos objetivos do projeto Urupema Tempo e Memória, em âmbito local, que é o de induzir o munícipe a pesquisar, resgatar e valorizar a sua própria história. 

   Através de um telefonema, uma pessoa que conheço, há quase duas décadas aqui em Urupema, começou uma prosa muito agradável. Interessante é que já havíamos conversado muitas vezes sobre aspectos da história local, mas nunca com mais detalhes. 

   Disse que havia recebido pelo whatsapp a matéria postada durante a semana, que o tema abordado, Conhecimento e as histórias ali elencadas, despertaram-lhe muitas “saudades”. Reunira a família, filhos e netos, em seu sítio, em um almoço para conversarem sobre isso. E que gostaria de me contar, assim como estava fazendo junto a sua família, muitas coisas vividas em seus 80 anos de idade. Mas “não queria me incomodar”. “Fique tranquilo”, disse-lhe, “estou muito interessado em ouvir suas histórias”. 

     Começou a falar. Uma longa conversa se deu, então, naquele chuvoso final de semana. E, depois, mais dois outros telefonemas, pois quando eu não entendia ou ficava em dúvida, retornava um áudio com solicitação de explicação. 

     Disse-me que seu pai e ele eram nascidos aqui. Sua infância pelos “campos da Urupema” fora igual a de muitos meninos dos anos 1940 e 50. Nadando, pescando, pegando passarinho, andando a cavalo, etc. Tivera muito pouco conhecimento – só o primário e por isso, nunca tivera letras.... Logo entendi que se referia a pouca escolaridade, havia feito apenas o período de alfabetização, pois trabalhava no campo ajudando o pai. 

     Contou sobre a derrubada das matas de araucárias e o barulho do cair das árvores. Falou do frio de antigamente e das grandes nevascas, com neve, às vezes, chegando a cobrir os pneus dos jipes e caminhões que aqui existiam. Fora também cavaleiro, pois o uso de cavalos para locomoção era comum naqueles tempos. Viu tropas de bois sendo conduzidas pelo interior e tropeiros atalhando pelos caminhos para os lados do Rufino e litoral, serra abaixo. E voltavam, depois, para serra acima, com muitas mercadorias e novidades.

 

      Relatou sobre as missas que aconteciam no povoado e as muitas festas em casas de famílias, sempre com bastante comida e “muitos bailinhos”. Foi sentindo a cidade crescer e mudar hábitos. Sentia tristeza, mas entendia a necessidade. E foi contando muita coisa mais, tipos populares que existiam, o trabalho duro nas lidas rurais, construções de estradas. A carência nos serviços médicos, mas que existiam o boticário e parteiras que ajudavam a comunidade a superar problemas de saúde. E, assim, foi enfileirando casos. As dificuldades de Urupema como distrito de São Joaquim, a luta pela emancipação e a conquista de autonomia política, etc. As eleições. Como elas aconteciam e como eram os acertos políticos, comícios etc. e tal. E como política é campo fértil para divagações, ele foi longe nesse assunto... como se diz no dito popular. 

     Mas não sendo menções políticas, o objetivo de nossa proposta, essa parte ficou só em registro de arquivos.  Ao final “pediu” apenas, para que se eu fosse relatar algo sobre o que ele havia dito, conservasse comigo o seu nome.  Entendi e comprometi-me. Muito obrigado ao meu anônimo amigo que me encantou com suas histórias. 

      Ao final de tudo, fiquei a pensar. Quanta riqueza histórica existe guardada em tantos viventes de caminhadas como este amigo me relatou. A importância de tudo isso ser resgatado, gravado, escrito, transcrito, etc.

 

       Li, recentemente, que na Dinamarca, país que investe muito em educação e cultura, existe uma nova modalidade de “biblioteca”. A “biblioteca viva”. Ao invés de você tomar emprestado apenas um livro para ler, existem pessoas com seus saberes e vivências a sua disposição para repassar-lhe seus conhecimentos. Uma boa experiência a ser vivenciada.

 

DOAÇÃO DE TERRENO: UM GESTO DE CIDADANIA

 

       Vamos agora à continuidade de nossa matéria, com o relato de algumas histórias sobre duas famílias urupemenses que souberam plantar uma boa árvore. Hoje, gera excelentes frutos não só para Urupema, mas para todo o Brasil. 

Para iniciar, informações sobre o casal Pedro Pereira de Souza e Anita Pereira de Souza, fornecidas pela filha, Arlita Terezinha de Souza Pagani:

 

“Pedro Pereira de Souza (in memoriam) e Anita Pereira de Souza uniram-se em matrimônio em 21 de agosto de 1948. Ele, com 22 anos, filho de Arlindo Pereira de Souza e Bernardina Arruda. Ela, Anita Pereira de Souza, com 17 anos, filha de João Eduardo de Souza e Florinda Pereira de Souza.

 

Nota: Matéria sobre Arlindo Pereira de Souza foi publicada no Blog em 25 de fevereiro de 2021: http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2021/02/rua-arlindo-pereira-de-sousa-urupema-sc.html


 


O casal teve onze filhos:

F1 - Arlete das Graças;

F2 - Arlita Terezinha;

F3 - Ana Marlita;

F4 - João Vianei;

F5 - Erosarte;

F6 – Arlindo;

F7 - José Eduardo;

F8 – Pedro;

F9 – Antônio;

F10 - Anita Aparecida;

F11 - Rita de Cássia.


Pedro, Anita e os 11 filhos.

  

A família cresceu muito ainda, com a chegada de 24 netos:             

Alcione 

Marcone

Jucimara

Sandro 

Giovana

Patrícia 

Pedro Hugo

Leonardo Felipe 

Eduardo Odilon 

Joana Márcia 

Fernanda

Artur Jacó 

Gabriel 

Thiago Artur

Arlindo Júnior 

João Eduardo 

Hélder

Rodrigo 

Eliza 

Raquel

Letícia 

Amanda

Luana 

Mariana 

 

 

O casal Pedro e Anita e os netos.

Fotos Acervo da família

 

       E com o tempo, mais 24 bisnetos vieram aumentar a prole familiar de Pedro e Anita. A matriarca segue sua vida com boa saúde, sob os cuidados dos filhos.


 

 

 


 

Pedro de Souza foi sempre um homem muito ativo. Entre outras ações, fez o primeiro loteamento organizado (com escrituras e registros) de Urupema.

Em sociedade com seu futuro genro, Armando Pagani (in memorian), implantou também o primeiro posto de combustível da cidade, o Posto Texaco. Mais tarde, vendeu a sua parte ao Orlando Pagani (in memorian), irmão de Armando. Exerceu também atividades na agropecuária, no que foi seguido pela maioria dos filhos.

Em 09 de abril de 1991, o casal Pedro e Anita de Souza vendeu para um grupo de pessoas da cidade de Urupema uma área com 232.500m2, localizada dentro de uma gleba maior de terras de campos, matos e pastagens com 303.000 m2, em lugar denominado Morro Agudo. O imóvel confrontava com a estrada estadual Urupema a Rio Rufino e estrada municipal Urupema ao Cedro, entre outros limites. As áreas adquiridas entre os compradores tinham tamanhos diferentes.

Ficou estabelecido e declarado em escritura/registro, que na gleba de terra comprada por um deles, o biólogo Ronei Pagani de Arruda, com 217.500 m2, ficaria doada uma área de 10.000 m2 ao patrimônio público federal, estadual ou municipal, a qual seria escriturada pelo adquirente quando ali fosse ser construído um hospital ou uma escola. A escritura seria outorgada pelo novo proprietário Ronei Pagani de Arruda e seria localizada em uma área que fornecesse boas condições para edificação. 

Nesse intuito e ação benemérita de Pedro e Anita de Souza, teve participação também um dileto casal de amigos deles. Orozimbo Oliveira Rodrigues e sua esposa Ivonete Vieira Rodrigues (ambos in memorian) fizeram questão de participar do ato de doação.

Orozimbo pagou a Pedro de Souza metade do valor correspondente aos 10.000 m2 de terreno doado para uma ação de futura melhoria para o município. Como as terras estavam registradas em nome de Pedro de Souza, foi ele e a esposa que assinaram a escritura de venda integral. Mas cada casal foi então responsável pela doação de 5.000 m2 da área, formando assim os 10.000 m2 de terreno que viriam a ser, futuramente, o embrião estratégico de captação de uma unidade do IFSC para Urupema.


       Sobre Orozimbo, segue texto escrito pela neta Silvia Rodrigues Vieira, com contribuições históricas de seus irmãos Luciano Rodrigues Vieira e Ricardo Rodrigues Vieira[i]. 

“Orozimbo Oliveira Rodrigues nasceu em Urubici/SC, em 17 de maio 1923 e faleceu em Lages/SC, em 13 de setembro de 2001. Foi o terceiro filho de Felicíssimo Rodrigues e Emília Oliveira Rodrigues. Cresceu na Fazenda Caveira Danta, onde teve uma infância voltada às tradições e rotinas da vida rural.

Quando estava em idade escolar foi para o internato no município de São Ludjero/SC. Sonhava estudar e ser “doutor”. Mas este desejo foi interrompido anos depois de estar no colégio, pois teve paratifo e no tratamento aplicaram-lhe uma injeção que deu uma reação alérgica e muito mal fez a ele. Era uma pessoa de muita fé e, naquele momento de desespero, fez uma intenção: que se ele se curasse, preferia ser um agricultor/pecuarista são, do que um doutor com sequelas.

Conseguiu sarar. De volta aos afazeres e vida na fazenda, dedicou-se à rotina rural e aprendeu a lidar com gado e domar mulas e cavalos. Com o tempo, trabalhou como motorista de caminhão para o seu tio “Negruxo Oliveira”, proprietário de uma madeireira. Orozimbo, por ser um bom motorista e homem de confiança, auxiliava-o nos negócios.

Em 10 de julho de 1946, Orozimbo ficou noivo de Ivonete Vieira Rodrigues (nascida em 09 de julho de 1930 e falecida em 16 de novembro de 2011). Ela era filha de Juvelino Vieira de Souza e Cândida Arruda Vieira. 

 

 

Nota: Maiores informações sobre Juvelino Vieira de Souza e família, veja matéria publicada no Blog em setembro de 2020:

http://genealogiaserranasc.blogspot.com/2020/09/avenida-juvelino-vieira-de-souza.html

 

Logo resolveram se casar. Para as festas de casamento, ocorrida em 11 de dezembro de 1946, Orozimbo e todos os familiares vieram a cavalo, da vila de Urubicipara à vila de Urupema, ambas localidades, então, à época, distritos de São Joaquim.

 


 

Durante os seis primeiros anos de casamento, morou com os sogros na Fazenda do Rincão em Urupema, ajudando nas lidas campeiras, na doma de cavalos e mulas. Em 1952, ele e a esposa se mudaram para uma casa na Fazenda da Barrinha, próximo à fazenda dos sogros. Uma casa muito simples, com cozinha de chão batido. 

 

Orozimbo ao violão; gostava de tocar. Foto de Silvia.

 

Para seu sustento e de sua família, além das atividades já citadas, fazia cangalhas de madeira forrada com palha, confeccionava as bruacas de couro cru para os cargueiros e como ele mesmo dizia, “fazia o arreame completo”. Muitas vezes, além do arreame[1] vendia uma mula de sua doma como parte da encomenda. Até hoje, na invernada das contendas, ainda são encontradas as palhas que ele usava nestes arreames. O pagamento fazia questão de receber em cabeças de gado para povoar suas invernadas e ir construindo sua vida.

Além deste feito, fazia também carros de bois carreiros para comercializar. Em um fogo de nó de pinho, às margens do Rio Caixão, preparava ali em uma laje de pedras, os ferros para as rodas do carro de boi. Domava também as juntas de bois carreiros que serviam para puxar os carros.

Em função das cheias do Rio Caixão, em 1958 se mudaram para o outro lado do rio, para que não ficassem ilhados. Neste local, fez a sede da Fazenda: uma casa boa, com mangueiras de taipa, calçadas com pedra ferro.

Como outra atividade econômica, ao final do inverno, saía para os matos pegar porcadas xucras e vender para serra abaixo. Estes porcos eram reunidos na mangueira calçada de pedra ferro que tinha na fazenda para este fim.

Além de criarem seus quatro filhos: Glaucia Maria Vieira Rodrigues, Blévio José Vieira Rodrigues, Luiz Carlos Vieira Rodrigues e Vera Maria Rodrigues Zapelini, o casal criou também três netos de sua filha Glaucia que faleceu de lúpus aos 34 anos.

F1: Glaucia Maria Vieira Rodrigues (in memoriam), c.c. Carlos Camargo Vieira.

Netos:

N1.1 - Claudio Roberto Rodrigues Vieira (in memorian);

N1.2 - Silvia Rodrigues Vieira;

N1.3 - Luciano Rodrigues Vieira, c.c. Emanueli dos Santos;

N1.4- Ricardo Rodrigues Vieira, c.c. Grazieli Medeiros Andrade.

 

F2: Blévio José Vieira Rodrigues (in memoriam), c.c. Maria Cândida Bleyer Rodrigues.

Netos:

N2.1 - Beatriz Bleyer Rodrigues;

N2.2 - Christiane Bleyer Rodrigues;

N2.3 - Jorge Blayer Rodrigues.

 

F3: Luiz Carlos Vieira Rodrigues, c.c. Valcira de Souza Rodrigues.

Netos:

N3.1 - Katiane de Souza Rodrigues;

N3.2 - Camila de Souza Rodrigues.

 

F4: Vera Maria Rodrigues Zapelini, c.c. Luiz Carlos Zapelini.

Netos:

N4.1 - Rafael Rodrigues Zapelini (in memoriam);

N4.1 - Ramiro Rodrigues Zapelin.

 

Família também numerosa, com mais nove bisnetos ainda.

 

Em dezembro de 1996, Orozimbo e Ivonete completaram 50 anos de casados e comemoraram as Bodas de Ouro”.

 





 
Orozimbo e Ivonete Rodrigues


 

O casal e os filhos Blévio, Vera e Luis Carlos



O casal Orozimbo e Ivonete e os netos


  O casal com filhos, noras e genros.

                    Fotos Acervo da família
     

 

Um legado de cidadania deixada ao município de Urupema, por estas duas famílias. Com certeza, motivo de muito orgulho para seus descendentes e amigos.

 

Na próxima edição, em terceira matéria sobre a Rua do Conhecimento, relataremos a trajetória histórica do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC e sobre a implantação do IFSC- Câmpus Urupema, que celebra agora, em 28 de junho, dez anos de atividades. Esperamos a sua companhia!

E participem online do evento de 10 anos de aniversário do IFSC- Câmpus Urupema. 

 

 

Como seguimos trabalhando de maneira remota, organizamos uma *série de atividades virtuais* para nosso mês de aniversário, serão: lives, reexibição de mini documentários e conversas que retratam um pouquinho da nossa história na Serra Catarinense. 

 

Saiba mais -> http://bit.ly/10anos_CampusUrupemaIFSC

  



[1] Arreame: Conjunto de apetrechos usado para trabalho do animal de carga ou tração (cavalar ou muar).

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[i] Pequenos ajustes no texto realizados por Cristiane Budde, Ismênia Ribeiro Schneider e Daniela Ribeiro Schneider.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

RUA DO CONHECIMENTO

 

Texto de Carlos Solera e

Eleni Cássia Vieira[i]

 




URUPEMA TEMPO E MEMÓRIA

Projeto cultural idealizado e desenvolvido por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera. Conta com parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras, escritoras e professoras Ismênia Ribeiro Schneider, Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema. Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas da cidade e, de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local.

 

Nesta edição do mês de junho de 2021, o nome da rua avaliada não será apenas o de um personagem homenageado, mas sim, de uma nomenclatura mais abrangente e com várias vertentes de referências: Rua do Conhecimento. Trata-se de uma via urbana das mais recentemente nominadas e urbanizadas da cidade.

Junho é tempo de datas festivas e de grandes significados para Urupema. Final de outono, chegada do inverno. Mês de festas populares juninas aqui e por todo o Brasil, com os famosos arraiais e quadrilhas de Santo Antônio, São João e São Pedro, que arrastam milhões de pessoas aos folguedos. Pela atual pandemia, entretanto, estão restritas de frequência presencial.

Mês das demandas do Turismo de Inverno, segmento de grande atividade na Serra Catarinense. Tempo do pinhão e dos papagaios- charões que, vindos do Rio Grande do Sul, fazem um maravilhoso espetáculo cênico no céu de Urupema, atraindo muitos visitantes. Mês também da comemoração de aniversário da instalação administrativa do município de Urupema e do Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC Câmpus Urupema. 

 

RUA DO CONHECIMENTO

 

O que significaria e qual a razão da indicação desse nome para uma via urbana?

 CONHECIMENTO - a palavra tem origem no Latim da Roma Antiga, vem de Cognoscere, que pode ser traduzida como “conhecer” ou “saber”.  Conhecer é o ato de entender, compreender, aprender algo por meio da experiência ou do raciocínio.

 O Conhecimento fascina a humanidade desde os mais antigos tempos, quando a Filosofia passou a pensar os modos de como o ser humano poderia conhecer a verdade. Educação e Cultura sempre foram grandes fontes de conhecimento.

Educação: poderíamos dizer que é o ato de educar, de instruir, é polidez, disciplinamento. No sentido técnico é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor integrá-lo na sociedade ou em seu próprio grupo.

 Cultura: termo bastante explorado pela Antropologia, ciência que visa analisar as sociedades humanas em suas origens, evolução, desenvolvimento físico, material e cultural, entre outros. O sentido de cultura é amplo. Podemos citar, por exemplo, que a cultura corresponde a um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de um povo. Isso é uma avaliação muito importante. 

O projeto Urupema Tempo e Memória, desenvolvido por nós, de forma voluntária, desde março de 2020, busca trabalhar, resgatar e divulgar aspectos da educação e cultura local. Foi pensado e idealizado a partir de uma palestra que fizemos no início de 2019 para jovens escolares em que buscamos pesquisar e avaliar o “sentido de pertencimento” deles em relação a sua cidade. O objetivo era apresentarmos os resultados na edição do II Encontro Nacional de Tropeirismo – II ENAT, a ser realizado em outubro daquele ano, como acabou sendo feito. 

Entre muitos pontos analisados, percebemos o quanto seria importante levantar os aspectos da história de personagens que nomeiam as ruas da cidade. Urupema guarda uma característica interessante. A de ter suas ruas nomeando personalidades locais que contribuíram de alguma forma para sua trajetória histórica e cultural. Ou, em alguns casos, homenagens a elementos componentes ou viventes em seu meio ambiente, como Rua da Araucária ou Rua do Papagaio Charão.

Tudo isso fortalece em muito o “sentido de pertencimento” local e o conhecimento, em seu significado mais amplo, que é essencial.

A proposta do projeto desperta muito interesse junto à comunidade, que contribui para nossas pesquisas com muitas histórias e informações sobre a vida dos homenageados. Reúnem familiares, amigos, resgatam fotos, objetos antigos, casos e causos. 

As matérias elaboradas são publicadas em nossas redes sociais, repassadas à população local, para diversas instituições culturais de Santa Catarina, do Brasil e do exterior, mídias informativas e outras. O Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina faz também a mesma publicação pelo http://genealogiaserranasc.blogspot.comabrindo espaço para atingir um público ainda mais abrangente. Desde março de 2020, já publicamos em conjunto 12 matérias. 

Em âmbito local, nosso desejo é a leitura por toda comunidade urupemense, estimulando, principalmente, os jovens.

A leitura é ferramenta poderosa de transmissão de conhecimento. Coloca o cérebro para trabalhar. É para a mente o que o exercício é para o corpo. Ler é como pensar, conversar com um amigo, expressar ideias, ouvir música, olhar uma paisagem, dar um passeio. Enquanto lê, o cérebro está ativo – crescendo, mudando e fazendo novas conexões e padrões diferentes, dependendo do tipo de material que se lê. Com certeza, a melhor forma de adquirir conhecimentos.

 

Assim, a implantação de uma rua com o nome Conhecimento, tem a ver com muitas e importantes histórias ocorridas em Urupema, como algumas que contaremos a seguir.

 

Comecemos com um pouco da história de Urupema.

O povoamento de Sant’Ana (Santana) tem origem oficial em 25 de março de 1918. Em 1923, torna-se distrito, e vila em 1938, sempre pertencente ao município de São Joaquim, tendo Sant’Ana como sua padroeira. Com denominação de Urupema, desde início de 1944, teve sua emancipação política de São Joaquim oficializada em 04 de janeiro de 1988. A instalação administrativa municipal ocorreu em 01 de junho de 1989.

Desde o primeiro momento de sua autonomia política, foi desejo manifesto de todos os prefeitos, dos responsáveis pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura e professores, que o município tivesse um ensino de excelente qualidade. Juntos, não mediram esforços em planejar e desenvolver um sistema educativo que alcançasse os objetivos definidos.

Um sistema educacional de excelência sempre foi também aspiração da comunidade urupemense.

Sistema Educativo é o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação. A educação brasileira é regulamentada pelo Governo Federal através do Ministério de Educação (MEC), que define os princípios orientadores da organização de programas educacionais. O Governo Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem gerir e organizar seus respectivos sistemas de ensino.  

Todo esse procedimento teve início já na primeira gestão administrativa de Urupema, com o prefeito Áureo Ramos de Souza e vice-prefeito Antônio Souza de Melo, com mandato de 01/06/1989 a 31/12/1992, tendo como Secretária de Educação, Ana Cândida Souza de Oliveira.

Depois, prosseguiu nas gestões municipais seguintes:

       Nelton Rogério de Souza e José Jaime Pereira – 01/01/1993 a 31/12/1996 - Secretaria de Educação: Ana Cândida Souza de Oliveira;

       Áureo Ramos de Souza e Jonas Santos Fabre - 01/01/1997 a 31/12/2000 - Secretária de Educação: Ana Cândida Souza de Oliveira;

       Renato Pagani de Arruda e Jose Augustinho Vieira – 01/01/2001 a 31/12/2004 - Secretaria de Educação: Maria Elizabeth Souza Godinho;

       Arlita Terezinha de Souza Pagani e Célio Renato Lemos de Andrade - 01/01/2005 a 31/12/2008 - Secretários de Educação: José Wilson do Prado / Pedro Souza Filho / Eliz Regina Muniz de Souza e Emília Vieira;

       Amarildo Luiz Gaio e Luiz Carlos Pagani de Arruda – 01/01/2009 a 31/12/2012 - Secretaria de Educação: Ana Cândida Souza de Oliveira;

       Amarildo Luiz Gaio e Arlita Terezinha de Souza Pagani – 01/01/2013 a 31/12/2016 - Secretaria de Educação: Sonia de Fátima Arruda;

       Evandro Frigo Pereira e Cristiane Muniz Pagani Almeida – 01/01/2017 a 31/12/2020 - Secretaria de Educação: Rozilene Muniz de Oliveira Candido.

 

Atualmente, Evandro Frigo Pereira e Cristiane Muniz Pagani Almeida, reeleitos para o período de 01/01/2021 a 31/12/2024 - Secretaria de Educação: Rozilene Muniz de Oliveira Candido. 

 

O objetivo de todos por um ensino de alta qualidade, prossegue. Na melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Urupema, o item Educação tem sempre grande e positiva influência, seguido dos itens Longevidade e Renda.

Dados escolares do Sistema Municipal de Ensino de Urupema mostram como matriculados em 2021, 200 alunos, divididos em Educação Infantil, Pré-Escola e Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano, com quadro de 25 professores. São três escolas municipais. Duas na zona rural (Cedro e Bossoroca) e uma na sede do município. Nesta escola central, há uma excelente Tele Sala para treinamentos e eventos de pequeno e médio porte. Ali presente, também, a Biblioteca Municipal Dimas Pinto de Arruda, com singular acervo literário.  

O município oferta, ainda, excelente programa de Assistência ao Educando com o Programa de Transporte Escolar e Merenda Escolar, com a cooperação técnica e financeira da União e Estado de Santa Catarina.

 

Escola Nucleada Municipal Argeu Alves de Andrade (Escola Rural da Bossoroca)

 

Escola Nucleada Municipal Manoel Elias Andrade (Escola Rural do Cedro)

 

Escola Sede e Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC)

 

Escola Sede e Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC)

(49) 3236 3052

 

Desde 01 de maio de 1957, Urupema possui também na sede municipal, a Escola de Educação Básica - EEB Manoel Pereira de Medeiros, dentro do Sistema Estadual de Ensino. Neste ano de 2021, são 348 alunos matriculados. Frequentam do 1º ano ao 5º ano, Ensino Fundamental - anos iniciais. Do 6º ano ao 9º ano, Ensino Fundamental - anos finais. E do 1º ano ao 3º ano, Ensino Médio. São 28 professores e atendem os alunos nos períodos da manhã, tarde e noite. Como diretora, a professora Miriele Borges Leite (período 2020 a 2023). A escola tem também o Ginásio de Esportes Assis Pereira de Souza, bastante utilizado para práticas esportivas pela comunidade em geral. (49) 3236 1247

 

EEB Manoel Pereira de Medeiros e Ginásio de Esportes Assis Pereira de Souza


  

EEB Manoel Pereira de Medeiros – pátio interno

  

Urupema não se descuida da Educação Especial

 

Gianni Terezinha Schlickmann de Souza

Diretora APAE Urupema

(49) 3236-1150 / (49) 9127-0446

 

 

Sede da APAE Urupema

  

Alunos e professores da APAE Urupema em confraternização

 

Artesanatos desenvolvidos na APAE Urupema

   

   Continuemos nosso “passeio” ...... URUPEMA ENCANTA


 



 

Pequena e aconchegante localidade da Serra Catarinense, tem área total de 350 km2 e cerca de 2.500 habitantes. Além da sede, são cinco comunidades rurais – Cedro, Cedrinho, Marmeleiro, Bossoroca e Rio dos Touros.

Urupema é considerada a “cidade mais fria do Brasil”, com temperatura média anual de 13ºC. Em 07 de julho de 2019, a estação meteorológica da Epagri/Ciram registrou 9.7 graus negativos. 

 

Faz parte do bioma Mata Atlântica, com Floresta Ombrófila Mista, apresentando espécimes como Araucária, Erva Mate e Bracatinga. Com águas de excelente qualidade, frias e limpas, desde os anos 1990, registra a presença de trutas, que foram inseridas em projeto junto com a EPAGRI. Mesmo dentro do perímetro urbano no rio Caronas, existem pontos específicos para observação das trutas como atrativo turístico. 

O município possui altitude média de 1425 metros, a mais alta do estado de Santa Catarina. Seu ponto culminante, com altitude de 1750 metros, é o denominado atualmente Morro das Torres ou das Antenas (antigo Morro de Santa Anna/Santana, depois nominado Morro do Campo Novo). É o melhor local do Brasil para se observar o Sincelo (nevoeiro congelado). À sombra deste morro, a cerca de 1550 metros de altitude, situa-se a Cachoeira (ou Cascata) Que Congela, que recebe este nome por permanecer congelada nos dias mais frios do inverno, fenômeno único no país. Em julho de 2000, esteve por 12 dias totalmente congelada, com grossas camadas de gelo.

 

Cachoeira Que Congela 
Foto Prefeitura de Urupema

  

O perfil municipal é essencialmente agrícola, com cerca de 380 estabelecimentos agropecuários, sendo por volta de 250 de agricultura familiar. Pecuária de corte, plantio de batata inglesa, milho, maçã, exploração (ainda incipiente) de pinhão e erva mate, estão nessa cadeia produtiva. Em crescimento, a produção de uvas para o segmento de Vinhos de Altitude, principalmente. O Turismo é um setor também em expansão e com notável potencial de desenvolvimento. 

Com boas vias de acessos, setor de serviços, saúde e segurança bem delineados e estruturados, Urupema comemorou 32 anos de gestão política própria, agora em 01 de junho de 2021, ofertando, em todos os sentidos, uma excepcional qualidade de vida aos seus moradores, uma grande conquista a ser comemorada. Venha viver Urupema.

 

Foto Marleno Muniz

                                          

Após rápido e aprazível “passeio” por Urupema, voltemos à história da Rua do Conhecimento.  

A existência desta via urbana está relacionada com a implantação em nossa cidade de uma unidade do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC Câmpus Urupema. Sua aula inaugural aconteceu em 28 de junho de 2011, com palestra proferida pelo Prof. Caio Martini Monti, então diretor de Expansão do IFSC SC. 

Para que tal fato acontecesse, foi de muita importância uma ação pioneira, visionária e de profundo sentido de pertencimento de duas famílias urupemenses, mais de 20 anos antes dessa data. São elas: 

- Pedro Pereira de Souza e esposa Anita Pereira de Souza; 

- Orozimbo Oliveira Rodrigues e esposa Ivonete Vieira Rodrigues. 

Pedro e Anita Pereira de Souza, ao realizarem a venda de uma gleba de terras para Ronei Pagani de Arruda, estabeleceram e declararam em escritura/registro que 10.000 m² desta área ficavam doados ao patrimônio público federal, estadual ou municipal, que seria escriturada pelo adquirente quando ali fosse ser construído um hospital ou uma escola.

Nessa ação benemérita, também participou o casal Orozimbo Oliveira Rodrigues e Ivonete Vieira Rodrigues, amigos de Pedro e Anita, que fizeram parte do ato de doação. Orozimbo e Ivonete, portanto, pagaram a Pedro metade do valor correspondente aos 10.000 m2 de terreno doado para uma ação de futura melhoria para o município. Cada casal foi então responsável pela doação de 5.000 m2 da área, formando assim os 10.000 m2 de terreno que viriam a ser, futuramente, o embrião estratégico de captação de uma unidade do IFSC para Urupema. 

Na segunda parte da matéria sobre a Rua do Conhecimento, contaremos um pouco mais sobre esta importante ação de cidadania e as famílias envolvidas. 

Caminhando para o futuro, em 2005 foi proposto um projeto educacional para desenvolvimento da região da Serra Catarinense, representado pela criação de uma escola agrotécnica. Com perfil de um Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), seria localizada no município de São Joaquim e direcionada a alunos do ensino médio.

Logo, começaram a ocorrer reuniões com lideranças políticas e comunitárias em outros municípios vizinhos, como Urubici, Bom Retiro, Rio Rufino e Urupema. O prefeito de Urubici e a então prefeita de Urupema, Arlita Terezinha de Souza Pagani, também demonstraram interesse na implantação dessa unidade educacional em seus municípios.

Através de um projeto chamado “Pacto de Concertação” (concertação = ato ou efeito de combinação ou harmonização (de atitudes, interesse, etc.), envolvendo governo local, estadual e federal, mobilização política e comunitária e de inúmeros outros setores, muitas reuniões aconteceram no ano de 2006. Com boas propostas apresentadas, Urupema foi informada em 2007, que receberia a instalação de um CEFET-SC.

Entre as contrapartidas ofertadas pelo município, a área de 10.000 m2 doada também para este fim por aqueles pioneiros em 1991, foi instrumento de muita importância para atração dessa unidade educacional para cá.

Logo após, os estudos para sua implantação em Urupema demostraram que seria preciso uma área ainda um pouco maior.

A prefeita Arlita de Souza Pagani e Ronei Pagani de Arruda, proprietário da gleba contígua com o terreno inicialmente doado, fizeram um acerto em mais 5.000 m2 de área, que em nome da prefeitura foram também doadas à instituição. Ainda em 2007, os CEFETs acabaram sendo transformados em institutos federais.

Assim no 2º semestre de 2009, já na gestão municipal do prefeito Amarildo Luiz Gaio, que muito contribuiu também para esta conquista, as obras de implantação do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC Câmpus Urupema começaram a ser construídas.

Muitos benefícios já foram e continuam sendo gerados pela presença desta instituição no município de Urupema. E também para toda região serrana, Santa Catarina e Brasil, como veremos na terceira parte desta matéria.

 

 

Perguntaria o leitor: e a Rua do Conhecimento?

 

Pois é, foi uma árdua luta das gestões municipais de Urupema. Desde o início das obras para implantação de infraestruturas necessárias ao bom funcionamento do IFSC, como o acesso ao Câmpus, aspectos urbanísticos, paisagismo, entre outros, até o momento atual, resultaram em positivas conquistas. E cada prefeito fez a sua parte.

  

 

 

Nas fotos, o acesso inicial ao IFSC Câmpus Urupema, ainda em fase bastante precária, mas já permitindo tráfego viário, com cuidado. Felizmente, todas as dificuldades foram superadas. É sempre bom ver o passado para se valorizar o presente.

Hoje, esta via está nominada como Rua do Conhecimento. Com aproximadamente 300 metros de comprimento, vai da estrada municipal Urupema ao Cedro até a confrontação com a rodovia estadual SC 112, trecho Urupema a Rio Rufino. Agora, finalizando o seu terço final de extensão, com pavimentação e paisagismo, completa e favorece a circulação de muitos além de propiciar uma bela vista de Urupema. 



Fotos Franciele Medeiros Andrade

  

Assim, vemos que dia a dia, quando há desejo e probidade nas gestões administrativas municipais, mesmo nas que não têm sobra de caixa abundante, muitos projetos podem ser feitos em prol da comunidade. Felizmente, Urupema é privilegiada nesse sentido.

 

E por que Rua do Conhecimento?

 

No início de 2018, a prefeitura de Urupema, através do secretário municipal de Turismo e Urbanismo Antenor Arruda, entrou em contato com dirigentes do IFSC Câmpus Urupema, sobre a proposição administrativa de nominar a rua frontal ao instituto. Uma ideia inicial seria como Rua da Cultura, mas a prefeitura abriu diálogo para ouvir a opinião da instituição.   

A proposta inicial foi levada para ser discutida junto aos professores, com a solicitação de que os que desejassem, expusessem sua opinião.  Surgiu entre eles a sugestão do nome Rua do Conhecimento. Embora sem configurar uma eleição, com votos, urnas, etc., a partir daí, Camila Koerich Espíndola, Técnica em Assuntos Educacionais do IFSC Câmpus Urupema, foi escolhida para também indagar sobre a escolha do nome junto aos servidores e alunos, tanto via e-mail, quanto de forma presencial em salas de aula. De forma geral, entenderam como um nome significativo a todos.  

 

Consagrou-se então, o nome Rua do Conhecimento, denominação bastante representativa dos objetivos propostos por esta instituição de excelência educacional. Assim se fez, em 09 de maio de 2018, a lei foi sancionada e promulgada pelo prefeito de Urupema, Evandro Frigo Pereira.

 


 

Em breve publicaremos uma terceira parte da matéria sobre a Rua do Conhecimento, contando um pouco da história do IFSC e do IFSC Câmpus Urupema. Esperamos a sua companhia!

 




[i] Texto de Carlos Solera e Eleni Cássia Vieira, com pequenos ajustes de Cristiane Budde, Ismênia Ribeiro Schneider e Daniela Ribeiro Schneider.