quinta-feira, 30 de março de 2017

Casa de Pedra – 150 anos



        Neste momento, interrompemos a sequência de matérias sobre os nomes de praças e ruas de São Joaquim (SC) para publicar um estudo muito importante para a história serrana, escrito por Manoel Cecílio Ribeiro Martins. Ele descreve os 150 anos da chamada “Casa de Pedra”, construída na Fazenda do Socorro. A Fazenda situa-se, atualmente, no município de Bom Jardim da Serra (SC), mas, antigamente, pertencente ao município de São Joaquim-SC.


Mapa da Fazenda do Socorro, 10/05/1919, Eng. Emilio Gallois.


            Manoel Cecílio Ribeiro Martins (nasc. 08/08/1922), c.c. Maria do Carmo Brognoli (nasc. 18/11/1932), é:
- filho de Dolores de Souza Ribeiro (19/09/1891 – 25/06/1928) e Adolfo José Martins (15/03/1884 - 23/10/1968);
- neto materno de Manoel Cecílio Ribeiro (15/01/1856 – 02/04/1917) e de Rozalina de Souza e Oliveira (23/01/1871 - 05/03/1932);
- bisneto de Matheus Ribeiro de Souza (1829 – 18/11/1900) e de Maria Magdalena Batista de Souza (1833 - 21/11/1867) (filha de João Batista de Souza – “Inholo” [nasc. 1800 – falec. 1850]).
- trineto de João da Silva Ribeiro (Sênior) (23/06/1787 – 12/05/1873) (filho de Pedro da Silva Ribeiro e Anna Maria de Saldanha) e de Maria Benta de Souza (filha de Matheus José de Souza e Clara Maria de Athaide).
           Agradecemos a Henrique Brognoli Martins (nasc. 1952), filho de Manoel Cecílio Ribeiro Martins e de Maria do Carmo Brognoli, por nos enviar o texto e as fotos que seguem abaixo.


Antecedentes
por Manoel Cecilio Ribeiro Martins

Antes de iniciar o relato sobre “Os 150 anos da Casa de Pedra na Fazenda do Socorro” é importante contextualizar a figura de Matheus Ribeiro de Souza (1829-1900), seu idealizador.


Figura 01 – Vista Geral da Casa de Pedra.


Matheus exerceu, juntamente com seu irmão, o Coronel João da Silva Ribeiro, uma ativa participação nos primórdios da vida política da então Vila de São Joaquim da Costa da Serra, como primeiro vereador da instalação da Câmara Municipal representando o Distrito do Socorro, atual Bom Jardim. Com uma personalidade marcante, já naquela época, fazia questão da grafia do seu nome de Matheus com “u” ao invés do comum Matheos, do português antigo.
Em razão de minha mãe Dolores Ribeiro Martins, ter sido filha única de Manoel Cecilio Ribeiro, e este também o único filho homem de Matheus Ribeiro de Souza, eu Manoel Cecilio Ribeiro Martins, sou atualmente o último dos Ribeiro da descendência de Matheus Ribeiro de Souza, diferentemente de seus irmãos João da Silva Ribeiro Jr, Pedro José Ribeiro e Manoel Bento Ribeiro cujas descendências se multiplicaram levando o nome “Ribeiro” para muitas gerações.


Figura 02 – Matheus Ribeiro de Souza.

Embora no ramo de Matheus Ribeiro de Souza, o nome Ribeiro só tenha se transmitido até a 3ª geração, os “Ribeiro Martins”, a descendência dos Ribeiro continuou através da linha feminina, como já foi elencada pela pesquisadora Ismênia Ribeiro, em 2007, na denominada “Descendência de Matheus Ribeiro de Souza”. Mas é bom lembrar, que não só se multiplicou pelos descendentes do filho Manoel Cecilio Ribeiro, como também pelas filhas do 1º casamento: Maria da Conceição casada com Antônio Pereira de Medeiros, Virginia casada com Pedro Florêncio Pereira, ambas radicadas onde hoje é Urupema, Maria Magdalena casada com Manoel Pinto de Souza e Carlota Baptista Ribeiro casada com Joaquim Furtado de Souza e posteriormente com Augustinho Pereira da Silva, estas duas últimas em São Joaquim. Já as filhas do 2º casamento, ficaram, em sua maioria, radicadas em Bom Jardim da Serra, Adelaide casada com Antão de Paula Velho, Zulmira casada inicialmente com Cyrillo Caetano de Souza, e posteriormente com Bruno Francisco Macedo, Adelia com José Caetano do Amaral e Maria Trindade casada com Ambrozio Baptista de Souza, esta última em São Joaquim.

Os 150 anos da Casa de Pedra na Fazenda do Socorro

Ao iniciar a história da restauração da denominada Casa de Pedra, é fundamental resgatar que ela é parte dos elementos importantes no povoamento desta Costa de Serra e principalmente de Bom Jardim da Serra, na fixação do homem na terra, a partir da Fazenda Nossa Senhora do Socorro, e de suas manifestações culturais na área rural.


Figura 03 – Óleo Sobre Tela de Willy Zumblick (1950).

Essa antiga sede de fazenda é um testemunho histórico de fatos que aqui aconteceram e estão associados aos esforços de meus antepassados para o desenvolvimento da região. Em 2017 estarão concluídas as necessárias obras emergenciais com reforço na estrutura básica nas paredes de taipa da casa, assoalhos e, principalmente, resgatando seu telhado na forma original, ano em que a Casa de Pedra completa 150 anos de sua edificação.


Figura 04 – Casa de Pedra – Fachada Principal.



Figura 05 – Casa de Pedra – Fachadas Laterais.


Foi para sua esposa Maria Magdalena Baptista de Souza (1833-1867) filha de João Baptista de Souza, Inholo (1800-1850), que meu bisavô, Matheus Ribeiro Souza (1829-1900) construiu essa casa. A primeira vez que se mencionou a sua existência, foi no ano de 1867, por ocasião da morte de Maria Magdalena Baptista de Souza, quando se arrolou dentre os bens: “...uma casa coberta com telhas de barro na Fazenda do Socorro”, que era um diferencial para época na região.

 
Figura 06 – Maria Magdalena Baptista de Souza.


Outro fato, também relacionado à Casa de Pedra foi a instalação de janelas com vidros em 1868, uma “exigência” de Maria do Nascimento Amaral, também conhecida como “Dona Senharinha” (1846-1931), para torna-se a 2ª esposa de Matheus Ribeiro de Souza, vidraças que, na época em São Joaquim, eram ainda, um artigo de luxo, segundo relatos de sua neta Dulce do Amaral Velho. Conheci Dona Senharinha, minha “bisavó emprestada”, já como uma importante referência familiar, na época estava acamada e com idade avançada, lembro que fomos a Bom Jardim na casa dela, juntamente com meu irmão Hélio para “tomar louvado” (benção). São estes episódios da crônica familiar que alimentam nossas histórias, quando ainda hoje, por exemplo, Rose Buendgens relembra fatos mencionados por sua avó Dulce que nasceu na Casa Pedra.


Figura 07 – Janelas Típicas do Século XIX em Madeira e Vidro colocado posteriormente.

Após a morte de Matheus Ribeiro de Souza, em 1900, concluídos os acertos do inventário, seu filho Manoel Cecilio Ribeiro adquiriu de sua madrasta, Dona Senharinha, a sede da Fazenda do Socorro. Incentivado por sua esposa Rozalina de Souza e Oliveira (1870-1938), neta de Antônio Saturnino de Souza e Oliveira, descendente de tradicional família fluminense, é que foram realizadas em 1908 as melhorias e as pinturas florais no interior da Casa de Pedra, por um pintor (segundo informações do jornalista Rogério Martorano chamado Antônio Cesar Burlamaqui) que atuou em São Joaquim e Lages no inicio do século XX.



Figura 08 – Detalhes das pinturas no Interior da Casa.
Fotos de Dionata Costa (São Joaquim - On Line).

O ano de 2017 é também marcado pelo centenário da morte de meu avô Manoel Cecilio Ribeiro (1857-1917), ocorrida em São Paulo, ao submeter-se a uma cirurgia no Instituto Paulista de Medicina. Foi Manoel Cecilio Ribeiro, bisneto do precursor Matheus José de Souza, quem requereu, judicialmente, em 1910, por meio de seu advogado Nereu Ramos, a divisão da Fazenda do Socorro, que objetivou pôr termo ao condomínio existente, cuja comunhão permaneceu por cerca de 140 anos, ou seja, desde 1775.


Figura 09 – Manoel Cecilio Ribeiro - crayon atribuído a Eduardo Dias em 1906.


Matheus José de Souza, participante na fundação de Lages, adquiriu de Manoel Marques Arzão que já vivia na região a Fazenda do Socorro no ano de 1775. A partir do casamento de sua filha Maria Benta de Souza (1790-1857) em 20/02/1812, com João da Silva Ribeiro (1787-1868) iniciou-se o elo de ligação com a família Ribeiro.
Em relação a essa antiga sede de fazenda coube a Matheus Ribeiro de Souza na partilha de bens de sua mãe Maria Benta, mas se mencionou a existência de 03 mangueiras de taipas, ainda existentes e demais benfeitorias. Não há nenhuma referência a Casa de Pedra e nem mesmo, à antiga casa, que pertenceu a Manuel Marques Arzão. Consta que a referida 1ª casa incendiou-se, e ainda hoje existem os alicerces, sendo referida como “a antiga tapera do Arzão”. O celebre escritor e acadêmico catarinense Tito Carvalho (1896-1965), foi quem melhor explorou nosso regionalismo literário, em relatar no Jornal “República”, de Florianópolis, em 18/01/1928, um artigo denominado “Lendas das Minas do Arzão”, quando descrevia o ponto de partida do lendário mapa: “dever-se-ia sair da antiga Casa do Socorro, já desaparecida, não da nova”.

Figura 10 – Antigas Mangueiras de Taipas.


Foi minha mãe Dolores Ribeiro (1891-1928), filha única e herdeira de Manoel Cecilio Ribeiro que nos deixou essa “Tradicional e Amparadora Fazenda do Socorro” como dizia meu pai Adolfo José Martins (1885-1968) professor e editor da Gazeta Joaquinense em 1906, deputado estadual (1935-1936) e vereador por São Joaquim: “e foi essa Casa de Pedra que nos abrigou após sua morte prematura”.


Figura 11 - Dolores Ribeiro e o marido Adolfo José Martins em Florianópolis em 1928.

Um outro fato marcante na Casa de Pedra foi a chegada em 1936, do primeiro automóvel: era um Dodge ano 1928 não sei se de Lages ou de São Joaquim, que trazia meu irmão mais velho José Moacyr Ribeiro Martins (1912-1954), que tinha se formado em medicina em Porto Alegre, e era acompanhado pelo Dr. Joaquim Pinto de Arruda (1905 - 1997) e sua esposa Juraci (Ceci) Pereira.


Figura 12 - 1º automóvel na Casa de Pedra, da esquerda para direita: meus irmãos Ceniro em pé mais atrás o Helio, Dr Joaquim de terno branco, sentado dentro do carro meu irmão Dr. José Moacyr, no estribo do carro minhas irmãs Dolores e Doracy, ao lado de Ceci Pereira, sentados na frente eu Manoel Cecilio e meu irmão Celso. Na porta da casa meu pai Adolfo e Dona Belinha (Isabel Teixeira Nunes) sua 2ª esposa, com a filha Isabel no colo.

Em 26 de junho de 1964, meu pai alertou-me para a necessidade urgente de reparos no “prédio residencial”, que considerava “obra de frisante valor”, os quais foram realizados em 1965 de forma limitada em razão das dificuldades da época.
Decorridos todos estes anos, acredito que meu pai me deu tal missão, não por eu ser engenheiro civil, mas por imaginar que eu continuaria as atividades agropastoris da família e principalmente por levar nome de meu avô Manoel Cecilio Ribeiro, a quem certamente ele sempre prestou homenagens.
Embora eu não tenha permanecido com a sede da minha fazenda na Casa de Pedra, ainda assim agradeço em especial aos meus sobrinhos, herdeiros de meus irmãos, pela realização em 2013, do acordo divisório da propriedade, que interrompeu um lento processo de destruição da casa pela ação do tempo e que me possibilitou, ainda, aos 94 anos realizar a minha missão, de poder preservar a Casa de Pedra para mantê-la como um prédio com significativo valor histórico para as famílias Souza, Ribeiro, Amaral e Martins e para nosso Bom Jardim da Serra.

Manoel Cecilio Ribeiro Martins



Figura 13 - Manoel Cecilio Ribeiro Martins com a mulher Maria do Carmo Brognoli ao iniciar as obras de restauração.




terça-feira, 21 de março de 2017

Rua Marcos Batista


            No centro da cidade de São Joaquim (SC), entre as ruas Manoel Joaquim Pinto e Domingos Martorano, localiza-se uma rua extensa, cujo nome homenageia mais um personagem importante para a história da fundação do município: Marcos Baptista de Souza.
Marcos Baptista de Souza nasceu em 09/08/1835, na Fazenda São João, depois “São João de Pelotas” (divisa c/ o RS), vendida ao Cel  João Ribeiro em 1850.
Filho do rico estancieiro João Baptista de Souza (19/01/1800 - 13/08/1850), “Inholo”, e de Maria Gonçalves do Espírito Santo (1802 - 19/08/1882).



Figura 1 - Marcos Baptista de Souza.


Aos quinze anos, Marcos perdeu o pai assassinado por dois de seus próprios escravos. Por determinação judicial, João Ribeiro, primo-irmão e cunhado, casado com sua irmã Ismênia Baptista de Souza (03/11/1831 - 01/09/1912), tornou-se seu tutor, e mais tarde mentor, incentivando seu precoce engajamento nas lides políticas.

Nota: Marcos tinha mais duas irmãs, Maria Benta (nasc. 26/05/1828), c.c. José Lins de Córdova (1817 - 15/04/1874), e Maria Magdalena (1833 - 21/11/1867), c.c Matheus Ribeiro de Souza (1829 - 18/11/1900), um dos irmãos mais moços do Coronel João Ribeiro.

Em 1873, Marcos Baptista foi um dos fundadores da “póvoa” de São Joaquim. Por ser bastante preparado intelectualmente para a época, foi escolhido Secretário Geral dos Trabalhos, cargo que desempenhou por muitos anos. Quando faleceu João Ribeiro, em 1894, Marcos Baptista o substituiu na presidência do Partido Republicano, antigo Partido Conservador.
Marcos Baptista de Souza casou-se, em 2 de outubro de 1860 (Lages, SC) , com MARIA RODRIGUES DE ANDRADE (bat. 14/03/1843[i] – 14/01/1926), “D. Marica”, filha de João Floriano Rodrigues de Andrade e Guiomar Valgos Galvão de Siqueira.
“D. Marica” era mulher de muita personalidade e gênio forte, usando sempre na cintura um revólver.



Figura 2 - Maria Rodrigues de Andrade e Marcos Baptista de Souza. (Fonte: Arquivos de Enedino Batista Ribeiro, acervo pessoal de Ismênia Ribeiro Schneider)

O casal teve sete filhos:
F1 - JOÃO BAPTISTA DE SOUZA NETO, “Batista Marcos”, (1860-1940), casado com (c.c.) Maria dos Prazeres Baptista de Souza (1869-1912), filha de João Ribeiro/ Ismênia. 14 filhos. Domicílio: Fazenda “Morro Chato”, Bom Jesus. Ancestrais da família joaquinense Cassão, da qual faz parte a historiadora Maria Baptista Nercoline.
F2 - MARIA BAPTISTA DE SOUZA SOBRINHA (ou Maria Paulina), c.c. Paulino José Ribeiro (1854-1909), filho de Pedro José Ribeiro e Jacintha Maria de Saldanha, sendo Pedro José irmão de João Ribeiro. Sem filhos, mas criaram uma sobrinha. Domicílio: Fazenda “São Pedro”.
F3 - ISMÊNIA BAPTISTA DE SOUZA ESTEVES, c.c. Manoel Ignácio da Silva Esteves (1871-1927), filho de Francisco da Silva Esteves e Ignácia Maria de Saldanha Sobrinha (também filha de Pedro José Ribeiro). 14 filhos. Domicílio: Fazenda “Vista Alegre” em Bom Jardim, SC. Ancestrais de Élvio Rogério Vieira Esteves, c.c. Filomena Nunes Esteves, residentes em São Joaquim.
F4 - CÂNDIDA DOS PRAZERES BAPTISTA DE SOUZA (1871-1930), c.c. João Baptista Ribeiro de Souza (1860-1944), filho de João Ribeiro/Ismênia. 12 filhos. Domicílio: Faz. “São João de Pelotas”. Ancestrais da Família Palma Ribeiro, da Família de Maria Cândida Ribeiro Vieira, “Candoca”, c.c. Hercílio Vieira do Amaral, avós de Clóvis Edu de Paula Vieira, Hercílio Vieira Neto, “Hercilinho”, e Hamilton José Palma Vieira, “Titinho”, que ainda conservam terras na fazenda original da família, após 156 anos de posse ininterrupta.
F5 - ANA BAPTISTA DE SOUZA, c.c. Manoel Martins Ribeiro, “Manoel Faié”, filho de Raphael José Ribeiro, outro filho de Pedro José/Jacintha Maria. 03 filhos. Domicílio: Bom Jardim.
F6 - AMBRÓSIO BAPTISTA ANDRADE DE SOUZA, c.c. Maria Trindade do Amaral e Souza, “Tia Trindade”, filha de Matheus Ribeiro de Souza (irmão de João Ribeiro) e Maria do Nascimento do Amaral e Souza, “D. Senharinha”. 13 filhos. Domicílio: Bom Jesus. Ancestrais maternos do Dr. Henrique Córdova.
F7-  MARIA DAS DORES BAPTISTA DE SOUZA, “tia das Dores”, c.c. Inácio Ribeiro Velho, filho de Manoel Inácio Velho e Ana Maria Ribeiro Velho (esta filha de João Ribeiro/Ismênia). 08 filhos. Domicílio: Fazenda “Boa Vista”, Bom Jesus.

Marcos Baptista tornou-se proprietário de duas fazendas separadas apenas pelo rio Pelotas: a Fazenda “São Pedro”, na região do Arvoredo, SC, e a “Santa Maria”, em Bom Jesus, RS, que se tornou seu domicílio. Foi grande estancieiro, cidadão e político muito respeitado, tanto em São Joaquim (SC), como em Bom Jesus (RS), onde faleceu em 07/10/1906. Foi sepultado, assim como sua mulher, no cemitério da Fazenda Morro Chato, aonde até hoje existe a sua sepultura.


Figura 3 - Cemitério da Fazenda Morro Chato.



Figura 4 - Rua Marcos Batista, São Joaquim (SC). (Fonte: Google Street View)


Referências

SCHNEIDER, I. R. Notas biográficas dos dez fazendeiros que assumiram a chefia da fundação de São Joaquim da costa da serra, em 01.04.1873 – MARCOS BAPTISTA DE SOUZA (09.08.1835 – 07.10.1906 ), Secretário dos trabalhos de Fundação. Jornal Mural, outubr

Cadernos de Enedino Batista Ribeiro. Acervo pessoal de Ismênia Ribeiro Schneider.

RIBEIRO, Enedino Batista. Gavião-de-Penacho, memórias de um Serrano. 1999. 

Inventários arquivados nos fóruns de Florianópolis e São Joaquim. 


Acervos particulares de Ismênia e Maria Baptista Nercoline.



[i] Batismo de Maria Rodrigues de Andrade, 1843. Documento fornecido por Rogério Palma de Lima.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Praça Cezário Amarante



Ismênia Ribeiro Schneider
Cristiane Budde


            Entre as ruas Manoel Joaquim Pinto e Paulo Bathke (paralelas), em São Joaquim (SC), localiza-se uma praça que homenageia o quarto prefeito do município: Cezário Joaquim do Amarante. Ele governou a cidade durante 28 anos, de 1898 a 1926.


Figura 1 - Legenda do Busto que homenageia Cezário Joaquim do Amarante, na praça que recebeu seu nome.


Cezário Joaquim do Amarante (25/02/1852 – 10/08/1929) é filho de Felisberto Joaquim do Amarante (1796 - 03/02/1861[i]) e de Carlota Joaquina do Amarante (de Liz) (1807 - 08/10/1884[i]). Esta é filha de Nicolau de Liz e Abreu e Umbelina Maria Pereira (falec. 1878).
Felisberto, por sua vez, é filho de Miguel Bicudo de Amarante e Anna Joaquina de Boenavides (25/12/1773 - 05/08/1847[i]). Um fato intrigante na história local é o assassinato de Felisberto, pai de Cezário, que ocorreu em 03/02/1861. Veja abaixo mais informações sobre o assassinato.

Conforme destaca a Agência de Notícias São Joaquim Online, Cezário Amarante
“governou São Joaquim no período de 1898-1926, pelo Partido Republicano, reeleito em vários pleitos, onde demonstrou capacidade de conciliação e liderança em torno dos interesses da incipiente sociedade joaquinense.
Talvez pelo fato de ser um rico fazendeiro da época, fundador da Fazenda Barreiro, hoje importante destino para o Turismo Rural no município de Urupema, Cezário Amarante nunca aceitou receber salários pela superintendência que exercia no município. Conforme noticiou o Jornal “Região Serrana”, de Lages, em janeiro de 1899 (exemplar constante do acervo do Museu Histórico Thiago de Castro – Lages), o superintendente Cesário Amarante devolvia os seus honorários à municipalidade porque “tinha muito amor a sua terra”. (Fonte Revista Blumenau em Cadernos, Ed. 371, Nov/Dez de 1987- Historiadora Maria Batista Nercolini)”[ii].


Figura 2 - Praça Cezário Amarante, em São Joaquim, SC. (Fonte: Site Meus Roteiros de Viagem)


Figura 3 - Praça e busto em homenagem a Cezário Amarante. (Fonte: www.paranomio.com)


            Cezário Joaquim do Amarante casou-se, em 6 de setembro de 1885 (Lages-SC), com Belizária Ribeiro do Espírito Santo (nome de solteira) (nasc. 07/03/1866[iii]), filha de João da Silva Ribeiro Júnior (1819-1894), “Coronel João Ribeiro” e de Ismênia Baptista de Souza (1831- 1912).


Figura 4 – Belizária Ribeiro do Espírito Santo e Cezário Joaquim do Amarante. (Fonte: Foto disponibilizada por Rogério Palma de Lima, no site Genoom)


            O casal não teve filhos e, por isso, quando faleceu a irmã de Belizária, Ignês Batista Ribeiro (18/12/1853 – 09/04/1895), deixando cinco filhos pequenos, Cezário e Belizária adotaram com alegria a sobrinha PÁSCHOA BATISTA DE OLIVEIRA (falec. 03/02/1979[iii]), de três anos, que lhes confiou Ignácio Sutil de Oliveira, pai da menina, ao retirar-se para o Mato Grosso.
“Pascoinha”, como era chamada, casou-se no dia 21/12/1912 com OSCAR ALVES FERREIRA, passando a se chamar PÁSCHOA DO AMARANTE FERREIRA, mãe da conhecida família joaquinense “Amarante Ferreira”, herdeira da Fazenda “do Barreiro”, no Painel, e guardiã das ricas tradições da importante estirpe fundada por Cesário e Belizária.
Filhos de OSCAR e PÁSCHOA:

F1 – FULVIO AMARANTE FERREIRA (nasc. 1912), c.c. Nadir Borges, filha de Outobrino Vieira Borges e Maria Benta Macedo Borges.
Fazendas: “Butiá” e “Três Pedrinhas”.

F2 – DALMO AMARANTE FERREIRA (1915 – 10/05/1977), c.c. Ruth Ribeiro Ferreira (nasc. 1919, residente em Lages), filha de Affonso Ribeiro Sobrinho e Alzira Vieira Ribeiro.
Fazenda “do Barreiro”.

F3 – BELISÁRIA AMARANTE FERREIRA (nasc. 1916), c.c. Cícero Witzel (viviam em Campinas, SP), filho de José Witzel e Benedita Astrogilda Witzel.

F4 – CESÁRIO AMARANTE FERREIRA (1917 – 1967), c.c. Zenaide Córdova, filha de Antônio Córdova, “Tonico”, e Lídia Rodrigues Córdova.

F5 – DILMA AMARANTE FERREIRA (1919 – 2003), c.c. Joel Guimarães Batista, filha de Leonel Batista e Honorata Guimarães Batista.

F6 – JOSÉ AMARANTE FERREIRA (1920 – 1994 ), “Zelo”, c.c.
1ª esposa: Zilda Melo, filha de Felício Melo e ?
2ª esposa: Leila Antunes, filha de Júlio Antunes de Amorim e Rute Furtado Antunes.

F7 – ALDO AMARANTE FERREIRA (1922 – 1979 ), c.c. Laura Cândido Ferreira, filha de Vidal Cândido da Silva e Teodolina Cândido da Silva.
Fazenda: “Morro do Vento”.

F8 – DALILA AMARANTE FERREIRA (1923 – 1993), c.c. Arnaldo Salles de Abreu, filho de João Salles e Joana Cheromim Salles.

F9 – JARBAS AMARANTE FERREIRA (1924 – 1991), “Bio”, c.c. Norma Fontanella Cruz Ferreira, filha de Gregório Pereira da Cruz e de ?

F10 – OSCAR FERREIRA FILHO (1925 – 1995 ), “Oscarzinho”, c.c. Vírginia Damásio Ferreira, filha de João Damásio e ?

F11 – CLÊNIO AMARANTE FERREIRA (nasc. 1927, residente em Florianópolis), c.c. Iolanda Bleyer, filha de Thássilo Neves Bleyer e Filomena Mattos Bleyer.

F12 – JAILO AMARANTE FERREIRA (1929 – 1980), c.c.
1ª esposa: Lourdes Pires de Haro, filha de Horácio Pires de Haro e ?
2ª esposa: Leoni, filha de Francisco Abílio e ?

F13 – MARIA INÊS AMARANTE FERREIRA, “Cotinha” (nasc. 1930 – residente em São Joaquim), c.c. Saulo Andrade Vieira, filho de Belisário Araújo Vieira e ?


Figura 5 - Páschoa do Amarante Ferreira e Oscar Alves Ferreira. (Fonte: Foto disponibilizada por Rogério Palma de Lima, no site Genoom)

-----x-----

            Mais informações sobre o assassinato de Felisberto Joaquim do Amarante, pai de Cezário Amarante:

O Assassinato de Felisberto Joaquim do Amarante (1797 – 1861)[iv]

FELISBERTO JOAQUIM DO AMARANTE era filho de Miguel Bicudo do Amarante e de Anna Joaquina Benevides, esta por sua vez, filha de Manuel da Silva Ribeiro e Maria Bernardes do Espírito Santo, patriarcas da Família Ribeiro na Serra Catarinense.           Foi casado com CARLOTA JOAQUINA DE LIZ, filha de Nicolau de Liz e Abreu e de Umbelina Maria Pereira, descendentes da importante família Pereira que primeiro povoou a região do Painel.
O casal tornou-se dono de fazendas contíguas em terras do hoje município de Painel, que originaram a famosa Fazenda do Barreiro. Tiveram seis filhos, entre eles Cesário Joaquim do Amarante, que foi o quarto prefeito de São Joaquim, com mandato de 1898 a 1926.
Pois bem, FELISBERTO foi assassinado a tiros, no dia 03 de fevereiro de 1861, em sua casa, na Fazenda do Barreiro. A sua esposa, presente no momento do crime, acusou como responsável pelo assassinato ao seu cunhado, irmão do morto, VASCO JOAQUIM DO AMARANTE.
Esses dados foram acessados através do documento “Translado dos Autos do Crime de apelação ex-ofício interposta pelo Dr. Juiz de Direito da Comarca (Lages) da decisão do júri que absolveu o réu Vasco Bicudo do Amarante”, de 1861[v]. Aparece ali a inquirição do testemunho de Carlota, que assim narra, sob seu ponto de vista, a ocorrência do crime:
... todos escravos haviam corrido para o mato logo que ouviram o primeiro tiro: o que sendo ouvido por ela, não esperou mais e correu com seu filho pela porta de trás; ao chegarem à cozinha ouviram um tiro e ao passarem a taipa junto ao Rio, ainda ouviram outro tiro; depois que passaram o rio do outro lado encontrou-se com o restante de seus filhos, e todos os escravos, exceto o Luiz e a Delfina. Daí seguiram todos juntos, e ainda ouviram no caminho, um tiro, o qual foi dado em um cachorro, que depois foi achado morto, cujo tiro ela informante julga ter sido dado pelo seu cunhado Vasco, porque ouviu ele dizer estas palavras: “Arre diabo, passa”; cujas vozes não só foram conhecidas por ela informante, como por todos os seus filhos e escravos. Depois que o cachorro deixou de gritar, ela informante, seus filhos e escravos, ouviram de Vasco Bicudo do Amarante chamar, bem destintamente seu filho, Nhôzinho, e os escravos Luiz e José, dizendo estas palavras: “Venham que isso não é nada”, ao que ela informante disse para os seus filhos teu pai ficou morto como nós vimos, e ele diz que não é nada, corramos meus filhos, que ele nos está chamando para matar (pg 18).
Vasco ficou preso por 16 meses, respondendo pelo crime, sendo, ao final, absolvido da acusação, conforme se pode ver no mesmo processo:
... da innocencia do appellado, a qual na verdade, além de se achar na competencia do Tribunal de Justiça tão evidenciada se acha tão bem no Tribunal da opinião pública desta comarca igualmente reconhecida. Em vista pois disto, Senhor (referindo-se ao Imperador) é líquido que o apellado está muito no cazo de ser absolvido, mesmo do crime pelo qual acabou de ser condenado pela sentença da folha sessenta e três verso.

Vasco foi, pois, inocentado, partindo, logo a seguir, para a acusação de sua cunhada, Carlota, como sendo a verdadeira mandante do crime. Estes dados aparecem em outro processo: “Sumário de culpa ex-officio contra Carlota Joaquina de Liz e todos os seus escravos”, de 1862[vi]. Vejamos, então, a exposição apresentada por Vasco contra a cunhada:
Vasco Bicudo do Amarante, morador na cidade de Lages infamemente caluniado como assacino de seo irmão Felisberto Joaquim do Amarante, e que por tal crime o conservarão prezo dezaseis mezes, respondendo durante esse tempo duas vezes perante ao jury, sendo plenamente absolvido e querendo que a justiça discubra os verdadeiros criminozos, para assim serem punidos, e ficar o Suppe.(suplicante) izento d’essa nodôa, vem perante Vª Excª pedir que ordene às authoridades da Cidade de Lages, para novamente sindicarem, afim de se descobrir os authores de tão orrendo crime, pois é publico naquela Cidade, que a viuva do finado Felisberto Bicudo do Amarate e escravos da cazada são cumplices nesse horrorozo crime, imputar donde com mais affinco ao escravo Jozé. Procedendo Vª Excª com a devida cautela, certo estou, de que descobrirão os authores, tanto mais sendo voz publica de que a própria viuva, quando cazada com João Francisco Cidade Junior, igualmente assacinára, ministrando-lhe venêno. Actualmente, acha-se essa viuva cazada com o filho do Suppe. com quem já tinha relações illicitas antes da morte de seo irmão. Vª Excª poderá cordenar a verificação desse crime pelos cidadãos honestos do Termo de Lages, bem como pelos do Lavatudo e milhor será informado das circonstancias que existem. Tendo sido feita essa morte no dia três de fevereiro de mil oito centos e cessenta e hum, foi chamado o Inspector do quarteirão respectivo José N. Francisco, pelo Capitão José Marcellino, para fazer acto de Corpo de Delicto, dando-lhe verbalmente minucioza parte do ocorrido, o que cumprio, dezejando escrevel-a, e não an mirado a isso o mesmo Capitão Marcellino, incontenente demittio ao mesmo Inspector, tornando-se assim suspeito, na referida morte. A vista d’estes pontos que apresente o Suppe alem de sua defeza, e nos geraes se indica de alguma forma os crimonozos de tão horrendo crime; pede o Suppe a Vª Escª que obrando com justiça e imparcialidade que o caracterizão, ordene a prizão dos criminozos, punindo-os como merecem.

        Não tivemos acesso ao processo de julgamento de Carlota Joaquina de Liz, somente a este sumário de culpa ex-ofício. Mas sabe-se, pela história oral, que ela também foi absolvida, ficando o crime sem solução.
        Este, portanto, é mais um mistério que ronda a história de nossos ancestrais.


Referências
Inventário Judicial com Testamento de Cezário Joaquim do Amarante, 1929. Comarca de São Joaquim da Costa da Serra – SC, Inventário nº 733 – Reg. no livro nº3, Fls. 44.
Documento disponibilizado por Rogério Palma de Lima no site Genoom: Registro de óbito de Felisberto Joaquim do Amarante, 1861. Disponível em: https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-X959-WGQ?i=19&wc=MFKV-K36%3A1030404201%2C1030404202%2C1030457301%3Fcc%3D2177296&cc=2177296.




[i] PALMA DE LIMA, Rogério. Dado disponibilizado no site Genoom.
[iii] PALMA DE LIMA, Rogério. Dado disponibilizado no site Genoom.
[iv] Originalmente publicado no livro: SCHNEIDER, Ismênia Ribeiro. O voo das curucacas: estudo genealógico de famílias serranas de Santa Catarina. Florianópolis: Letra Editorial, 2013. Coleção Memória Familiar, INGESC, v. 1, 292p.
[v] MUSEU do Judiciário Catarinense.  “Translado dos Autos do Crime de apelação ex-ofício interposta pelo Dr. Juiz de Direito da Comarca (Lages) da decisão do júri que absolveu o réu Vasco Bicudo do Amarante”, de 1861. Cx 22 (Lages), Cx 77 Museu, nº 513.
[vi] MUSEU do Judiciário Catarinense.  “Sumário de culpa ex-officio contra Carlota Joaquina de Liz e todos os seus escravos”, de 1862. Cx 85 Museu, Cx 30 Lages.



sexta-feira, 10 de março de 2017

Rua Manoel Joaquim Pinto

Ismênia Ribeiro Schneider
Cristiane Budde

Uma das ruas do centro da cidade de São Joaquim (SC) recebeu o nome de Manoel Joaquim Pinto (de Arruda Filho), o chefe do grupo de fazendeiros que fundou São Joaquim da Costa da Serra, em 01 de abril de 1873.
Também em sua homenagem, foi conferido o nome de Manoel Joaquim Pinto a um monumento em madeira e pedras, localizado ao lado da Prefeitura Municipal de São Joaquim. A escultura foi idealizada e perpetrada por Élson Outuki e escultores colaboradores: Agostinho Hugen – Madeira – escultura; Nelson Neves Matias – Madeira – escultura; Yolanda Bathke – Desenho na madeira; Teizo Tonooka – Auxiliar Esculturas – pedra; e Tadeu – Serviço de pedreiro. O monumento visa contar a saga dos tropeiros que desbravaram a cidade (PMSJ, 2017).
Manoel Joaquim Pinto (de Arruda Filho) nasceu em 04 de outubro de 1808, em Porto Feliz-Piracicaba-SP[i]. Filho de pai com o mesmo nome e de Maria Josefa de Sampaio. 
Nota:  Pelo que se sabe, Manoel Joaquim Pinto de Arruda Filho, passou a utilizar apenas o nome "Manoel Joaquim Pinto". Assim, no documento original de óbito consta apenas "Manoel Joaquim Pinto". O mesmo pode ser observado em seu inventário (de 1880). A informação que temos é que ele abriu mão do último sobrenome, não se sabe a razão, mas que exigiu que os filhos o conservassem.

Manoel Joaquim Pinto (de Arruda Filho) casou-se com Joaquina da Silva Medeiros (Joaquina Rosa de Jesus) (1819 - 01/08/1879), filha de José Pereira da Cunha Medeiros e de Vicência Rosa de Jesus (José e Vicência são pais de Manoel José Pereira da Cunha (Manduca Pereira) [1806 - 03/09/1858]).
Manoel Joaquim Pinto e Joaquina tiveram os seguintes filhos[ii]:
F1 – JOÃO DE DEUS PINTO DE ARRUDA (de Arruda Medeiros), c.c. Carolina Muniz de Saldanha (nasc. 30/12/1838), filha de Antônio Caetano da Silva Machado (1788 - 05/09/1864) e Esmênia Muniz de Saldanha (06/07/1805 - 31/08/1888).
Filhos[iii]:
N1.1 – Manoel Pinto de Arruda (20/02/1866 - 26/11/1947);
N1.2 – Boaventura Lopes Pinto de Arruda (NASC. 1872);
N1.3 – Francelisio Pinto de Arruda.
Além desses filhos, segundo Glacy Weber Ruiz, João de Deus teve mais uma filha, chamada Ignácia Teodora de Lima (23/01/1862 -19/02/1940). Contudo, na certidão de batismo de Ignácia, consta apenas que ela é filha de Theodora, escrava de Dona Izabel Joaquina de Jesus. Ademais, no documento de óbito, ela é registrada como filha de pai incógnito e de Teodora de Lima (ou Teodora Rosa de Jesus, como consta em outros documentos). O mesmo dado sobre o pai aparece no registro de matrimônio civil, e também no religioso, com Saturnino Julio da Silva (Pinto) (nasc. 02/11/1853)[iv].

F2 – JOSÉ PINTO DE ARRUDA (1844 - 05/08/1928), c.c. Silvina (Rosa) Pereira de Jesus (Medeiros) (1854 - 15/04/1936), filha de Manoel Silvério de Bastos e Bernardina Pereira de Jesus[v].
Filhos:
N2.1 – Faustino Pinto de Arruda (05/04/1876 – 1959);
N2.2 – Honorata Pereira de Arruda (nasc. 1879);
N2.3 – Joaquina Pinto de Arruda (nasc. 1880);
N2.4 – Dorvalina Pereira de Arruda (nasc. 1883);
N2.5 – Sebastião Pinto de Arruda (nasc. 22/10/1885);
N2.6 – Isabel Pereira de Arruda (1888 - 25/02/1969);
N2.7 – José Pinto de Arruda Filho (nasc. 1888);
N2.8 – Joanna Pinto de Arruda (nasc. 1892);
N2.9 – Bernardina Pereira de Arruda (nasc. 12/04/1893);
N2.10 – Belizário Pinto de Arruda (nasc. 11/01/1899);
N2.11 – Enerícia Pinto de Arruda (nasc. 20/06/1901);
N2.12 – Manoel Pinto de Arruda (nasc. 10/10/1904 – 24/06/1994);
N2.13 – Maria Pinto de Arruda.

F3 – JANUÁRIO PINTO DE ARRUDA (10/07/1848 - 26/09/1924[vi]), c.c. Floripa Pereira de Jesus (1859 - 17/09/1916[vii]), filha de Manoel José Pereira de Medeiros (1833 - 22/08/1900) e Esmênia da Silva Muniz (Saldanha) (1832 - 05/05/1901).
Filhos:
N3.1 – Cesária Joaquina (nasc. 12/03/1881);
N3.2 – Francisca (nasc. 1884);
N3.3 – Manoel Joaquim de Arruda (nasc. 08/12/1885);
N3.4 – Pedro Pinto de Arruda (nasc. 07/07/1896);
N3.5 – Octacilio Pinto de Arruda.

F4 – FRANCISCA ROSA DE JESUS (de Arruda), “Chiquinha” (nasc. 10/10/1850), c.c:
Em primeiras núpcias: João Rodrigues de Souza (1843 - 03/07/1886), filho de Manoel Rodrigues de Souza (21/09/1796 - 18/09/1868) e de Anna Maria de Lima (20/08/1799 - 13/07/1863).
Nota: Manoel Rodrigues de Souza é filho de Matheus José de Souza e Clara Maria de Athayde.
Filhos:
N4.1 – Joaquina Rosa de Lima (nasc. 1871);
N4.2 – Anna de Souza Lima (1874 - 18/01/1916);
N4.3 – Manoel Pinto de Souza.
Em segundas núpcias: Antônio da Silva Mattos (15/10/1829 - 15/06/1916), “Tonico das Palmas”, filho de João da Silva Mattos (1799 - 26/04/1843) e de Ana Joaquina da Conceição Cardoso (falec. 1881). Sem filhos.

F5 – ROMUALDO PINTO DE ARRUDA, c.c. Leocádia Vieira Ramos, filha de Luiz José de Oliveira Ramos e de Maria Gertrudes de Oliveira Ramos. Casamento: 19 de julho de 1866, Lages[viii].
Filhos:
N5.1 – Idalino Pinto de Medeiros.

Manoel Joaquim Pinto (de Arruda Filho) faleceu em 27/06/1879, em São Joaquim-SC[ix], e foi sepultado no cemitério da Fazenda do Cedro.


Figura 1- Manoel Joaquim Pinto.



Figura 2 - Monumento Manoel Joaquim Pinto, ao lado da Prefeitura Municipal de São Joaquim-SC.



Figura 3 - Rua Manoel Joaquim Pinto (Fonte: Google Street View).


 Figura 4 - Rua Manoel Joaquim Pinto revitalizada. Fonte: Site Agência de Notícias São Joaquim Online.


Referências e Notas

PMSF, Prefeitura Municipal de São Joaquim. Monumento Manoel Joaquim Pinto. 2017. Disponível em: http://turismo.saojoaquim.sc.gov.br/item/detalhe/1364.

Para maiores detalhes sobre o Monumento Manoel Joaquim Pinto, acesse: http://saojoaquimonline.com.br/prefeitura/?p=18.

Inventário de Manoel Joaquim Pinto, 1880. Juízo Municipal da cidade de Lages, Processo nº29.1880 – cx 51 – na 2ª Listagem do livro de Gilberto Machado de 1999 “As Alforrias a partir da Análise dos Processos de Inventário da Comarca de Lages no Período de 1840-1888”.


[i] Batistério de Manoel Joaquim Pinto, 1808. Documento fornecido por Rogério Palma de Lima.
[ii] Não, necessariamente, em ordem cronológica.
[iii] PALMA DE LIMA, Rogério. Documentos disponibilizados no site Genoom.
[v] Óbito de Silvina Pereira de Jesus, 1936. Documento disponibilizado no site Genoom por Rogério Palma de Lima. https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-621S-M5G?mode=g&i=64&wc=MQRQ-HPD%3A339728001%2C339728002%2C339820201&cc=2016197.
[vi] PALMA DE LIMA, Rogério. Dados disponibilizados no site Genoom. Fonte: Brazil, Catholic Church Records Santa Catarina Lages Nossa Senhora dos Prazeres Batismos 1847, Abr-1850, Dez, Image of 95/192; Óbito: https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-267-12454-20263-61?cc=2016197 e https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-267-12454-18567-89?cc=2016197.
[vii] PALMA DE LIMA, Rogério. Dados disponibilizados no site Genoom. Fonte: Óbito: https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-267-12454-15524-12?cc=2016197.
[viii] Matrimônio de Romualdo Pinto de Arruda e Leocádia Vieira Ramos, 1866. Documento fornecido por Rogério Palma de Lima.
[ix] Óbito de Manoel Joaquim Pinto, 1879. Documento fornecido por Rogério Palma de Lima.