quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Rua Agripa de Castro Faria


          Ainda no Centro da cidade de São Joaquim (SC), localiza-se a Rua Agripa de Castro Faria, um importante médico e com atuação política em Santa Catarina. Em sua homenagem, seu nome também foi atribuído a uma rua em Florianópolis e a outra em Urubici (SC).
            Nasceu em 02 de abril de 1901, em Campos, RJ[i]. Filho de Antônio Joaquim de Castro Faria (diretor do Liceu de Campos, onde também lecionava matemática[ii]) e de Francisca Barbosa de Castro Faria[iii].
Diplomado em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. “Transferiu-se pouco depois de formado para Santa Catarina, onde abriu uma clínica em São Joaquim”iii. Conforme conta Enedino Batista Ribeiro, em seu livro Gavião-de-Penacho (1999, p. 476), Dr. Agripa receitava medicamentos exclusivamente para a sua farmácia, também localizada em São Joaquim (SC).

 Figura 1 - Dr. Agripa de Castro Faria. (Fonte: PIAZZA, 1994).

             De acordo com texto publicado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV)iii, Dr. Agripa,

simpático à Aliança Liberal e à Revolução de 1930, no pleito de outubro de 1934, elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte de Santa Catarina na legenda da Coligação por Santa Catarina, composta pela Legião Republicana Catarinense, o Partido Social Evolucionista e o Partido Republicano Catarinense. Segundo-secretário da Assembléia, participou da elaboração da Constituição promulgada em agosto de 1935 e permaneceu no exercício do mandato até o advento do Estado Novo (10/11/1937), que suprimiu as câmaras legislativas do país.
Em seguida, dirigiu o Centro de Saúde de Florianópolis, foi titular de uma diretoria da Secretaria de Saúde Pública e diretor do Serviço de Assistência aos Psicopatas do Estado de Santa Catarina de 1940 a 1943. Neste último ano, assumiu a diretoria do Hospital Colônia Santana, onde permaneceria até 1950.
Com a reconstitucionalização do país que se seguiu à queda do Estado Novo (29/10/1945), elegeu-se no pleito suplementar de janeiro de 1947, deputado estadual pelo Partido Social Democrático (PSD). Por essa mesma legenda e nesse mesmo pleito, elegeu-se suplente do senador por Santa Catarina Francisco Benjamim Gallotti. Em outubro de 1950, elegeu-se deputado federal por Santa Catarina na legenda do PSD, assumindo o mandato em fevereiro de 1951. Em novembro de 1954, porém, a dois meses do final da legislatura, desligou-se da Câmara para ocupar no Senado a vaga deixada pelo titular, que renunciara ao mandato. Exerceu o mandato de senador por apenas dois meses, até janeiro de 1955.
De 1958 a 1965 foi assistente da presidência da Legião Brasileira da Assistência em Santa Catarina.
Faleceu em junho de 1965.
Era casado com Ecilda Castro Faria, com quem teve duas filhas.
            
           De acordo com dados de Enedino Batista Ribeiro (1999, p. 528), D. Ecilda era filha de Fulgentino Vieira Borges (“Tico”). 
Dr Agripa e a esposa Ecilda tiveram as filhas: Terezinha de Castro Faria e Maria Lívia Faria Vila-Verde (PIAZZA, 1994, p. 277).

Figura 2 - Rua Agripa de Castro Faria, São Joaquim (SC).



Referências




[i] Brasil, Senado Federal. Agripa de Castro Faria. 2017. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/3112Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Agripa de Castro Faria. 2017. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/agripa-de-castro-faria.

[ii] Jornal de Laguna, 2015. Disponível em: http://jornaldelaguna.com.br/archimedes-de-castro-faria/ . Acesso em: 23/10/2017.

[iii] Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Agripa de Castro Faria. 2017. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/agripa-de-castro-faria.

RIBEIRO, Enedino Batista.Gavião-de-Penacho: memórias de um serrano. Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC); co-edição da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Florianópolis: IHGSC, 1999.

PIAZZA, W. F. (org.). Dicionário Político Catarinense. Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1994.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Rua Boanerges Pereira de Medeiros

            A matéria de hoje é dedicada a Boanerges Pereira de Medeiros, que recebeu como homenagem o nome de uma rua no centro da cidade de São Joaquim (SC), e também o nome de uma rua no município de Urubici (SC).
            Boanerges Pereira de Medeiros (11/08/1882 - 28/02/1951) foi político importante de São Joaquim (SC), sendo o seu quinto prefeito, durante o período de 1926 a 1930.
Além disso, conforme Piazza (1994, p. 446), foi “Conselheiro e Vereador à Câmara Municipal de São Joaquim. 1º Substituto de Superintendente Municipal (1915 – 1923). Deputado ao Congresso Representativo do Estado à 11ª Legislatura (1923 – 1924). Deputado Estadual à 12ª Legislatura (1925 – 1927)”.


Figura 1 - Boanerges Pereira de Medeiros. Agradecimento a Elizabeth Mattos e Rogério Palma de Lima que nos forneceram a foto.


Boanerges é filho de Francisco Pereira de Medeiros (1841 – 1885) e de Ignês Baptista Ribeiro (1854 – 09/04/1895).

Notas:
      i.     Francisco Pereira de Medeiros é filho de Manoel Pereira de Medeiros, “Manduca Pereira” e de Ignácia Maria de Saldanha.
    ii.     Ignês Baptista Ribeiro é filha do “Coronel João Ribeiro”, João da Silva Ribeiro Júnior e de Ismênia Baptista de Souza.
  iii. A avó paterna de Boanerges, Ignácia Maria de Saldanha, era irmã do Coronel João Ribeiro, ambos filhos de João da Silva Ribeiro (Sênior) e de Maria Benta de Souza.


Casou-se, em primeiras núpcias, com FELICIDADE VIEIRA DE MEDEIROS (01/01/1887 - 04/01/1944), filha de Leandro Antônio Vieira (batizado em 1857) e de Rosa de Lima Ribeiro Vieira (falecida em 1915).

Figura 2 - Felicidade Vieira de Medeiros. Agradecimento a Elizabeth Mattos e Rogério Palma de Lima que nos forneceram a foto.

O casal Boanerges e Felicidade teve apenas uma filha legítima. Entretanto, a menina faleceu com um ano de idade:
F1 – JUÇÁ (nasc. 24/02/1920 - 09/03/1921)[i]. Causa da morte: “Bronchite capillar”, segundo atestado do Dr. Vicente Cantizani.      
Ademais, Boanerges e Felicidade adotaram três sobrinhos:
FA1 – Tarcila Vieira (13/11/1910 - 11/03/1985), filha de Manoel Inácio Ribeiro Vieira e Mª dos Prazeres Flores. Casou-se com Teófilo Mattos.
FA2 – Edgar Vieira de Medeiros (01/02/1926 - 12/02/1996), filho de Waldomira Vieira e Otávio Vieira. Casou-se com Fani Castelo Branco (filha de Liberalino Castelo Branco, “S. Lico” e de D. Maria Amélia Carvalho).
FA3 – Odete Vieira, solteira (faleceu com 15 anos), filha de Emília Vieira e Joaquim Anacleto Rodrigues.

Em segundas núpcias, Boanerges Pereira de Medeiros casou-se com Vina Araújo Lima.


Mais informações sobre Boanerges Pereira de Medeiros:

Quando o pai faleceu, em 1885, Boanerges tinha apenas três anos de idade, o irmão mais velho, Ignácio Pereira de Medeiros, tinha quatro e meio, e o terceiro, póstumo, Francisco Pereira de Medeiros Júnior, quando adulto, ficou conhecido por “Chico Júnior”. Os três ficaram morando com a mãe na Fazenda do “Posto”, herança dela. Era parte da fazenda maior, “São João de Pelotas”.
Decorridos três anos, a mãe, Ignês, volta a se casar, com Ignácio Sutil de Oliveira, com o qual tem mais quatro filhos, Páscoa Batista de Oliveira e João Batista de Oliveira, e mais dois que morreram crianças, tendo ela falecido do último parto. Ignácio Sutil de Oliveira resolve ir embora para o Mato Grosso, deixando quatro das cinco crianças a cargo dos tios. Os três do primeiro casamento foram morar na Fazenda “São João de Pelotas” com os tios maternos João Batista Ribeiro de Souza e Cândida dos Prazeres Batista de Souza. O filho mais velho de Ignes, Ignacio, continuou morando nesta fazenda até se casar com Belizária Pereira da Silva (1887-1942).  Já Boanerges e Francisco mudaram-se, ainda crianças, par a fazenda “Monte Alegre”, com os tios paternos Manoel José Pereira e Maria Cândida da Silva Mattos, pais de outros nove filhos. Boanerges e o primo-irmão Antônio Pereira Sobrinho, criados juntos na famosa Fazenda, herança de Maria Cândida, se tornaram, no decorrer de suas vidas, o quinto e o nono prefeito de São Joaquim, respectivamente.
A Fazenda “Monte Alegre” era contígua à Fazenda das Palmas, de Inácio da Silva Mattos (Inácio Palma) e Ismênia Pereira Machado (Ismênia Palma), pais de dezesseis filhos. Inácio Palma, ou Inácio da Silva Mattos, era o único irmão de Maria Cândida, “tia Candinha”. As duas propriedades reuniam vinte e sete jovens e crianças, num intercâmbio permanente, principalmente nas épocas de rodeio, ou de outros acontecimentos festivos, quando todos se ajudavam mutuamente, ou festejavam juntos.
Dos filhos do segundo casamento de Ignês, João Batista foi embora com seu pai para o Mato Grosso e a irmã, Páscoa, foi adotada  pela tia, irmã de Ignês, Belizária Ribeiro do Amarante, casada com Cezário Joaquim do Amarante que não tinham filhos. Páscoa casou-se com Oscar Alves Ferreira, dando origem à tradicional família “Amarante Ferreira”.  
A fazenda do “Posto”, herança de Ignês, foi vendida para João Batista de Souza, que a revende, em 1912, ao genro, Hercílio Vieira do Amaral.



Figura 3 - Rua Boanerges Pereira de Medeiros, em São Joaquim (SC).


Referências

MACHADO, Rosemere Marioti; OLIVEIRA, João Batista. Conhecendo São Joaquim. São Joaquim, 2000.
MUSEU DO JUDICIÁRIO DE SC. Inventários da Comarca de Lages referentes ao período de 1840-1888 que se acham arquivados nessa instituição. Florianópolis, 2003.
RIBEIRO, Enedino Batista. Cadernos manuscritos a partir de 1924. Arquivo privado.
PIAZZA, Walter F. (org.). Dicionário político Catarinense. Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catatina, 2ed., 1994.
SCHNEIDER, Ismênia Ribeiro. Arquivo privado.

[i] Documentos encontrados e fornecidos pelo pesquisador Rogério Palma de Lima.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Rua Bento Cavalheiro do Amaral


Próxima da Escola Martinho de Haro e da Rua Domingos Martorano, está localizada a RUA BENTO CAVALHEIRO DO AMARAL, em São Joaquim-SC.
O nome foi atribuído à rua em homenagem a Bento Cavalheiro do Amaral (1834 - 12/09/1912, São Joaquim, SC), filho de Manoel Cavalheiro Leitão (Filho) (21/09/1804 - 16/09/1860) e de Marianna Candida Almeida (natural de Vacaria).

Notas: Manoel era filho de pai com o mesmo nome, Manoel Cavalheiro Leitão (11/05/1769 – 1840), e de Amatildes do Amaral (batismo em 30/06/1782[i]).
Manoel Cavalheiro Leitão (o pai) era filho do Sargento Mor Miguel Pedrozo Leite e de Inocencia Pinto.
Amatildes era filha de Jozé do Amaral Gurgel (1740 - 30/12/1818[ii]) e de Maria do Nascimento de Jesusi.

Bento Cavalheiro do Amaral foi um dos seis conselheiros fiscais da Fundação da Freguesia de São Joaquim.
Manoel Cavalheiro Leitão (Filho) (21/09/1804 - 16/09/1860) e Marianna Candida Almeida eram apenas amasiados (não casados) e tiveram mais sete filhos:

1 – Joaquim Cavalheiro do Amaral (05/01/1829 - 21/02/1887), c.c. Carolina Maria Pereira.
Joaquim foi um dos seis conselheiros fiscais da Fundação da Freguesia.
Filhosiii:
F1.1 – Maria  Tolotina Cavalheiro do Amaral (1871 - 15/02/1928), c.c.
1ªs núpcias: Raphael da Silva Ribeiro Filho (1863 - 02/12/1898)*.
2ªs núpcias: Domingos Martorano.
*Nota: Raphael é filho de pai com o mesmo nome, Raphael da Silva Ribeiro, e de Francelina Antunes de Oliveira. Raphael (pai) é filho de Eugênio da Silva Ribeiro (nascido em 22/05/1793, gêmeo de Antônio), que por sua vez, é filho de Pedro da Silva Ribeiro e Anna Maria de Saldanha. Pedro é filho de Manoel da Silva Ribeiro e Maria Bernardes do Espírito Santo.
F1.2 – Maria  das dores Cavalheiro do Amaral, c.c. Luiz Plinio Colin[iii].
F1.3 – Andrelina Cavalheiro do Amaral, c.c. Fortunato Borges Pereiraiii.

2 – Manoel Cavalheiro do Amaral (1831 - 29/06/1906ii).

3 – João Cavalheiro do Amaral (1832 - 22/02/1914), c.c. Bertulina Rosa Fernandes (1841 - 06/06/1913)[iv].
Filhosiv:
F3.1 – Maria (17/11/1856 - 25/02/1909).
F3.2 – Anna (nasc. 1857).
F3.3 – Laurindo (nasc. 1859).
F3.4 - Maria Salomé (nasc. 1861).
F3.5 – Honorata (nasc. 22/12/1861).
F3.6 – José (nasc. 1865).
F3.7 – Rosa (nasc. 1867).
F3.8 – João (nasc. 1868).
F3.9 – Francisco das Chagas (nasc. 1870).
F3.10 – Joaquim (nasc. 1874).

4 – Maria Cavalheiro do Amaral (nasc. 1838, batizada em 04.01.1839ii).

5 – Ignácio Cavalheiro do Amaral (nasc. 1839), c.c. Ignacia Maria Pereira.
Filhos[v]:
F5.1 – Pedro Ignacio Cavalheiro do Amaral (1867 - 20/12/1942);
F5.2 – Alfredo Cavalheiro do Amaral (1868 - 23/06/1948);
F5.3 – Maria Pureza Pereira do Amaral;
F5.4 – Maria dos Prazeres Pereira do Amaral (? - 10/10/1955);
F5.5 – Felicia Pereira do Amaral;
F5.6 – Cecilia Maria Pereira.

6 – Antonio Cavalheiro do Amaral Tota (08/05/1843 – 1921), c.c. Maria Cavalheiro do Amaral (17/11/1856 - 25/02/1909), filha de João Cavalheiro do Amaral (1832 - 22/02/1914) e de Bertulina Rosa Fernandes (1841 - 06/06/1913). Portanto, Maria casou com seu tio.
Filhos[vi]:
F6.1 – Francelim Cavalheiro do Amaral (1876 - 17/12/1950), c.c. Albertina Cavalheiro do Amaral (1876 - 11/10/1951), filha de Laurindo Cavalheiro do Amaral (1859 - 26/12/1924) [filho de João e Bertulina] e Virgilia de Henriques de Oliveira (1858 - 15/02/1934).
F6.2 – Eulália Cavalheiro do Amaral (nasc. 1880), c.c. Oracílio Ribeiro do Amaral (nasc.1890), filho de Valencio José Ribeiro e de Honorata Cavalheiro do Amaral (nasc. 22/12/1861) [filha de João Cavalheiro do Amaral e Bertulina].
F6.3 – Teóphilo (falec. 07/05/1891, São Joaquim), faleceu com sete dias de vida[vii].
F6.4 – Benigna Cavalheiro do Amaral (02/06/1902 - 21/04/1953), c.c. Acylio Cavalheiro do Amaral (11/02/1897 - 21/11/1967), filho de Joaquim Cavalheiro do Amaral Sobrinho [filho de João Cavalheiro do Amaral e Bertulina] e de Francisca de Almeida Borges (1877 - 21/11/1967).
F6.5 – Benevemerito Cavalheiro do Amaral (nasc. 07/03/1904), c.c. Alice Ribeiro Borges (nasc. 03/06/1901), filha de Francisco Ribeiro Borges e de Beatriz Maria de Jesus[viii].
F6.6 – Esther Cavalheiro do Amaral (nasc. 21/10/1904), c.c. Valentin da Silva Dutra (nasc. 14/02/1901), filho de Horácio da Siva Dutra e Camilla Ribeiro Dutra[ix].
F6.7 – Brazilence Cavalheiro do Amaral, c.c. Maria dos Prazeres Faria.

Antonio Cavalheiro do Amaral Tota teve mais três filhos com Maria Apolinária de Sá[x]:
F6.8 – Fortunata Maria Cavalheiro do Amaral (1865 - 05/10/1930), c.c. Antonio Rafael Venção (falec. 18/04/1910).
F6.9 – Antônio Cavalheiro do Amaral Júnior (30/07/1868 - 28/11/1960), c.c. Maria Joaquina de Souza.
F6.10 – Juvencio Cavalheiro do Amaral (nasc. 23/04/1871).


7 – Mariano Cavalheiro do Amaral (1845 - 09/02/1870).


No testamento de Bento Cavalheiro do Amaral, consta que ele era solteiro e tinha uma filha chamada Herculana Pereira do Amaral (23/09/1884 - 16/11/1923[xi]), como pode ser visto abaixo.
Resumo do inventário de Bento Cavalheiro do Amaral:
[Bento Cavalheiro do Amaral] Declara mais ter uma filha de nome HERCULANA PEREIRA DO AMARAL, havida de Cândida Maria Pereira que é mulher solteira, sem impedimento para casar e vive há muitos anos em companhia do testador, sendo que a filha acha-se legalmente c. c. JOSÉ CUSTÓDIO PEREIRA e acha-se legitimada legalmente.
É a sua única herdeira. Declara que a sua terça dispõe da seguinte forma: será separada somente em campos e matos de sua Fazenda Campo do Gado, sita no município de São Joaquim, repartida em partes iguais entre seus netos GERVÁZIO PEREIRA DO AMARAL, LAURIVAL PEREIRA DO AMARAL e ANFROSIO PEREIRA DO AMARAL.
Sua companheira e avó de seus netos, enquanto viver terá o usufruto dos bens que lhe couberem em partilha, revertendo, após sua morte, para os aludidos netos. Como legatários de sua terça, terão o direito de escolher o lugar de sua preferência, antes da herdeira. Deixa à sua companheira, Cândida Maria Pereira, 20 vacas em cria, um touro, uma junta de bois carreiros, seis bestas mansas arreiadas e cinco cavalos mansos, tudo à sua escolha e vontade. Dentre os terrenos que possui, deixa uma área de terreno próxima à vila de São Joaquim, destinado esse terreno para nele ser construído um estabelecimento de caridade, um asilo para indigentes. O que sobrar do terreno deverá ser arrendado para angariar fundos necessários à manutenção do Asilo. Esse terreno será administrado por sua herdeira, até que possa passar para a administração da Associação responsável pelo Asilo. Escolhe como testamenteiros seus compadres e amigos Joaquim Antonio Areal, ao Ten. Cel.Genovêncio da Silva Mattos e em 3º lugar, o Senhor Coronel José Joaquim de Córdova Passos que façam a obra de caridade de fazerem cumprir essas suas últimas vontades. Documento redigido de próprio punho, em São Joaquim, aos 28 dias do mês de junho de 1903. Testemunhas: Major Cezário Joaquim do Amarante, Major Juvenal da Silva Mattos, Boaventura Lopes Pinto de Arruda, o advogado José Accacio Soares Moreira e Thomaz Francisco da Roza, mais o Tabelião de Notas Bernardino Esteves de Carvalho.
Esse testamento foi aberto e lido no dia 13 de setembro de 1912 em São Joaquim, na casa de residência do Sr. José Custódio Pereira, aonde se encontrava o Juiz Dr. José da Fonseca Nunes de Oliveira, o escrivão Luiz do Nascimento Carvalho, o irmão do falecido, Antonio Cavalheiro do Amaral Tota, das duas testemunhas, Paulo Bathke e Belizário Ribeiro de Córdova.
Certidão expedida pelo escrivão Jacintho Rebello Flores.
Coletor estadual: José Alves Araújo Lima, em 27.09.1912.
Escrevente: Sócrates Martins Cassão.

Nota: um pequeno papel, arquivado junto ao processo, avisa que foi perdida a certidão referente ao legado feito por Bento Cavalheiro do Amaral à comunidade para construção de um asilo para indigentes, a certidão com o título dos herdeiros.

Titulo dos Herdeiros:
1- HERCULANA PEREIRA DO AMARAL (23/09/1884 - 16/11/1923), c. c. João Custódio Pereira.
2- Neto legatário: GERVASIO PEREIRA DO AMARAL, (nasc. 20/10/1898), c.c. Gerbina Cassetari (15/06/1895 - 12/10/1968), filha de Ranier Cassetari e Emília Teixeira Cassetari.
3- Neto legatário: LOURIVAL PEREIRA DO AMARAL, (1900 - ?).
4- Neto legatário: ANFRÓSIO PEREIRA DO AMARAL, (1901- ?).

BENS DE RAIZ
1- Uma parte de campos e matos na FAZENDA CAMPOS DO GADO, herdada do pai, Manoel Cavalheiro Leitão;
2- Uma casa e suas benfeitorias situadas na referida Fazenda e outra sita na vila de São Joaquim;
3- Uma gleba de campos e matos na FAZENDA VARGINHA, no mesmo município, anexa aos campos do Capitão Manoel Lourenço de Lima Sobrinho;
4- Uma parte de campos e matos na FAZENDA DO MORRO AGUDO que houve por herança do irmão, Manoel Cavalheiro do Amaral;
5- Uma parte de campos e matos de uma INVERNADINHA, na mesma FAZENDA DO MORRO AGUDO, dividindo com o Sr. Antonio João Cantisani;
6- Um potreiro fechado por taipas na FAZENDA MORRO AGUDO, contíguo à cidade de São Joaquim.


Bento Cavalheiro do Amaral. Foto de retrato a óleo. Autor: Martinho de Haro (pintor joaquinense). Agradecimentos a José Nilton Matos e Rogério Palma de Lima que nos forneceram a imagem.


Rua Bento Cavalheiro do Amaral, São Joaquim, SC.



Referências
Inventário Judicial com Testamento de Bento Cavalheiro do Amaral, N. 355 – L1 – Fls 38, Arquivado no Museu do Judiciário de SC, em Florianópolis.



[i] Batismo de Amatildes do Amaral, 1782. Documento fornecido por Rogério Palma de Lima, e disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939Z-YRST-2N?i=45&wc=MFKJ-GP8%3A1030404201%2C1030404202%2C1030524701&cc=2177296

[ii] Dado inserido no Genoom por Rogério Palma de Lima.

[iii] Inventário de Joaquim Cavalheiro do Amaral, 1887, arquivado no Museu do Judiciário em Florianópolis.

[iv] Dados inseridos nos Genoom por Rogério Palma de Lima e por Luiz Carlos Zorzi (Cavalheiro do Amaral).

[v] Dados inseridos nos Genoom por Luiz Carlos Zorzi (Cavalheiro do Amaral).

[vi] Dados inseridos no Genoom por Tânia Aparecida Costa, Maria Godoy de Azevedo de Castro Faria e Rogério Palma Lima.

[viii] Documento de matrimônio disponibilizado no site Genoom por Tania Aparecida Costa: https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-266-12586-31862-77?cc=2016197&wc=MQ51-5WL:337699901,337699902,338362501.

[ix] Dado disponibilizado no site Genoom por Tania Aparecida Costa.

[x] Dados inseridos no site Genoom por Rogério Palma de Lima e por Luiz Carlos Zorzi (Cavalheiro do Amaral).

[xi] Dados inseridos no Genoom por Rogério Palma de Lima.