sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Fazenda das Palmas

      Enquanto preparamos a próxima postagem do Blog sobre os filhos de João da Silva Mattos e de Ana Joaquina Cardoso, aproveitamos para colocar uma matéria sobre a FAZENDA DAS PALMAS. A Família Da Silva Mattos foi a primeira família (de que temos notícia) que viveu na Fazenda das Palmas, razão pela qual os seus descendentes ficaram conhecidos pelo sobrenome Palma, sendo que alguns até o adotaram judicialmente.

FAZENDA DAS PALMAS

      A FAZENDA DAS PALMAS tinha em torno de 120.000.000 m², na época em que pertencia a Antonio da Silva Mattos (Tonico das Palmas) e Maria Antonia de Jesus (Mariazinha). Na época do inventário de Tonico das Palmas (1912), a fazenda foi dividida entre os dois filhos do casal: Inácio da Silva Mattos e Cândida Maria da Silva Mattos. A Fazenda se localizava em São Joaquim, na região do Bentinho.
        A sede da parte que ficou destinada a Inácio Palma era chamada FAZENDA DO ALECRIM, e a de Cândida chamava-se MONTE ALEGRE. A parte da fazenda que coube a Inácio media 64.680.000 m2, e ficava a 16 km da cidade de São Joaquim. Sua sede ficava às margens do rio Antonina, razão pela qual foi chamada também “Fazenda Antonina”, pelas gerações mais recentes.

      Abaixo segue um texto escrito por um descendente da Família Da Silva Mattos, Durval da Silva Mattos, que complementa um pouco da história da Fazenda.

    “A origem do nome “Palmas” veio da “Fazenda das Palmas” de propriedade de Manoel Zeferino de Mattos. Manoel Zeferino de Mattos era casado com Dona Ana da Silva, de cujo matrimônio houve sete filhos, todos varões: José, Antonio, Francisco, Estácio, Joaquim, João e Manoel. Este último, era mentecapto e por este motivo, acabou assassinando o próprio pai, com uma punhalada no coração, em represália a um castigo aplicado pelo mesmo.
     José (o filho mais velho) era geralmente conhecido por “Juca Zeferino” e usava assinar-se: Jose Zeferino de Mattos; os outros foram todos apelidados por “Palmas” devido a fazenda: “FAZENDA DAS PALMAS”. Assim chamavam-lhes: Antonio das Palmas, ou (Antonico das Palmas, como era mais conhecido;) Francisco das Palmas, Joaquim das Palmas etc. O velho fazendeiro, sempre foi conhecido por “Manoel Zeferino”, nunca lhe deram o apelido de “Palmas”, o povo reservou isto a seus filhos para melhor destacar das outras pessoas, porque, quando se referiam a Francisco, diziam logo – Francisco das Palmas; quando a Joaquim: Joaquim das Palmas e assim sucessivamente.
     Desta família o único que sabia ler e escrever era Joaquim, porque, quando garoto foi para a Cidade do Desterro (hoje Florianópolis), empregando-se na Casa Comercial de um Francês (cujo nome ignoramos), o qual matriculou-o em uma escola onde conseguiu aprender a ler e escrever regularmente, e recebeu também algumas noções de Francês, ensinadas pelo seu patrão. Joaquim depois de moço voltou para a Fazenda, mas, onde não ficou por muito tempo. Vivia em negócio ambulante, mascateando, principalmente com jóias. Casando-se em Imaruí, com D. Theodora Alves da Silva, filha do abastado Comerciante Cel. José Alves da Silva, veio a fixar residência na Fazenda, pois sua mãe já neste tempo se achava viúva e os outros filhos já se haviam casado. Estabeleceu-se então com casa Comercial e dirigia a Fazenda. Como todos seus irmãos, assinava-se Joaquim da Silva Mattos, mas, era geralmente conhecido por Joaquim das Palmas.
     Como Comerciante o nome de Palmas era muito popular, tomou a resolução de adotar a assinatura de Joaquim das Palmas da Silva Mattos. Nenhum outro irmão usou a palavra “Palmas” na sua assinatura, portanto, foi Joaquim o “PRIMEIRO E ÚNICO PALMAS” da família de Manoel Zeferino de Mattos. Os filhos de Joaquim, tantos  homens, como as mulheres, também não seguiram a tradição, não usaram a palavra “Palmas” em suas assinaturas, não obstante serem todos conhecidos por Palmas: Genovêncio Palmas, Juvenal Palmas, Enéas Palmas. No entanto, alguns descendentes seguiram a tradição, como, por exemplo, os filhos de Durval: Valmarino Matos Palmas e Aires Matos Palmas.

     Um galho Genealógico originou uma outra família “Palmas”, a de Inácio, sobrinho de Joaquim e filho de Antonio da Silva Mattos. Como acima ficou dito: Antonio nunca usou a palavra “Palmas” em sua assinatura, porém, era geralmente conhecido por Tonico das Palmas. Por isso, seu filho Inácio era também conhecido por “Inácio Palma”. Porém, sua assinatura sempre permaneceu: Inácio da Silva Mattos.”


Planta da Fazenda das Palmas, 1936.

Mapa do Município de São Joaquim, onde constam os nomes das fazendas da região, entre elas a Fazenda do Alecrim, que era sede da Fazenda que pertencia a Tonico das Palmas e foi herança de seu filho Inácio.