Projeto cultural sobre Urupema, idealizado e desenvolvido voluntariamente por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera.
Conta com parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras, escritoras, professoras Ismênia Ribeiro Schneider (i.m.), Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema.
Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas de Urupema, e, que de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local.
Nesta edição apresentaremos aspectos históricos da vida de Evaristo Pereira de Souza, que nomeia uma rua conhecida também, como, rua dos Coqueiros. Uma indicação popular para uma localidade da zona urbana de Urupema, onde ela se localiza.
Para levantamentos históricos e culturais contamos com a importante colaboração de sua neta, a sra. Sadir, o bisneto Paulo, e, de nossa amiga, ex-vereadora, vice e prefeita de Urupema, Arlita Terezinha de Souza Pagani.
Evaristo nasceu em 26 de
outubro de 1875 e faleceu muito jovem, em 01 de outubro de 1932, com apenas 57
anos.
Construiu uma casa e foi o
primeiro morador da localidade urbana conhecida hoje, como, Coqueiros, na então
nascente vila de Sant’Anna, atualmente, Urupema.
Casou-se em 24 de julho de
1909, com Maria Benta Rodrigues, filha de Belizário Rodrigues de Souza e Clara
Maria de Souza.
Geraram sete filhos:
Euclides – 14/10/1910;
Edmundo – 29/02/1912;
Elza – 24/11/1913;
Elisiário;
Erotides;
Ema – 24/02/1919;
Eulália.
No Coqueiros, aproveitando
uma queda de água do rio Caronas, construiu uma Atafona. Ali moía milho, arroz
e trigo, para a comunidade local e rural do povoado, o que era muito importante,
por ser a única existente na vila.
Foi criador de gado na região
da Bossoroca, onde tinha um sítio, que após sua morte a família trocou por um
outro, na localidade Quebra Dente/Cedro, que era mais perto da vila de Sant’Anna.
Mais tarde, sua filha Ema,
que foi mãe de dona Sadir, quem gentilmente nos auxiliou com informações
familiares, e seu esposo Odilon Melo do Amarante, construíram também no
Coqueiros, a casa que é considerada a mais antiga da cidade.
Isso deve ter sido por
volta dos anos 1944 e 1946, pois a casa foi feita a época do nascimento de
Aldori, filho mais velho do casal Odilon e Ema.
Os quartos dos filhos
homens eram no sótão, para onde subiam por uma escada que saia da cozinha. As filhas
mulheres ficavam nos quartos de baixo, sendo que elas tinham que passar pelo
quarto dos pais para sair do aposento. Era o “sistema de vigilância”, comum na
época..
Nos fundos do lote havia
uma “patente” e no corpo da casa uma “sala de banho”, com uma espécie de
banheira de madeira construída por Odilon, para a qual era necessário se levar
água aquecida no fogão. No início dos anos 1980 já se instalou ali novos
equipamentos sanitários, novas janelas, mas a casa continua a ser um belo
exemplo arquitetônico da antiga Urupema.
Entre os anos 2015 e 2018,
o imóvel abrigou a primeira instalação da Casa da Cultura Ana Paula da Silva
Souza, de Urupema.
Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza – 1ª. Instalação
Rua Evaristo Pereira de Souza Coqueiros – Urupema SC |
Sobre a denominação de Coqueiros para essa localidade da cidade, encontramos duas referências, na oralidade de moradores locais.
Uma citação, diz, que ali
residia nos tempos antigos, uma senhorinha, já de idade bem avançada, com sua
família. Ela era conhecida como dona Coco. Assim, quando se referiam a ir até
sua casa para visitarem a “família de dona Coco”, os moradores dali diziam....
“vamos lá (nos, ou, nas) Coqueiros”....
A relação com o nome
Coqueiros poderia ser então com origem ao nome ou apelido da senhora, ou
talvez, com a existência de alguma arvore do gênero coqueiro, ali plantada.
A outra referência foi nos
contada por um antigo habitante de Coqueiros, que exerceu por anos, a função de
tropeiro.
Disse nos que no caminho
que deixava a vila em direção ao Morro do Campo Novo, pelo caminho da Cascata
Que Congela, havia depois da casa de Evaristo um outro morador que tinha um
galpão no terreno, que funcionava como se fosse um “bolicho” (pequena venda).
Em volta do galpão havia algumas palmeiras ou coqueiros, plantados.
Os tropeiros, quando saíam
da vila indo a frente, diziam então para os que viriam atrás, para se
encontrarem “nos Coqueiros”. Ali seria um parador de tropas.
Foram as explicações mais plausíveis que encontramos, para o nome da localidade. Coqueiros!