Enquanto preparamos matéria sobre o nome "Ismênia" e sobre as "Ismênias" da Serra Catarinense, aproveitamos para publicar um poema de quando morei fora de Santa Catarina, no qual homenageio minha terra natal, a bela SÃO JOAQUIM DA COSTA DA SERRA.
Hei de Voltar
Hei de
voltar,
Sim, hei de
voltar!
Feliz, como
Ulisses,
Que empreendeu
a jornada,
E depois
retornou,
Com mais
tino e razão?
A viver
entre os seus
Uma vida
descuidada?
Quando hei de
rever
A minha
aldeia amada,
Aonde fui feliz?
A fumaça das
casas,
O cheiro do
pão,
O veludo da
noite,
Rente ao
chão,
Pontilhado dos
olhos
Brilhantes,
dourados,
Das estrelas
despertas?
Descerei entre
as pedras
Soltas da
rua,
Para ouvir o
São Mateus
Murmurejar
Entre os cascalhos,
Salpicando os
ginjos e os
Chorões,
Balançando-os,
Docemente.
Subirei à
capela solitária do morro,
De onde,
sentada na taipa,
Contemplarei
a luminosidade do ar
Sobre a
minha cidade de madeira.
Nas mãos, a
vara de marmelo
Com que
tangerei os terneiros
À mangueira,
na tarde vermelha
E hirta pela
viração da serra.
Enrodilhada à
frente da lareira
Crepitante,
Ouvirei o
silêncio da neve
Que se
acumula no beiral da janela,
No pinheiro
verde.
Nos reuniremos
os fantasmas,
No vagar do
dia,
A contar
histórias de outros tempos...
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