quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Urupema Tempo e Memória – Localidade Senadinho

 


Projeto cultural idealizado e desenvolvido voluntariamente por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera. Conta com parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras, escritoras, professoras Ismênia Ribeiro Schneider (i.m.), Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema. 

Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas de Urupema, e, que de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local. 


Nesta edição apresentaremos alguns aspectos históricos e culturais pesquisados, não sobre uma rua ou pessoa específica, mas sim, sobre a localidade chamada Senadinho. Que embora já integrada a zona urbana municipal, ainda é catalogada como território rural.     

Para isso contamos com a importante colaboração de diversas pessoas da comunidade, que nos repassaram dados sobre “o que ouviram falar”, ou através da fala de parentes ou conhecidos mais antigos. Os famosos... disk... isso, disk...aquilo... 

Agradecemos aos amigos, Savinho, Janete Stupp, sr. Deca e da. Ceci. 

Quem tiver outro entendimento ou conhecimento de fatos sobre a história do Senadinho, podem nos contatar para melhorarmos a página, em conjunto. 


Não há informações oficiais disponíveis sobre a data de fundação da localidade "Senadinho", em Urupema e nem sobre a origem da denominação lhe atribuída, pois o nome "Senadinho" não é mencionado em documentos do município, sobre sua história ou como e por que foi assim nominado. 

Acreditávamos que provavelmente seria um nome informal ou uma referência ao local em decorrência de algum fato específico, o que acabou se confirmando.   

Em pesquisas realizadas por nós dentro da oralidade cultural do município, levantamos o seguinte. 

O nome Senadinho teria sido dado (ou sugerido), talvez até por brincadeira, por Dimas Pinto de Arruda, antigo Intendente do distrito de Urupema, a época, subordinado ao município de São Joaquim.

Seria uma “referência” a um conhecido ponto cultural existente na Florianópolis de antigamente. 

Ele teria feito comparações sobre o funcionamento daquele espaço cultural da capital, com a localidade que nascia em Urupema, pelo comportamento social e amistoso que os moradores dali tinham entre si. Um local de amigos, em sintonia comum de convivência e mesmo, trabalho. 

E o nome pegou! 

Senadinho. 

 

Vejam a história. 

Senadinho foi um antigo e famoso bar localizado em Florianópolis. Conhecido por sua importância histórica e cultural na cidade, surgiu como o Café Ponto Chic em 1948. Em 1979, passou a ser chamado como, Senadinho, nome que fazia referência a uma confraria local e ao apelido de um frequentador assíduo, Alcides Hermógenes Ferreira, que se tornou conhecido como "senador”, devido à sua elegância. 


Como ponto de encontro, o Senadinho, de Florianópolis, foi um importante local de convívio social, onde cidadãos comuns e até mesmo figuras públicas, se reuniam para discutir política, futebol, aspectos culturais e outros assuntos do cotidiano da cidade.  


Já o Senadinho de Urupema, podemos entendê-lo, também, como um ponto de cultura local. 

 

Era uma região do distrito de Urupema que já começara a ser habitada bem antes dos anos 1980, quando algumas famílias ali se radicaram. 


Segundo informações, num dos terrenos havia um galpão que tinha um fogão, em volta dos qual se reuniam diversos moradores dali para tomar chimarrão, fazer um sapeco de pinhão, ou mesmo, comer uns tira gostos, principalmente no inverno, que era bem mais rigoroso que os dias atuais. 


No verão, ali se plantava milho de pipoca, entre outros produtos. Após colhido, além do chimarrão diário, a pipoca era servida comumente em peneiras, com um saboroso café, como contou-nos Janete Stupp, afirmando que seu pai Horacides assim fazia. 


O grupo funcionava como uma verdadeira confraria de amigos. Muitos serviços rurais eram realizados em forma conjunta, modo um “puxirão” (tipo, mutirão). Uma delas, a “vacinação” do gado ali existente.  


Como não havia a vacinação formal que temos hoje, o normal era derrubar a rês e aplicar “goela abaixo” uma mistura de sal + alho burro (alho existente ali até os dias atuais) + “cascadanta” (pó de casca de uma árvore natural da região). O animal engolia aquilo, estava “vacinado” e não ficava doente. Incrível, a natureza como ela é!

 

Também não havia trabalho formal, segundo o sr. Deca, ninguém ali tinha “carteira assinada”. Era comum o sr. Dimas emprestar algumas vacas para que eles pudessem tirar leite. O filho de Dimas, o Carlinhos, estava sempre junto com o Deca. Aí Dimas dizia a eles... vocês não trabalham, parecem “senadores”..... e ria. 


Aí tudo ia no sentido de ali ser um Senadinho. 

Em comum, também, o grupo de moradores locais fazia rezas, novenas e aniversários, sempre unidos e se visitando.  


Assim, a brincadeira de ali ser uma “confraria do Senadinho”, se consolidou e o nome titulou essa localidade de Urupema. 


Grato a todos, pela colaboração.  


      


terça-feira, 5 de agosto de 2025

Urupema Tempo e Memória – Rua Evaristo Pereira de Souza


Projeto cultural sobre Urupema, idealizado e desenvolvido voluntariamente por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera.

Conta com parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras, escritoras, professoras Ismênia Ribeiro Schneider (i.m.), Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema.

Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas de Urupema, e, que de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local.

Nesta edição apresentaremos aspectos históricos da vida de Evaristo Pereira de Souza, que nomeia uma rua conhecida também, como, rua dos Coqueiros. Uma indicação popular para uma localidade da zona urbana de Urupema, onde ela se localiza.

Para levantamentos históricos e culturais contamos com a importante colaboração de sua neta, a sra. Sadir, o bisneto Paulo, e, de nossa amiga, ex-vereadora, vice e prefeita de Urupema, Arlita Terezinha de Souza Pagani.

 

 

Evaristo nasceu em 26 de outubro de 1875 e faleceu muito jovem, em 01 de outubro de 1932, com apenas 57 anos.

Construiu uma casa e foi o primeiro morador da localidade urbana conhecida hoje, como, Coqueiros, na então nascente vila de Sant’Anna, atualmente, Urupema.

Casou-se em 24 de julho de 1909, com Maria Benta Rodrigues, filha de Belizário Rodrigues de Souza e Clara Maria de Souza.

Geraram sete filhos:

Euclides –   14/10/1910;

Edmundo – 29/02/1912;

Elza –         24/11/1913;

Elisiário;

Erotides;

Ema –      24/02/1919;

Eulália.

 

No Coqueiros, aproveitando uma queda de água do rio Caronas, construiu uma Atafona. Ali moía milho, arroz e trigo, para a comunidade local e rural do povoado, o que era muito importante, por ser a única existente na vila.   

Foi criador de gado na região da Bossoroca, onde tinha um sítio, que após sua morte a família trocou por um outro, na localidade Quebra Dente/Cedro, que era mais perto da vila de Sant’Anna.  

Mais tarde, sua filha Ema, que foi mãe de dona Sadir, quem gentilmente nos auxiliou com informações familiares, e seu esposo Odilon Melo do Amarante, construíram também no Coqueiros, a casa que é considerada a mais antiga da cidade.

Isso deve ter sido por volta dos anos 1944 e 1946, pois a casa foi feita a época do nascimento de Aldori, filho mais velho do casal Odilon e Ema.

Os quartos dos filhos homens eram no sótão, para onde subiam por uma escada que saia da cozinha. As filhas mulheres ficavam nos quartos de baixo, sendo que elas tinham que passar pelo quarto dos pais para sair do aposento. Era o “sistema de vigilância”, comum na época..

Nos fundos do lote havia uma “patente” e no corpo da casa uma “sala de banho”, com uma espécie de banheira de madeira construída por Odilon, para a qual era necessário se levar água aquecida no fogão. No início dos anos 1980 já se instalou ali novos equipamentos sanitários, novas janelas, mas a casa continua a ser um belo exemplo arquitetônico da antiga Urupema.    

Entre os anos 2015 e 2018, o imóvel abrigou a primeira instalação da Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza, de Urupema.

     

 

Casa da Cultura Ana Paula da Silva Souza – 1ª. Instalação

     Rua Evaristo Pereira de Souza   Coqueiros – Urupema SC


Sobre a denominação de Coqueiros para essa localidade da cidade, encontramos duas referências, na oralidade de moradores locais.

Uma citação, diz, que ali residia nos tempos antigos, uma senhorinha, já de idade bem avançada, com sua família. Ela era conhecida como dona Coco. Assim, quando se referiam a ir até sua casa para visitarem a “família de dona Coco”, os moradores dali diziam.... “vamos lá (nos, ou, nas) Coqueiros”....

A relação com o nome Coqueiros poderia ser então com origem ao nome ou apelido da senhora, ou talvez, com a existência de alguma arvore do gênero coqueiro, ali plantada.

A outra referência foi nos contada por um antigo habitante de Coqueiros, que exerceu por anos, a função de tropeiro.

Disse nos que no caminho que deixava a vila em direção ao Morro do Campo Novo, pelo caminho da Cascata Que Congela, havia depois da casa de Evaristo um outro morador que tinha um galpão no terreno, que funcionava como se fosse um “bolicho” (pequena venda). Em volta do galpão havia algumas palmeiras ou coqueiros, plantados.  

Os tropeiros, quando saíam da vila indo a frente, diziam então para os que viriam atrás, para se encontrarem “nos Coqueiros”. Ali seria um parador de tropas.

Foram as explicações mais plausíveis que encontramos, para o nome da localidade. Coqueiros! 

terça-feira, 1 de julho de 2025

URUPEMA TEMPO E MEMÓRIA - Documentários sobre o Tropeirismo no Sul do Brasil

 

Dando continuidade ao Projeto cultural idealizado e desenvolvido, voluntariamente, por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera, hoje divulgamos dois documentários: "O Tropeirismo no Sul do Brasil - Legado na História, Cultura e Turismo" e "O caminho, a viola e o tropeiro".
O projeto conta com 
 parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema. Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas de Urupema, e, de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local, além de outros aspectos históricos da região.


Confira os vídeos:


1. O Tropeirismo no Sul do Brasil - Legado na História, Cultura e Turismo:



https://www.youtube.com/watch?v=H5bxora68dY

 Carlos Solera, tem em seu currículo profundo conhecimento nas áreas da história, cultura e turismo. Pesquisador, escritor e consultor, foi membro titular por dez anos do Conselho Nacional de Turismo - Mtur.,  com participação ativa na implantação do seguimento do turismo rural no Brasil. Trás ao Canal Terra & Tradição uma síntese da importância histórica do ciclo do tropeirismo muar no sul do Brasil, o valoroso patrimônio cultural, a concepção de fomento e desenvolvimento do turismo.



2. O caminho, a viola e o tropeiro: 





https://www.youtube.com/watch?v=7WlJOVtHnAQ

O documentário “ O Caminho, A Viola e o Tropeiro ”, faz um esforço de junção desses três elementos, que fizeram por aproximadamente 250 anos durante o ciclo econômico do tropeirismo, a interiorização e sedimentação da cultura caipira desde o Rio Grande do Sul, até as Minas Gerais e mesmo aí sul da Bahia.



Agradecemos aos leitores e esperamos que aproveitem a dica para assistir e aprender mais sobre Tropeirismo no Sul do País.


Contato Carlos Solera: carlos_solera@hotmail.com