Projeto cultural idealizado e desenvolvido voluntariamente por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera. Conta com parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras, escritoras, professoras Ismênia Ribeiro Schneider (i.m.), Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema.
Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas de Urupema, e, que de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local.
Nesta edição apresentaremos alguns aspectos históricos e culturais pesquisados, não sobre uma rua ou pessoa específica, mas sim, sobre a localidade chamada Senadinho. Que embora já integrada a zona urbana municipal, ainda é catalogada como território rural.
Para isso contamos com a importante colaboração de diversas pessoas da comunidade, que nos repassaram dados sobre “o que ouviram falar”, ou através da fala de parentes ou conhecidos mais antigos. Os famosos... disk... isso, disk...aquilo...
Agradecemos aos amigos, Savinho, Janete Stupp, sr. Deca e da. Ceci.
Quem tiver outro entendimento ou conhecimento de fatos sobre a história do Senadinho, podem nos contatar para melhorarmos a página, em conjunto.
Não há informações oficiais disponíveis sobre a data de fundação da localidade "Senadinho", em Urupema e nem sobre a origem da denominação lhe atribuída, pois o nome "Senadinho" não é mencionado em documentos do município, sobre sua história ou como e por que foi assim nominado.
Acreditávamos que provavelmente seria um nome informal ou uma referência ao local em decorrência de algum fato específico, o que acabou se confirmando.
Em pesquisas realizadas por nós dentro da oralidade cultural do município, levantamos o seguinte.
O nome Senadinho teria sido dado (ou sugerido), talvez até por brincadeira, por Dimas Pinto de Arruda, antigo Intendente do distrito de Urupema, a época, subordinado ao município de São Joaquim.
Seria uma “referência” a um conhecido ponto cultural existente na Florianópolis de antigamente.
Ele teria feito comparações sobre o funcionamento daquele espaço cultural da capital, com a localidade que nascia em Urupema, pelo comportamento social e amistoso que os moradores dali tinham entre si. Um local de amigos, em sintonia comum de convivência e mesmo, trabalho.
E o nome pegou!
Senadinho.
Vejam a história.
Senadinho foi um antigo e famoso bar localizado em Florianópolis. Conhecido por sua importância histórica e cultural na cidade, surgiu como o Café Ponto Chic em 1948. Em 1979, passou a ser chamado como, Senadinho, nome que fazia referência a uma confraria local e ao apelido de um frequentador assíduo, Alcides Hermógenes Ferreira, que se tornou conhecido como "senador”, devido à sua elegância.
Como ponto de encontro, o Senadinho, de Florianópolis, foi um importante local de convívio social, onde cidadãos comuns e até mesmo figuras públicas, se reuniam para discutir política, futebol, aspectos culturais e outros assuntos do cotidiano da cidade.
Já o Senadinho de Urupema, podemos entendê-lo, também, como um ponto de cultura local.
Era uma região do distrito de Urupema que já começara a ser habitada bem antes dos anos 1980, quando algumas famílias ali se radicaram.
Segundo informações, num dos terrenos havia um galpão que tinha um fogão, em volta dos qual se reuniam diversos moradores dali para tomar chimarrão, fazer um sapeco de pinhão, ou mesmo, comer uns tira gostos, principalmente no inverno, que era bem mais rigoroso que os dias atuais.
No verão, ali se plantava milho de pipoca, entre outros produtos. Após colhido, além do chimarrão diário, a pipoca era servida comumente em peneiras, com um saboroso café, como contou-nos Janete Stupp, afirmando que seu pai Horacides assim fazia.
O grupo funcionava como uma verdadeira confraria de amigos. Muitos serviços rurais eram realizados em forma conjunta, modo um “puxirão” (tipo, mutirão). Uma delas, a “vacinação” do gado ali existente.
Como não havia a vacinação formal que temos hoje, o normal era derrubar a rês e aplicar “goela abaixo” uma mistura de sal + alho burro (alho existente ali até os dias atuais) + “cascadanta” (pó de casca de uma árvore natural da região). O animal engolia aquilo, estava “vacinado” e não ficava doente. Incrível, a natureza como ela é!
Também não havia trabalho formal, segundo o sr. Deca, ninguém ali tinha “carteira assinada”. Era comum o sr. Dimas emprestar algumas vacas para que eles pudessem tirar leite. O filho de Dimas, o Carlinhos, estava sempre junto com o Deca. Aí Dimas dizia a eles... vocês não trabalham, parecem “senadores”..... e ria.
Aí tudo ia no sentido de ali ser um Senadinho.
Em comum, também, o grupo de moradores locais fazia rezas, novenas e aniversários, sempre unidos e se visitando.
Assim, a brincadeira de ali ser uma “confraria do Senadinho”, se consolidou e o nome titulou essa localidade de Urupema.
Grato a todos, pela colaboração.
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