Por: Ismênia Ribeiro Schneider
Publicado no Jornal Travessia em 2007
EZÍRIO BENTO RODRIGUES NUNES: Conselheiro Fiscal.
(07.09.1830 – 16.02.1916)
Matas impenetráveis onde imperava a araucária cobrindo morros e grotões, rios caudalosos, correntosos e intransponíveis, extensos campos de pastagens naturais, frio intenso no inverno, temperaturas amenas no verão, animais e índios selvagens, trilhas como únicas vias do locomoção de cavalos de montaria e tropas de gado vacum, cavalar e muar, a riqueza negociável da região, terra de beleza admirável, mas de condições adversas, tornou-se solo de titãs, de centauros, em que verdadeiramente se transformaram os primeiros e poucos desbravadores da região hoje denominada Bom Jardim da Serra. Eram poucas, mas muito extensas as sesmarias: Tijucas, Pelotas, Socorro e Santa Bárbara. Isolamento, solidão e grandes distâncias foram agravando os problemas de sobrevivência: falta de assistência religiosa, jurídica, de saúde, de instrução básica, de conforto, só encontrados a cerca de 28 léguas dali, ou de três dias de viagem, na única cidade da Comarca: Lages. Essas circunstâncias fortaleceram a decisão da população, lá pelos idos de 1870, de fundar uma vila, que viria a ser São Joaquim da Costa da Serra.
Um dos mais denodados batalhadores da causa foi EZÍRIO BENTO RODRIGUES NUNES, conselheiro fiscal, um dos representantes da região da Mantiqueira, hoje pertencente a Bom Jardim, forte estancieiro da Fazenda SÃO LUIZ, distrito do Socorro. Descendia por linhagem materna da família Ribeiro, através da mãe, Felisbina Maria de Saldanha (filha de João da Silva Ribeiro e Maria Benta de Souza), c.c. Manoel Bento Rodrigues Nunes, natural de D. Pedrito, RS, e herdeira da Fazenda da “Chácara”. Ezírio Bento casou-se com a prima-irmã, VICÊNCIA ROSA DE JESUS, filha de outra descendente de João da Silva Ribeiro/Maria Benta de Souza, Ignácia Maria de Saldanha e de seu marido, Manoel Pereira de Medeiros, “Manduca Pereira”, natural de Aririú, município de São José. Sete foram os filhos de Ezírio Bento/Vicência, troncos de ilustres e conhecidas, até hoje, famílias joaquinenses:
1 – JOANA RODRIGUES PEREIRA (nasc. em 1862),
c. em 1ª núpcias com Cathólico da Silva Ribeiro ( fal. Em 1888), primo-irmão, fº de Manoel Bento Ribeiro, outro fº de João Ribeiro/Maria Benta, c.c. a sobrinha, Felicidade Mª Rodrigues; em 2ª núpcias, c.c. com João Clímaco Rodrigues Júnior, também primo;
2 – FELICIDADE RODRIGUES PEREIRA (nasc. em 1863),
c.c.Felicíssimo Bento Rodrigues, primo-irmãos,
Fº de João Clímaco Rodrigues Nunes e Leonor Mª Rodrigues;
3 – MANOEL RODRIGUES PEREIRA NETO (nasc. em 1867), “Maneco Ezírio”,
c.c. ?
Filha de ?
4 – ANTÔNIO EZÍRIO RODRIGUES (nasc. em 1873),
c.c. Cecília Pereira da Silva, primos-irmãos,
Fª de Manoel José Pereira (irmão de Vicência), c.c. Mª Cândida da Silva Mattos, fª de Tonico das Palmas e Maria Palhano de Jesus “Mariazinha”, pais igualmente de Inácio Palma, o fundador da conhecida Família Palma de São Joaquim.
Antônio Ezírio/ Cecília são ancestrais de Valmor Ezírio, pai do conhecido jornalista Rogério Pereira, “Pirata”;
5 – JOAQUIM RODRIGUES PEREIRA (nasc. em 1882), “Joaquim Ezírio”,
c.c. Maria Angélica Ribeiro,
Fª de Moisés Martinho Ribeiro e Clarice Rodrigues Trindade.
Moisés Martinho, fº de Manoel Bento Ribeiro e Felicidade Mª Rodrigues.
Clarice, fª de Polycarpo Rodrigues Nunes e Ismênia Ribeiro Rodrigues ;
6 - FELISBINA PEREIRA DE AGUIAR (nasc. em 1879),
c.c. Antônio Cardoso de Aguiar,
Fº de ?
7 – BELMIRA RODRIGUES PEREIRA ( nasc. em 1886), “Lotinha”,
c.c. Antônio Palma,
Fº de Ignácio da Silva Mattos e Ismênia Pereira Machado (Inácio e Ismênia Palma).
Belmira era prima-irmã de sua sogra, Ismênia, pois sua mãe, Vicência, era irmã da mãe de Ismênia, Florinda, ambas filhas de Manduca Pereira e Ignácia Mª de Saldanha.
Família ancestral do conhecido pintor catarinense Rodrigo de Haro.
Observação:
Notar a freqüência com que aconteciam e se repetiam os casamentos consangüíneos nessas primitivas famílias.
Fontes: Inventário de Vicência Rosa de Jesus (1921), arquivado no Fórum de S. Jqm. Inventário de “Manduca Pereira” (1859), arquivado no Museu do Judiciário de SC, Florianópolis. Acervos particulares de Enedino Ribeiro e Ismênia Ribeiro Schneider .
Adorei seu blog, pois através dele pude conhecer um pouco mais sobre minha família, a qual já tinha um pouco de conhecimento através do livro "Memórias de um século" do meu bisavô Antônio Rodrigues Lisboa.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário!
ExcluirFico contente em saber que o blog está auxiliando as pessoas a descobrirem mais sobre as suas origens.
Abraço, Ismênia.
Olá, Patricia!
ExcluirTudo bem?
Uma pesquisadora está em busca do livro "Memórias de um século", do seu bisavô. Sabes onde ela pode encontrar?
Muito obrigada!
Ismênia.
Olá Ismênia!
ExcluirEu tenho o livro "Memórias de um século" do meu bisavô, se ela quiser entrar em contato pode enviar um e-mail para patyrleite@gmail.com
Ola. Muito lindo esses relatos e assim pude ter um pouco mais de informação sobre minha família. EZIRIO RODRIGUES. ainda resido em localidade de mantiqueira. Meu sitio esta na quarta geração familiar.
ResponderExcluirBom dia tem como passar mais dados sobre bento cavalheiro do amaral pois moro na sua fazenda
ResponderExcluirOla caso se interesse, tenho as informacoes sobre Bento Cavalheiro do Amaral e e familias joaquinenses. Maria. Mariaagodoy@gmail.com.
ExcluirBom dia! Creio que, acabamos de descobrir acerca da família do meu sogro. Ele foi “dado” em adoção para outra família, mas buscando registros, batem com o que foi descrito aqui. Você tem mais informações sobre?
ResponderExcluirObrigada.