sexta-feira, 10 de setembro de 2021

RUA FLORISNALDO DA SILVA MUNIZ

                                   Matéria elaborada por Carlos Solera e

Eleni Cássia Vieira

 

Acervo – Carlos Solera

                                                                                   

URUPEMA TEMPO E MEMÓRIA

 

Projeto cultural idealizado e desenvolvido por Eleni Cássia Vieira e Carlos Solera. Conta com parceria técnica do Blog Genealogia Serrana de Santa Catarina, com as renomadas pesquisadoras, escritoras, professoras Ismênia Ribeiro Schneider, Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider e a importantíssima colaboração da comunidade de Urupema. Visa resgatar a história de vida de pessoas que nomeiam as ruas da cidade e, de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento da cultura local.

 

Nesta edição sobre a vida de Florisnaldo da Silva Muniz, agradecemos a especial colaboração de sua neta Edna Fabre Gaio; da filha Maria de Lourdes da Silva Fabre; e da nora Maria Lenir Machado da Silva, viúva de Luiz Pagani da Silva.     

 

BREVE HISTÓRICO DE FLORISNALDO DA SILVA MUNIZ

 

Florisnaldo da Silva Muniz, mais conhecido como Naná (apelido provavelmente atribuído pela sua baixa estatura), filho de José da Silva Muniz e Florinda Vincencia de Jesus, nasceu na Fazenda Rio Divisa, Bossoroca, no dia 21 de fevereiro de 1914.

 

José da Silva Muniz e Florinda Vincencia de Jesus - pais de Florisnaldo.

Acervo Edna Fabre Gaio.


 Título eleitor de sua mãe Florinda. Acervo Maria Lenir Machado da Silva

  

Solteiro, morava com seus pais e exercia a atividade de pecuarista, cuidando do criatório de gado e das demais lidas da fazenda.

No dia 24 de junho de 1938, casou-se com Aurora Pagani, no Cartório Civil de Urupema, e no religioso, no dia 15 de setembro do mesmo ano, com quem teve nove filhos. Ela era filha de Arthur Pagani e Joana Losso.

 

Título de eleitor de Aurora Pagani. Acervo Maria Lenir Machado da Silva.

 

Certidão de Casamento de Florisnaldo e Aurora.  Acervo Maria Lenir Machado da Silva

  

Fixaram residência na Fazenda da Divisa e nesse período, Naná continuou o trabalho na pecuária e afazeres na fazenda. Com a falta de diversidade de alimentos aqui na região serrana, começou a trabalhar como tropeiro.

Descia a Serra do Rio do Rastro (quando era somente uma trilha onde passava apenas um cavalo por vez) com cargueiros para região sul do estado catarinense. Levava charque, queijo serrano e feijão, trazia farinha, açúcar, sal, frutas entre outros mantimentos que não tinham aqui na serra.

As memórias são cheias de referências. Vale lembrar, alguns anos atrás colhemos depoimentos da viúva de Florisnaldo, a “Vó Aurora”. Já em seus mais de 92 anos de idade, ela nos relatou que, por vezes, com cerca de 13 anos, realizou também este mesmo percurso da Serra do Rio do Rastro. Acompanhou algumas tropeadas de seu pai, indo serra abaixo levar mantimentos pra vender e lá comprar outros, aqui na região inexistentes, trazendo-os serra acima.  

Quando seus filhos chegaram à idade escolar, Florisnaldo e Aurora se mudaram com a família para Urupema.

 

Ao fundo, casa de Florisnaldo e Aurora na Avenida Manoel Pereira de Medeiros, frontal à rua que leva seu nome.  Acervo Carlos Solera

 

Na “praça”, iniciou uma sociedade com Artur Pagani, seu sogro e abriram um armazém no qual comercializavam gêneros alimentícios e tecidos.

Essa sociedade foi duradoura e o referido comércio ficou estabelecido em Urupema até bem pouco tempo, tendo como proprietário Hildebrando Almeida Borges e Cora Pagani, respectivamente concunhado e cunhada de Florisnaldo, com o nome Borges & Pagani. Também foi sócio de uma madeireira com seus cunhados.

Formou com Aurora, uma bela família, com grande descendência, boa parte deles ainda residentes em Urupema:

- Arosni Pagani da Silva, casou-se com Acy de Lourdes Arruda;

- Iraci Pagani da Silva, casou-se com Sebastião Souza;

- Dalci Florinda Pagani da Silva, casou-se com Jarbas Albeni Vieira.

- Irene Terezinha Pagani da Silva, casou-se com Odílio Silveira de Souza;

- Maria de Lourdes Pagani da Silva, casou-se com Jonas Santos Fabre;

- Adroaldo Pagani da Silva, casou-se com Dianez Dassoler;

- Luiz Pagani da Silva, casou-se com Maria Lenir Pagani Machado.

 

Ainda tiveram dois meninos que faleceram quando criança, José Pagani da Silva e Romeu Pagani da Silva.

 

 Edital casamento da filha Dalci Silva com Jarbas Vieira - 04/12/61


 

Foto casamento de Jonas Santos Fabre e Maria de Lourdes da Silva Fabre  

À direita, o casal Estevão Fabre e Zenita Camargo Fabre, país do noivo.  

À esquerda, o casal Florisnaldo da Silva Muniz e Aurora Pagani da Silva, pais da noiva. Florisnaldo já apresentava sequelas do Mal de Cadasil, doença que o vitimou em 21/08/1968.  Acervo Edna Fabre Gaio.


 

Por ser um homem íntegro, exerceu a função de Juiz de Paz por bastante tempo. E foi nomeado também como Preparador Eleitoral, sendo o responsável pelos serviços eleitorais no distrito de Urupema, como distribuição de títulos eleitorais e organização das eleições.

 

Ofício Justiça Eleitoral para Preparador Eleitoral. Acervo Edna Fabre Gaio.

 

Florisnaldo era chefe político, como se chamava na época, da então UDN (União Democrática Nacional).  Mas devido a sua função de Preparador Eleitoral e seu sogro ser do PSD (Partido Social Democrático) partido adversário ao seu, sua militância tinha que ser tímida. Assim, pela sua própria conduta e ética preferia, na época eleitoral, ficar isolado para não causar injúrias e intrigas.

  

Florisnaldo da Silva Muniz. Acervo Edna Fabre Gaio.

 

Título de eleitor de Florisnaldo (frente). Acervo Edna Fabre Gaio.


Título de eleitor de Florisnaldo (verso). Acervo Edna Fabre Gaio.

 

Era apaixonado por futebol. Essa paixão o levou a treinar os jovens e como incentivo doava o lanche e patrocinava o caminhão para levá-los às competições nas localidades vizinhas, sempre os acompanhando e torcendo por eles.

Gostava muito também de corridas de cavalos, participando de várias competições dentro e fora de Urupema. E tinha uma peculiaridade. Medo de sapo, o que foi transmitido para filhos e outras gerações.

Florisnaldo, ou, Naná, como chamado pelos amigos, era um homem bondoso, calmo, de muitas amizades e tinha muito amor por todos que o rodeavam. Deixou esse lindo legado aos seus descendentes.

Foi acometido por uma doença degenerativa rara (Mal de Cadasil), porém, na época não tinham conhecimento e foi diagnosticado como derrame cerebral. Florisnaldo faleceu no dia 21 de agosto de 1968.


Certidão de Óbito de Florisnaldo da Silva MunizAcervo Edna Fabre Gaio.


Agora, a rua que homenageia Florisnaldo da Silva Muniz receberá importante equipamento turístico denominado Complexo Turístico de Urupema, ou mais conhecido, como, Rua Coberta de Urupema.

Numa parceria dos poderes públicos, estadual e municipal, este projeto foi lançado hoje, dia 10 de setembro de 2021.

  


 

O espaço deverá propiciar ao morador ou investidor novas oportunidades de trabalho, emprego, renda e lazer. E ao visitante, uma gama diversificada de atividades como atrativo.

Na próxima matéria apresentaremos as proposições do projeto Complexo Turístico de Urupema com maiores detalhes. Até lá!

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