sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Primitivas fazendas serranas e seus senhores (Continuação)

Notas sobre Santa Ana, hoje Urupema, do município de São Joaquim
Textos originais de Enedino Batista Ribeiro (de 1950)

2º. Segundo se sabe, o povoamento do grande território que vai da Fazenda da Divisa à de Santa Bárbara teria começado em meados do século XVIII.
Os primeiros habitantes e proprietários da Fazenda da Divisa, aí por 1790, teriam sido Antônio Caetano da Silva Machado, casado com Ismênia Muniz de Saldanha, pais de 16 filhos, sendo 12 mulheres.
Já em pleno século XIX, Antônio Caetano da Silva Machado e sua numerosa família, faziam a prosperidade de Sant’Ana, espalhando-se por quase todo o território do município de São Joaquim, num intenso entrelaçamento com as demais famílias, quer deste município quer com representantes de importantes famílias lageanas.
Em São Joaquim, um seu filho, Leonel Caetano da Silva Machado, destacou-se muito vindo a ser um dos seus prefeitos, então com a denominação de “superintendente”; foi por muitos anos Primeiro Suplente de Juiz de Direito, desempenhando sua missão com acerto e a contento de todos.
Uma de suas filha, de nome Prudência Emília da Costa, casando-se com um representante da ilustre Família Costa, deu origem a uma não menos ilustre estirpe, com vários representantes no Congresso Nacional, na Assembléia Legislativa do Estado, na medicina e na magistratura.
Aliás, Antonio Caetano da Silva Machado era paulista de nascimento, descendente da prestigiosa Família Machado, tendo um irmão que foi Presidente da Província de Santa Catarina, o Brigadeiro Machado de Oliveira, pai de Basílio Machado e avô do jurisconsulto Alcântara Machado. Era parente próximo do Dr. Antonio Gomes Pinheiro Machado, pai do grande General Pinheiro Machado que ilustrou as paginas da história do Brasil, Republica, tendo falecido assassinado no Rio de Janeiro, em 1915.


Antônio Pereira da Cruz, filho da Bahia, veio para Aririú, neste Estado.
Rico proprietário de navios mercantes, trouxe pedras de sua terra natal, que incluiu na construção de um sobrado de alvenaria que mandou edificar para sua residência no Aririu. Segundo se soube era solteiro, pai de filhos naturais que, por sua morte, foram seus herdeiros.
Pouco se demorou em Aririú, logo subiu a Serra e veio se estabelecer em São Joaquim, sendo o primeiro dono das fazendas de Sant’Ana e do Cedro.
Por falecimento de Antonio Pereira da Cruz, a Fazenda do Cedro passou para o herdeiro do mesmo nome, conhecido pelo apelido de Velho Cruz, que vem a ser o pai de Timóteo e Rufino Pereira da Cruz, e outros.
A Fazenda Sant’Ana, ficou para o outro herdeiro, Francisco Pereira de Medeiros, pai de Manoel Pereira de Medeiros e sogro de Manoel Joaquim Pinto, um dos fundadores da atual cidade de São Joaquim.
Um outro herdeiro, Manduca Pereira de Medeiros, herdou terras do outro lado do rio Lavatudo, isto é, na margem esquerda, no lugar hoje denominado “Santa Izabel”, cujas posses se estenderiam até a Fazenda de Monte Alegre.
Este homem, cujo nome verdadeiro era Manoel José Pereira de Medeiros (falecido em 1858), casou-se com Inácia Maria de Saldanha (1814-1904), filha de João da Silva Ribeiro e Maria Benta de Souza, cujo matrimônio originou a importante família Pereira de Medeiros, muito conhecida na atualidade, tendo uma de suas filhas, Florinda Pereira de Jesus, casado com Leonel Caetano da Silva Machado, já referido nestas notas.


As escrituras dessas Fazendas, todas, ou quase todas, manuais, eram registradas em Lages, em Viamão e, as mais primitivas, em São Paulo.
Como é sabido, naqueles tempos, em todos os instrumentos, públicos ou particulares, reservava-se como propriedade do Império, os passos nos rios e as madeiras de cerne.Por esse motivo, elas são chamadas até hoje “Madeiras de Lei”.


A Fazenda de Santa Bárbara, até as divisas com a Fazenda do Cedro, era propriedade da família Souza, muito numerosa e muito importante no passado e no presente da história de São Joaquim.
Dentre os velhos troncos, destaca-se, o de Joaquim José de Souza e o do famoso guerreiro Chico Souza, um dos comandantes de forças legais contra remanescentes dos Farrapos em Santa Catarina.Consta que o bravo Chico Souza deu cabo das guerrilhas, num combate a arma branca, na costa do Rio Lavatudo, em território de São Joaquim, aí por volta do ano de 1840.
(Nota):
Colaboração do Amigo João Araújo Lima.


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Adendo ao texto número 2 de Enedino Batista Ribeiro (banco de dados de Ismênia)

Família de Antônio Caetano da Silva Machado e de Ismênia Muniz de Saldanha – “D. Yayá”:

Antonio Caetano da Silva Machado (sem dados de nascimento, casamento e óbito)
Natural de São Paulo, filho de Francisco José Machado de Vasconcelos (sargento-mor) e de D. Ana Esméria da Silva. Seu irmão, José Joaquim Machado de Oliveira, foi o sexto presidente da Província de Santa Catarina, de 24 de janeiro de 1837 a 14 de outubro do mesmo ano.

Ismênia Muniz de Saldanha (1803 a 30.08.1888) “D. Yayá”, filha de Ignacio da Silva Ribeiro (1771-  ) e Anna Muniz de Saldanha (falecida em 1843). Ismênia era neta de Manoel da S. Ribeiro e de Maria Bernardes do Espírito Santo, casal este fundador da família Ribeiro em Santa Catarina. Anna Muniz de Saldanha era neta de Antônio José Muniz e Genoveva Maria de Saldanha.

Filhos de Antônio com Ismênia:

1.      BELIZÁRIA Pereira Machado, c. c. Manoel Tomaz Rodrigues.
2.      VIRGÍNIA Saldanha de Souza, c. c. José Rodrigues de Souza, filho de Manoel Rodrigues de Souza e de Anna Maria de Lima (da fazenda Bom Sucesso).
3.      CÂNDIDA Pereira Machado, c. c. Hermenegildo Alves da Rocha.
4.      CARLOTA Muniz de Saldanha, c. c. Polycarpo José de Souza, filho de Manoel Rodrigues de Souza e de Anna Maria de Lima (da fazenda Bom Sucesso).
5.      FELICIDADE da Silva e Souza, c. c. Ignácio Rodrigues de Souza, filho de Manoel Rodrigues de Souza e de Anna Maria de Lima (da fazenda Bom Sucesso).
6.      CAROLINA Muniz de Saldanha, c. c. João de Deus Pinto de Arruda.
7.      ANA Pereira Machado, c. c. José Pereira de Medeiros.
8.      UMBELINA Muniz de Saldanha, c. c. Manoel Belizário Borges.
9.      IGNÁCIA Muniz de Saldanha, c. c. 2ª esposa de Vidal Agostino de Liz.
10.  PRUDÊNCIA Emília, c. c. Laurentino da Costa (bisavô de Licurgo Costa).
11.  ISMÊNIA Muniz de Saldanha, c. c. João Luiz Vieira Júnior.
12.  MARIA CAETANA Muniz de Saldanha, solteira. Era surda-muda.
13.  LEONEL CAETANO da Silva Machado, c. c. Florinda Pereira Machado.
14.  POLYCARPO CAETANO da Silva Machado, c. c. Belmira Andrade Machado.
15.  ANTÔNIO CAETANO Machado Filho, c. c. Ana Ribeiro Machado, filha de Pedro José Ribeiro e Jacinta.
16.  JOSÉ CAETANO Machado, c. c. Maria Pereira, filha de Clemência Pereira de Liz e Vidal Agostino de Liz.

4 comentários:

  1. Cara Ismênia, Você saberia me informar sobre os Filhos do casal que cita anteriormente: João Floriano Rodrigues de Andrade e Guiomar Valgos Galvão de Siqueira?
    Agradeço muito sua gentileza de sempre.
    Maria

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  2. Cara Maria,
    segue abaixo os filhos de Floriano Rodrigues de Andrade e Guiomar Mª Valgos Galvão de Siqueira ( :-21/10/1888):
    1. Domingos Rodrigues de Andrade (1835-1923), c.c. Liberata Maria da Silva (1842-1924).
    2. Tertuliano Rodrigues de Andrade (1837- ), 1ª esposa: Maria Antônia da Conceição; 2ª esposa: Leopoldina Maria de Souza.
    3. Emiliana Rodrigues de Andrade, c. c. José Alano de Souza Netto.
    4. Ana Rodrigues de Andrade, c. c. Fortunato Henrique de Oliveira (velho Fortuna).
    5. Manoel Rodrigues de Andrade (amaziado) - (morreu assassinado, o olho de machado na cabeça).
    6. João Rodrigues de Andrade, vulgo João Floriano. Amaziado com uma tal Porfiria. Faleceu em combate.
    7. Marcos Rodrigues de Andrade. Morreu solteiro.
    8. Maria Rodrigues de Andrade, c.c. Marcos Baptista de Souza (estes são meus bisavós maternos).

    Gostaria de saber se você, assim como eu, tem parentesco com essa família e, caso sim, de que ramo veio.
    Abraço,
    Ismênia.

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  3. Prezada dra. Ismenia,
    Sou mineiro, atualmente residindo nos Estados Unidos, e tambem pesquiso as origens de minha familia. Ao que vi, acredito haver uma pequena chance de termos um ancestral comum: Antonio Jose Mu(o)niz.
    Segundo esta no livro Genealogia Tropeira (http://www.alfredo.com.br/arquivos/gentrop1.pdf) ele era Travacos Moni(s)z. Tendo ido para Lages onde estabeleceu-se, casando-se com Genoveva Saldanha. Ambos mineiros. As informacoes nao entram em detalhe do paradeiro de Antonio Jose, mas afirmam que ele abandonou Lages, antes de 1.783.
    Uma das cunhadas dele foi casada com pessoa de Viamao, cuja mae recebeu a alcunha de Espirito Santo. Muito comumente dada a mulheres naquela epoca.
    Por coincidencia ou nao, tenho um ramo na familia que comeca exatamente com o casal Antonio Jose Moniz e Manuela do Espirito Santo, que foram pais de uma de minhas tetravos: Luiza Maria do Espirito Santo. Essa tornou-se matriarca de grande parte da Familia Coelho do Centro-Nordeste do Estado de Minas Gerais, juntamente com o capitao Jose Coelho de Magalhaes Filho, tambem conhecido por Jose Coelho da Rocha. Eles foram primeiros moradores e fundadores de Guanhaes-MG.
    Gostaria de saber se tens informacoes a respeito da vida de seu ancestral Antonio Jose Muniz posteriores a 1.783. Sei que voces descendem dele e de Genoveva Saldanha. Porem, penso na possibilidade de ele ter ficado viuvo, porque as mulheres sofriam muito com as consequencias de partos, e ter se casado com uma cunhada da cunhada dele. Assim, o desaparecimento dele de Lages poderia significar um retorno para Minas Gerais, onde ele teria se estabelecido em Conceicao do Mato Dentro, dando origem a uma segunda familia.
    Meus estudos estao publicados no meu blog: http://val51mabar.wordpress.com/. Na minha postagem mais recente, o livro: A AMERICA SUICIDA, tem em seu epilogo os comentarios a respeito desse fato e outras informacoes importantes, como a presenca de um tio de outro meu tetravo, ambos com o mesmo nome de: Policarpo Jose Barbalho, sendo que o tio migrou para Gravatai-RS, onde deixou numerosa descendencia, praticamente nos mesmos anos em que o, talvez, nosso ancestral comum estava fazendo a viagem inversa.
    Se leres o meu livro, percebera que a impressao que o autor Enedino Batista Ribeiro teve de todos serem parentes eh tambem uma constatacao minha, nao apenas em relacao `as cidades proximas `a regiao onde nasci, porem, no mundo como um todo.
    Agradeco muito a sua atencao. E, caso possivel, envie-me a informacao do destino tomado por seu ancestral Antonio Jose Muniz. Meu e-mail eh: valbarbalho@hotmail.com. Muito obrigado. Sinceramente,
    Valquirio de Magalhaes Barbalho.

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  4. Gostaria de saber informações sobre Ignácio da Silva Muniz, irmão de Ismênia da Silva Ribeiro, filhos de Ignácio da Silva Ribeiro e Ana Muniz Saldanha, . Sei que Ignácio da Silva Muniz casou com Belmira Campos de quem não encontro mais nenhuma informação. . Desde Já fico agradecida por qualquer noticia.. Meu nome é Silvia Luciana Schirmer, moro em Novo Hamburgo Rs, e meu e-mail é slschirmer@terra.com.br.

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