MARCOS BAPTISTA DE SOUZA (09.08.1835 – 07.10.1906 )
Secretário dos trabalhos de Fundação
Por Ismênia Ribeiro Schneider
Publicado no Jornal Travessia de outubro de 2006
Por Ismênia Ribeiro Schneider
Publicado no Jornal Travessia de outubro de 2006
Filho do rico estancieiro João Baptista de Souza, “Inholo”, e de Maria Gonçalves do Espírito Santo, nasceu na Fazenda “São João”, depois “São João de Pelotas ”, vendida ao Cel João Ribeiro em 1850. Marcos tornou-se proprietário de duas fazendas separadas apenas pelo rio Pelotas: a Fazenda “São Pedro”, na região do Arvoredo, SC, e a “Santa Maria”, em Bom Jesus , RS, que se tornou seu domicílio. Aos quinze anos teve sua vida marcada pelo trágico assassinato do pai por dois de seus próprios escravos. Por determinação judicial, João Ribeiro, primo-irmão e cunhado, casado com sua irmã Ismênia Baptista de Souza, tornou-se seu tutor, e mais tarde mentor, incentivando seu precoce engajamento nas lides políticas, de tal forma que por falecimento de João Ribeiro, em 1894, chefe do Partido Conservador, depois Republicano de toda a Região Serrana, Marcos assumiu a sua direção no novo Município de São Joaquim. Bastante preparado intelectualmente para a época, foi, por esse motivo, escolhido pelo grupo de fazendeiros fundadores da nova freguesia, como Secretário Geral dos trabalhos, cargo que desempenhou por muitos anos. Casou-se com Maria Rodrigues de Andrade (30.10.1845-14.01.1926), “D. Marica”, filha de João Floriano Rodrigues de Andrade e Guiomar Valgos Galvão de Siqueira, com quem teve sete filhos:
1- JOÃO BAPTISTA DE SOUZA NETO, “Batista Marcos”, (1860-19140), casado com (c.c) Maria dos Prazeres Baptista de Souza (1869-1912), filha de João Ribeiro/ Ismênia. 14 filhos. Domicílio: Fazenda “Morro Chato”, Bom Jesus. Ancestrais da família joaquinense Cassão, da qual fazia parte a historiadora Maria Baptista Nercoline;
2- MARIA BAPTISTA DE SOUZA SOBRINHA(ou Maria Paulina), c.c. Paulino José Ribeiro (1854-1909), filho de Pedro José Ribeiro e Jacintha Maria de Saldanha, sendo Pedro José irmão de João Ribeiro. Sem filhos, mas criaram uma sobrinha. Domicílio: “São Pedro”;
3- ISMÊNIA BAPTISTA DE SOUZA ESTEVES, c.c. Manoel Ignácio da Silva Esteves (1871-1927), filho de Francisco da Silva Esteves e Ignácia Maria de Saldanha Sobrinha (também filha de Pedro José Ribeiro). 14 filhos. Domicílio: Fazenda “Vista Alegre” em Bom Jardim , SC. Ancestrais de Élvio Rogério Vieira Esteves, c.c Filomena Nunes Esteves, atualmente residentes em São Joaquim ;
4- CÂNDIDA DOS PRAZERES BAPTISTA DE SOUZA (1871-1930), c.c. João Baptista Ribeiro de Souza (1860-1944), filho de João Ribeiro/Ismênia. 12 filhos. Domicílio: Faz. “São João de Pelotas”. Ancestrais da Família Palma Ribeiro, da Família de Maria Cândida, “Candoca”, c.c. Hercílio Vieira do Amaral, avós de Clóvis, Hercilinho e Titinho, que ainda conservam terras na fazenda original da família, após 156 anos de posse ininterrupta;
5- ANA BAPTISTA DE SOUZA, c.c. Manoel Martins Ribeiro, “Manoel Faié”, filho de Raphael José Ribeiro, outro filho de Pedro José/Jacintha Maria. 03 filhos. Domicílio: Bom Jardim;
6- AMBRÓSIO BAPTISTA ANDRADE DE SOUZA, c.c. Maria Trindade do Amaral e Souza , “Tia Trindade”, filha de Matheos Ribeiro de Souza (irmão de João Ribeiro) e Maria do Nascimento do Amaral e Souza, “D.Senharinha”. 13 filhos. Domicílio: Bom Jesus. Ancestrais maternos do Dr. Henrique Córdova;
7- MARIA DAS DORES BAPTISTA DE SOUZA, “tia das Dores”, c.c. Inácio Ribeiro Velho, filho de Manoel Inácio Velho e Ana Maria Ribeiro Velho (esta filha de João Ribeiro/Ismênia). 08 filhos. Domicílio: Fazenda “Boa Vista”, Bom Jesus.
Nota: os joaquinenses homenagearam MARCO BAPTISTA dando seu nome a uma das ruas centrais da cidade.
FONTES:
· RIBEIRO, Enedino Batista. Gavião-de-Penacho, memórias de um Serrano. 1999.
· Inventários arquivados nos fóruns de Florianópolis e São Joaquim.
· Acervos particulares de: Enedino, Ismênia, Maria Baptista Nercoline.
Cara Ismênia
ResponderExcluirSeu trabalho só merece elogio, não só por preservar as nossas raizes dos “Sousas e Ribeiros” como também é um importante acervo para a nossa região, tão carente deste tipo de registro. Neste sentido e sendo o único descedente direto das familias Sousa e Ribeiro, que ainda detém terras na Fazenda do Socorro, mais particularmente junto a antiga sede onde tudo começou, hoje denominada de Casa de Pedra, me sinto na obrigação de deixar este registo.
Os Ribeiros descendentes de João da Silva Ribeiro (senior) pelo lado de meu bisavô Matheus Ribeiro de Sousa (1829-1900), que era neto de Matheus José de Sousa, acabam comigo, já que minha mãe Dolores Ribeiro de Sousa, era a única filha de Manoel Cecilio Ribeiro, que também era o único filho homem de Matheus Ribeiro de Sousa.
A Fazenda do Socorro embora de origem dos Sousas, como já foi amplamente relatado por seu pai, Enedino Ribeiro, a partir do casamento de Maria Benta de Sousa (1790-1857), em 20/02/1812 com João da Silva Ribeiro (1787-1868) é que se iniciou o elo de ligação da família Ribeiro, e por meio de aquisições e permutas feitas aos demais herdeiros, podem ter se tornados os únicos e absolutos donos. Para se ter uma ideia da extensão da Fazenda do Socorro, a mesma delimitava-se ao oeste com a Fazenda Bonsucesso, já próximo a região do Pericó. Por outro lado em 1849, João da Silva Ribeiro e sua mulher Maria Benta de Sousa vendem parte dela, a denominada gleba do Olho D’Água, onde existe uma nascente junto uma mangueira de pedras, a referida área passou a ser chamada de Campo de Fóra, ficando a Fazenda do Socorro ainda com uma área de 110 milhões de m2.
A divisão e demarcação judicial de 1915 é um capitulo à parte na história da Fazenda do Socorro, que pergunto se poderemos colocar como um artigo no seu blog para ser comentado. Coube a Manoel Cecílio Ribeiro, bisneto de Matheus José de Souza, juntamente com outros herdeiros e sucessores, liderar o grupo que propôs uma medição judicial para definir, enfim, os limites da Fazenda do Socorro, atuou como advogado o recém formado Nereu Ramos. Como engenheiro desde 1948, mantive em meu poder mapas elaborados pelo engº Emilo Gallois e documentos de família que deram a sustentação a Ação da Divisão e Demarcação da Fazenda do Socorro, que foi promovida pelo meu avô Manoel Cecilio Ribeiro, do qual tenho orgulho de ter o mesmo nome. São fundamentos importantes para dar informações sobre a ocupação das fazendas e das famílias e seus descendentes.
Com relação da construção da sede primitiva da Fazenda do Socorro, hoje denominada de Casa de Pedra, esclareço que com morte de Maria Benta de Sousa em 1857, entre os bens relacionados para partilhar com seu marido João Silva Ribeiro (senior) e filhos é feita a menção de existirem lá, 03 mangueiras e suas benfeitorias. Acreditamos que sejam as mesmas mangueiras de taipas ainda existentes, por outro lado nem mesmo a casa que pertenceu à Manuel Marques Arzão é citada, sempre me foi dito que a referida casa foi incendiada, ainda hoje existem os alicerces, é sempre mencionada como “a tapera do Arzão”.
Tendo Matheus Ribeiro de Souza entre 1858 e 1867, adquirido diversas áreas da Fazendas do Socorro, Santa Bárbara e Três Barras de seus irmãos e edificado casas coberta com telhas nas sedes do Socorro e na Santa Bárbara, com os recursos dos bens de sua esposa Maria Magdalena Baptista de Souza, pode-se afirmar que ele é construiu a Casa de Pedra, na citada década.
Deve ter uns 150 anos, mas foi na partilha dos bens da esposa Maria Magdalena Baptista de Souza, em 1867, que passou ser relacionada a casa “coberta de telhas” no Socorro. Em1868 quando do 2º casamento de Matheus Ribeiro de Souza com Maria do Nascimento Amaral, chamada de “Dona Senharinha” (1846 -____) foi dito que uma das exigências dela, era a colocação de vidros nas janelas, é bom ver com os Amaral, seus descendentes, alguma informação complementar.
Manoel Cecilio Ribeiro Martins
Bom Jardim da Serra- SC
fazendadosocorro@gmail.com
Caro primo Manoel Cecílio,
ResponderExcluirFoi um prazer receber seus preciosos e elucidativos comentários. Seria uma contribuição importantíssima receber o seu artigo sobre a divisão e demarcação judicial de 1915 da fazenda do Socorro.É um assunto histórico, importante para a região de Costa da Serra. Meu blog está a disposição.
Você é fonte de memória oral da história da nossa gente.
Cordiais Abraços para a família, Ismênia.
Interessantíssima sua pesquisa, pelo que lhe congratulo.
ResponderExcluirMinha contribuição não é nada pontual, perto da riqueza de detalhes do post antecedente, mas atende ao limite de minha memória e intenção de somar.
Sou filha de Luiz Gonzaga de Souza, descendente de Antão Antunes de Souza (*17.01.1904 - +21.08.2001) e Outubrina Esteves (*? - +1965), que moravam em Bom Jardim. Recordo-me de meu avô contando sobre"ISMÊNIA BAPTISTA DE SOUZA ESTEVES c.c. Manoel Ignácio da Silva Esteves (1871-1927)", além de Ana Baptista de Souza. Cito alguns irmãos de meu avô: Alice Antunes de Souza, Ricardone Antunes de Souza, Anacleto Antunes de Souza, Maria "Calota" Antunes de Souza. Irmãos de meu pai: Maria da Selva de Souza, Nilo Antunes de Souza, Maria do Carmo de Souza, Hélio Antunes de Souza, Santelmo Ignácio de Souza, Milton Flávio de Souza, Maria Gorete de Souza, Naíra Zaíra de Souza e Iolita Antunes de Souza, sendo que Bolívar Antunes de Souza é filho do segundo casamento de Antão Antunes de Souza com "Tia Ana", do qual não tenho memória, devido à separação precoce. Meu avô tinha como hobby escrever crônicas e até tinha alguns escritos dele sobre situações cotidianas de São Joaquim. Vou tentar localizá-las e se tiver interesse, posso, oportunamente, enviá-las.
Por fim, se o blog traduzir apenas excertos de suas pesquisas, gostaria que me enviasse a íntegra por email (adrianaschio@hotmail.com).
Obrigada pela dedicação à pesquisa.
Um abraço e Feliz ANO NOVO!
Adriana Cavalcante de Souza Schio
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-65VV-5V?i=188&wc=MFKV-XTG%3A1030404201%2C1030404202%2C1030413501&cc=2177296 4 - Batistério de Cândida.
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