Na matéria anterior apresentamos
um pouco da história de Juvenal da Silva Mattos, que deu nome a uma das ruas da
cidade de São Joaquim (SC). Juvenal da Silva Mattos é pai de um personagem
importante para o município, que contribuiu bastante para o seu desenvolvimento:
Theóphilo Mattos (Teófilo Mattos).
*Para ver a matéria anterior: http://genealogiaserranasc.blogspot.com.br/2017/04/rua-juvenal-da-silva-mattos.html
Assim,
aproveitamos o momento para postar uma matéria publicada no Jornal Mural
Especial, de julho de 2000, intitulada:
Teófilo Mattos no resgate cultural
Amor pelas tradições de São Joaquim e da
região serrana
(Publicado no Jornal
Mural Especial, julho de 2000)
A paixão pela história, pelas
comunicações e pela cultura era fato marcante na vida do joaquinense Teófilo
Mattos, que durante quase toda a sua existência se dedicou a resgatar documentos
e registrar fatos ligados aos aspectos políticos, sociais e esportivos de São
Joaquim. O rico acervo documental e fotográfico que reuniu, foi considerado, em
certa época, o referencial histórico mais forte do município.
Natural de São Joaquim, filho de
Mariana Martorano e Juvenal da silva Mattos. Teófilo nasceu em três de novembro
de 1907, e desde muito jovem revelou grande talento para a imprensa, especialmente
no registro da história e cultura da região serrana.
Com espírito de pioneirismo,
trouxe para São Joaquim o primeiro automóvel, um Ford 1928, que percorria a rua
central da cidade despertando curiosidade nos moradores.
Em 1935 casou-se com Tarsila Vieira
Mattos, e teve duas filhas adotivas, Arminda Borges Miguel e Elizabeth Mattos
Mondadori.
Na sua vida profissional e
política foi Coletor Federal (1937 a 1968), secretário do prefeito Gregório
Cruz, vereador pela extinta UDN (onde ajudou a fundar a Escola Técnica do
Comércio de São Joaquim) e pecuarista (responsável pela introdução da raça de
gado Jersey P.O. na região). Foi ainda ator, radialista, animador de festas
sociais, historiador, tipógrafo, prático de farmácia, jogador de futebol e
escoteiro. E apesar das tantas funções que exerceu durante a vida, nunca deixou
de ser um grande incentivador da cultura de sua serra, fazendo jornalismo,
teatro e promovendo festivais de toda a natureza.
Como esportista fundou várias
associações, com destaque para o Planalto A.C., um dos melhores clubes de
futebol de Santa Catarina no seu tempo, time do qual também era jogador. Ainda
no esporte, promoveu animadas competições esportivas. Na décade de 70
participou da criação dos Jogos Abertos de São Joaquim.
Atuação na imprensa
Por volta de 1918, iniciou sua
vida jornalística, trabalhando na oficina do jornal “Correio Serrano”, dirigido
pelo jornalista Tito Carvalho. Contagiado pelo emocionante mundo da imprensa,
desde então fundou e dirigiu vários jornais em São Joaquim, sendo que o último
foi “A Tribuna”, editado até fins de 1932. Ainda no jornalismo, foi
correspondente da antiga agência de notícias ASEPRESS em Santa Catarina e
escreveu artigos sobre a história, o folclore e as tradições serranas, para
vários jornais catarinenses e do Rio Grande do Sul.
Teófilo Mattos foi também o
pioneiro na radiodifusão em São Joaquim, com a criação do “A voz cabocla” em
1945, o primeiro veículo de imprensa falada do município. A improvisada
emissora de rádio, que atuava através de um sistema de autofalantes, transmitia
programas musicais variados e shows com artistas locais, além de anunciar
avisos de interesse público, aniversários, casamentos e falecimentos. A Voz
Cabocla permaneceu no ar até 1963, quando começou a funcionar a atual Rádio
Difusora.
Contribuição cultural
Amante das artes e das tradições,
Teófilo Mattos foi um grande incentivador da cultura joaquinense, contribuindo
com inúmeros feitos para o seu enriquecimento.
Na década de 40 formou o primeiro
Grupo de Teatro de São Joaquim, denominado Grêmio Dramático Hortêncio Goulart,
encenando peças como “Maria Cachucha” e “Deus lhe pague”.foi também presidente
do Clube Astréa, com uma atuação modernizadora e de muitas atividades sociais,
onde criou o tradicional Baile da Neve.
Participou da criação da Banda
Mozart, do Grupo de Escoteiros, da Escola Técnica do Comércio, do CTG Minuano
Catarinense e do Centro Cultural de São Joaquim, a maior instituição cultural
do município.
Era também membro da Comissão
Catarinense de Folclore, onde demonstrou sua grande preocupação com a
descaracterização da verdadeira cultura serrana.
Em 1988 passou a fazer parte do
Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, onde manifestou seus anseio
pela preservação e destino do seu acervo documental, solicitando que se fizesse
um estudo para a criação de uma fundação que levaria seu nome. O estudo foi
produzido e levado a conhecimento de Teófilo, mas a sua doença e seu
falecimento em 15 de março de 1994 impediram a concretização.
Estudioso da história e das coisas
de São Joaquim, através do seu valioso arquivo sobre o assunto, antes de
adoecer pretendia escrever o livro intitulado “São Joaquim – sua formação, sua
história e sua gente”. Com a vida interrompida antes do livro se concretizar, o
sonho de Teófilo Mattos foi repassado para as filhas Arminda e Elizabeth, que
ainda pretendem realizar o último desejo do pai, de não deixar no esquecimento
tudo o que ele realizou durante a vida.
Mais informações sobre Theóphilo Mattos em: http://genealogiaserranasc.blogspot.com.br/2016/08/teofilo-mattos.html e
http://genealogiaserranasc.blogspot.com.br/2016/08/arvore-genealogica-do-tronco-principal.html.
http://genealogiaserranasc.blogspot.com.br/2016/08/arvore-genealogica-do-tronco-principal.html.
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